4 de outubro de 2017

Dia 4: Frauenkirche

As cúpulas da Frauenkirche em Munique são tão famosas quanto a Neues Rathaus e o seu Glockenspiel, o relógio animado por dançarinos mecânicos. É para lá que sigo quando as badaladas na Rathaus acabam e os turistas dispersam. Há uma ânsia qualquer que me faz ir ali já e não a outra qualquer parte de Munique. Reconheço a ânsia. Chama-se gratidão.
Gratidão é um sentimento morno, nem quente nem frio, agradável. A gratidão permite-nos ver com os olhos e o coração, permite-nos perceber, apreciar. Sim, é isso talvez mais do que outra coisa: apreciar. Tenho tanto por que estar grata e por isso agradeço a tudo, de bom e de mau e de assim-assim, que me permitiu chegar aqui, a hoje, a este hoje em particular, um dia sem nada de especial mas com tudo de especial. A gratidão pelas coisas pouco especiais é a gratidão por tudo o que é especial. Estou grata e, nessa gratidão, o coração rejubila.
Não é como turista que venho à Frauenkirche, é como peregrina. Peregrina da Vida.

Sem comentários: