tag:blogger.com,1999:blog-21094063197843619372024-02-07T08:44:39.604+00:00BlondewithaphdBlondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.comBlogger1732125tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-68287139230318749112021-06-28T20:53:00.000+01:002021-06-28T20:53:09.890+01:0023<p> Mamã, já não sei entrar aqui e tenho receio que um dia não consiga de todo mas, apesar do receio, não venho. Perdi o tempo. Perdi a vontade. Sobretudo o tempo. Perdi outras coisas este ano muito, muito mais importantes do que o tempo que não tenho. Gostava de me perder também, vogar livre ao teu encontro. Resisto. O Pai enxotou-me antes de ir embora, sabias? Foi tudo tão diferente com ele. Não sei onde anda. Talvez tenha ido ter contigo mas se o tivesse feito eu sentiria, não? Ou ele talvez faça parte de um círculo de gente tua e não minha. Acho que cada um de nós tem círculos de gente sua. Eu posso estar no teu círculo e não conhecer toda a tua gente, tal como tu não conheces toda a minha. E há gente que só encontramos uma vez. Talvez o pai me tenha sido gente dessa do uma só vez. Seja como for, está tudo diferente. Só não está diferente este falar contigo neste dia. </p><p>Voltei a ver o futuro como o via depois de te teres ido embora. Acho que vivi uns anos de interregno dessa visão. Talvez me tenha iludido No diferente que tudo está, voltei ao que era. Em suma, se calhar não está tudo tão diferente assim. Vir aqui verbalizar ajuda-me a pensar que sim, se calhar não está tudo diferente houve foi uma recolocação de coisas e pessoas. Nunca pensei viver para dizer que te foste há 23 anos. Uma vida. Passou rápido com dias lentos. Que eu aqui esteja é que me espanta. Tanto tempo, Mãe, e tu sempre aqui e eu vivendo aqui. </p><p>Queria perder-me. Que estupidez. Estou tão perdida, Mãe. Ando tão longe e pesa-me tudo. Às vezes penso de onde venho. Nesses momentos de alguma lucidez vejo que grande foi a viagem, muito, bem para lá do que eu podia pensar quando esperava o autocarro vinda do Nada para ir de regresso a casa ao fim do dia e pensava no que seria o desconhecido que me aguardava no futuro. Já o conheço. É enorme. No entanto, não me sabe a nada. Estas ironias são tramadas. Deveria saber-me a tudo mas é-me indiferente. Só tu me és. Amor da minha vida. Só tu me és...</p>Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-61048509209037919772020-06-28T07:30:00.000+01:002020-06-28T07:30:00.208+01:0022Mamã, deixei de vir aqui. A vida faz-se de novos projectos, o tempo foge, as responsabilidades aumentam. Mudou muito e mudou pouco desde a última vez que aqui estive. Basicamente, mudei-me para outras paragens digitais, mais na moda, mais imediatas, sei lá. O tempo não cresce e um blogue faz-se de tempo e disponibilidade. Noutros lados, a rapidez compensa o tempo que me escorre fugaz.<br />
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2020 está a ser um ano pesado de estranho, fico feliz que cá já não estejas. Dizias-me que eu estava segura quando me aconchegavas os cobertores e prometias que não haveria mais nenhuma guerra, nós que sempre fomos traumatizados de guerra. Acreditei que o mundo era o lugar que me prometias no meu conforto mesmo sabendo das guerras e de todas as inseguranças e terrores que assolam o mundo. Por alguma razão, não me atingiriam, afinal nós estamos na zona confortável do planeta e da vida, os tais 10%.<br />
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22 anos depois, aqui estamos nesta estranheza de tudo. O mundo parou, os países fecharam, as pessoas esconderam-se, nada é normal e, na minha vida, nada também é normal. No dia antes de o país fechar despedi-me do Spotty à tardinha. Uma despedida definitiva a um amigo que partilhou o meu caminho durante mais de treze anos. Juntos até ao fim. Não tive tempo de luto ou de me aperceber do sucedido porque no outro dia, toda uma outra realidade amanheceu. Parecia um filme catástrofe com a diferença de ser real e não ter um fim esperado. Ainda não sabemos o fim. O Pai já não é ele. Vive num corpo que parece o dele uma existência sem presente e nunca pensei que tivesse de assistir a esta velhice. No outro dia fugiu do hospital. Tem apenas fugazes lampejos de ser ele. Vive contigo e antes de ti num passado em que só ele vive A Tante Ruth morreu no Verão e agora que quero ir vê-la ao cemitério a Berlim, as fronteiras estão mais fechadas do que durante a Guerra Fria que nos amedrontava e que tu prometias nunca me ir afectar. Não reconheço nada disto, Mutti.<br />
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Hoje são 22 anos. Penso neste número, como penso em todos os números a cada ano destes anos: em incredulidade. Morrias-me hoje há 22 anos e hoje eu vou gravar um episódio para o meu canal. Imagina! Eu tenho um canal de programas que filmo à frente da câmara por trás da qual está o marido que me apareceu muito depois de tudo e que tu nunca conheceste. Ele acha-te linda. Como não? Vê as tuas fotos e acha-me parecida contigo. Às vezes já me olho ao espelho e vejo-te. O ar nos olhos que me olham do espelho é o teu. A expressão está cada vez mais tu à medida que me aproximo da tua idade. Tem vezes que acho que não chego lá, que vou partir antes ainda do precoce em que partiste. Quem sou eu para te ultrapassar na idade. Tem outras que acho que me farei velha como a Avó ou mais. Escrevi sobre essa velhice e saiu uma livro que viu a luz do dia e que agora, vê só, vai levar a nossa história além-fronteiras. Como vês, passa-se tudo mesmo que me parece que não se passa nada pois eu estou sempre aqui contigo no coração como se o tempo não existisse pois não é possível que sejam vinte e dois anos.<br />
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Nestes últimos tempos, e talvez porque me esteja a aproximar de ti na idade ou no tempo a menos que falta para te reencontrar, tenho pensado no propósito da minha vinda Aqui e nos meus sentimentos. Chego à conclusão que vim para ti e por ti e que tu és o grande amor da minha vida. Se sinto falta ou pena de nunca ter sido mãe? Não, na verdade.Eu sou sou mãe, e, por isso, não tenho nem pena nem falta. Fui tua mãe quando tu precisavas de uma. Fui mãe da tua outra filha quando tu lhe faltaste e sou tia-mãe de duas crianças felizes que se enganam e me chamam mãe de tanto que me amam e de tão habituadas estão À minha existência na sua. Amo todos na minha vida, daria a vida sem pestanejar pelos meus e fá-lo-ia alegre mas tu és o Amor da minha vida, a alma antiga que me acompanha desde antes de mim, que me inspira os livros e me sopra o fôlego dos sentimentos.<br />
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Deixei de vir aqui, Mamã, mas por ti regresso sempre...<br />
Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-42537052117911127842019-09-07T10:37:00.000+01:002019-09-07T10:37:04.043+01:00Sardenha em catalão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYDn3awVioY0eE-tIYacfD1354eabVOjqe7aQPup7SQnDAjDbME_9sQpygDSHZe4HsIMQgi_wJ2VHbDkdSb78hl6koRz0q7XPdlz6JqLW623jYzX1xXO6bG-SHHuY5m_f-CVe2NqiX9ek/s1600/IMG_20190805_104653.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYDn3awVioY0eE-tIYacfD1354eabVOjqe7aQPup7SQnDAjDbME_9sQpygDSHZe4HsIMQgi_wJ2VHbDkdSb78hl6koRz0q7XPdlz6JqLW623jYzX1xXO6bG-SHHuY5m_f-CVe2NqiX9ek/s400/IMG_20190805_104653.jpg" width="400" /></a></div>
