11 de novembro de 2015

Helmut Schmidt, 1918-2015

Engraçado, no dia em que morre o Helmut Schmidt, o Der Spiegel tem um artigo sobre a crise política em Portugal falando de um governo que vai aliar socialistas, comunistas e marxistas ("Ein Bündnis aus sozialisten, Kommunisten und Marxisten..."). Noto a coincidência num dia que me é triste porque é mais um que me morre, um deles, daquela geração que tanto me ensinou, que me ensinou, sobretudo, o medo da guerra e a presença da guerra, a geração que lutou contra os demónios. A Tante Henny que morreu, a Tante Ruth que tem a idade do Helmut Schmidt... Penso no Pai que colou cartazes do Willy Brandt quando havia o medo do outro lado. Pobres construtores de uma Europa desagregada que se esqueceu como e porque foi construída. Já estou muito afastada da Alemanha para me identificar com o presente (um espaço de letras no passaporte). Morre-me a Alemanha, aos poucos, pessoa a pessoa. Falta morrer a Tante Ruth. Falta morrer o Pai (mas que me dure, que me dure mais, bitte...).

RIP. 

Sem comentários: