18 de setembro de 2015

É (só) uma vez por ano

Foi ontem. E depois há a cena do avião a sobrevoar os flamingos ao som do John Barry... Mata-me. Vejo a Mãe com os olhos brilhantes da vez que vimos o filme juntas. A primeira vez que vi o filme. O filme que me ficou preferido, que vejo e revejo sempre com saudades, que me faz pensar em um sem número de coisas, que me devolve a alma ao passado em que Ela cá estava.
Houve coisas que deixei de fazer porque as não consigo reviver sem Ela. Coisas que me ficaram dolorosas, que se tornaram monumentos de perda sem fim. Estranhamente, o filme não entrou nesse rol de abandono. Vejo-o e revejo-o sempre como se fosse aquela primeira vez. Pouco importa que saiba os diálogos e as cenas de cor. O filme ficou-me por memória da Mãe, memória doce de um tempo em que o tempo era infindo e a vida eterna. Ou talvez eu goste do filme por me lembrar a não eternidade da vida e a capacidade que temos de lhe sobreviver...

Sem comentários: