30 de setembro de 2013

As autárquicas aqui no burgo

Eu gosto de viver aqui no campo porque tem vezes que parece que vivo no enredo de uma telenovela campestre, ou no meio de Green Acres. É certamente mais divertido do que viver como um mero número na imensidão da cidade.
Pois aqui, como em quase toda a parte do país, passámos do laranja ao rosa, se bem que o laranja tenha feito propaganda eleitoral em azul. Por mim, conheço os candidatos e pouco me interessa a política. A Dona A. dos Correios é a candidata natural e tradicional da CDU, o meu amigo Inocêncio era o candidato do PSD à Junta e a G. da imobiliária era a candidata do PS à Junta. Ganhou quem ganhou. O giro foi ver as sedes das candidaturas. Tanto o PS como o PSD tomaram o centro da vila de assalto, literalmente porta com porta. O PS ficou no antigo café central (vila que se preze tem um café central e nós aqui não destoamos) e o PSD instalou-se na antiga central da Rodoviária (enfim, somos muito dados a tudo o que diga central...). Era um chinfrim passar no meio da vila. Ontem, à hora que cheguei ao burgo, por volta das 22.00, cedo, portanto, estava a sede do PSD fechada à chave e ninguém na rua e os jotas do PS todos à chuva de bandeirola em punho. Nem foi preciso ir ver o papel pregado à porta da Câmara para ver que as coisas tinham mudado. Mas fui na mesma. E lá estava, a previsibilidade: o candidato do PSD venceu em toda a linha na freguesia de onde é natural, grande rival da sede de concelho, e o candidato do PS venceu em toda a linha na sede de concelho que estava com medo de ser invadida pelos arrabaldes perdidos nos montes. É ou não o máximo viver na província? Alguém na cidade tem esta diversão em dia de eleições?

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