23 de setembro de 2013

Esta coisa de morar na província e trabalhar na cidade

Chego aqui ao meu campo fora de horas, quer dizer: fora das horas em que não costumo chegar ao campo.
Em plena campanha, um amigo de infância, prospectivo Presidente da Junta, saca de um "tu" e vem-me dar uma caneta e um bloco com uma cor muito diferente da habitual no partido dele:
- Ó xpto, tu vota em mim, ok?
Rio enquanto ele me abraça efusivamente e o candidato a Presidente da Câmara se "aprochega" para me cumprimentar. Continuo de sorriso. Uns metros à frente, cena idêntica com outra campanha, só que agora dão-me uma caneta e uma caixinha plástica que presumo ser um contentor para comprimidos. Acho bem: comprimidos é o que mais precisamos para aturar a causa política neste país. Sorrio sempre.
Da esquerda à direita já me convidaram para as listas do burgo. Ninguém sabe do meu voto mas acham todos que voto neles. E voto porque voto sempre, como votei no dia em que a Mãe morreu e havia referendo. Só não sabem mesmo é em quem voto.
- Ó xpto, conto contigo!
Rio.
No resto, começaram as vindimas e, tirando os fretes de não conseguir ultrapassar tractores com tinas, estamos numa estação muito querida aqui pela minha província.  

2 comentários:

Cristina Torrão disse...

"os fretes de não conseguir ultrapassar tractores com tinas"
Hehehe :D

Moro numa região intitulada "Altes Land" (na margem esquerda do rio Elba, perto de Hamburgo), onde não há vindimas, mas macieiras a perder de vista. E, nesta altura, também se aguentam muitos fretes atrás de tractores com atrelados carregadinhos de maçãs ;)

Ältere Leute disse...

São os países a produzir e a funcionar...