Na Sardenha fala-se, naturalmente, italiano e fala-se o dialecto local,o sardo. Porém, aqui na parte ocidental da ilha fala-se catalão Na verdade, o Reino medieval de Aragão tinha aqui domínios e a língua perdurou até agora. Nas ruas, a informação é bilíngue italiano e catalão e há mesmo um monumento ao orgulho linguístico catalão e à sua preservação. Amante de línguas e semi-poliglota, fascinam-me estas curiosidades. Sorrio a este bi ou tri-lingualismo na Sardenha. Preserve-se.Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-29122687767482149802019-09-04T10:30:00.000+01:002019-09-04T10:30:04.164+01:00Sardenha: Alghero<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSswu85P9bxwXPZBVFYpmbD9fDvE2b6juthz5l43sBN6ENGSlWX3tx-_Yu1Gr4tbMeFscXST60VceaS2koygiP9DkOFFB_Gwn4VE4H8N_83H0iVo_gSJGK0yhI3smDb-mTkXYrS1ohyphenhyphenQk/s1600/IMG_20190805_104924_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSswu85P9bxwXPZBVFYpmbD9fDvE2b6juthz5l43sBN6ENGSlWX3tx-_Yu1Gr4tbMeFscXST60VceaS2koygiP9DkOFFB_Gwn4VE4H8N_83H0iVo_gSJGK0yhI3smDb-mTkXYrS1ohyphenhyphenQk/s400/IMG_20190805_104924_1.jpg" width="400" /></a></div>
E lá tive de ir a Alghero para não dizer que não fui à cidade sarda mais importante aqui neste pedaço de Sardenha em que me encontro para uns dias de recarregamento de baterias <i>all by myself. </i>Foi um ano tão extenuante profissionalmente que preciso isolamento e <i>dolce far niente</i> e a Itália, já se sabe, é que inventou esse conceito. Bom, para Alghero, então.<br />
Era uma vilota piscatória, agora convertida ao turismo da chinelice. Há parques de campismo gigantes à volta do perímetro urbano e as praias limítrofes não são as mais bonitas da região. Perco-me nas ruazinhas. Descubro igrejas mas, sobretudo, fico parva com o comércio de coral vermelho. Pensava que já estava interdita ou, pelo menos, muito limitada a extracção coralífera, Pelos vistos não. Já tinha lido nas brochuras que promovem Alghero que é a capital do coral vermelho mas não pensava que era este absurdo. Enoja-me. Fujo. Só penso, como tenho pensado muito nesta viagem desde que, do céu, vi o Tejo seco, que isto não vai acabar bem para nós. Daremos cabo do planeta se continuarmos assim mas esquecemo-nos que o planeta terá a última palavra. Não é o planeta que morrerá, é o Antropoceno que dará lugar a uma outra era do planeta, uma em que, tal como sucedeu aos dinossauros, nós não estaremos presentes.Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-20843658249241666992019-08-31T11:13:00.000+01:002019-08-31T11:13:03.660+01:00Sardenha: De autocarro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw0wEqdhNNy4CZ_hjqqp4X3TAUb1FjqA0tDWu9rE7tahpF0saPGdLRRTNL_a4hSn8lIUaqeO2aMc0iAwgO4PC9pBgew2kLBtR6Bq1KooZIqmwB3an8AUyGCmrlbaRiv-yzscvnjHN9J-M/s1600/IMG_20190805_124001.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw0wEqdhNNy4CZ_hjqqp4X3TAUb1FjqA0tDWu9rE7tahpF0saPGdLRRTNL_a4hSn8lIUaqeO2aMc0iAwgO4PC9pBgew2kLBtR6Bq1KooZIqmwB3an8AUyGCmrlbaRiv-yzscvnjHN9J-M/s400/IMG_20190805_124001.jpg" width="300" /></a></div>
Peço um <i>chauffeur </i>privado no hotel que me leve a passear e a ver vistas. Enfim, quero um guia privado porque venho sem paciência par alugar um carro e não participo em excursões e empacotamentos para turistas.<br />
- <i>Signora</i> - diz-me a recepcionista do hotel -, por que quer um motorista se temos um serviço de autocarros que vai de Alghero a Cappo Caccia e passa por todas as praias e sítios bonitos?<br />
Insisto que, então me chamem um táxi.<br />
- <i>Ma, Signora</i> - oiço insistência de volta -, tem aqui o horário e o bilhete diário custa só seis euros.<br />
Decido contra a minha intenção e sigo o conselho, apesar de desconfiada. Afinal, não ando de transportes públicos desde nem sei quando e, sabendo do gosto italiano para a confusão e não cumprimento de horários, palpita-me que posso arrepender-me de ir ao arrepio do meu pseudo-bom-senso.<br />
O meu hotel está no meio de uma floresta de pinho manso à borda de água mas nas traseiras da propriedade passa a estrada que vai até Alghero, a vinte e tal quilómetros, e que, no lado oposto, vai por todas as praias, baías e enseadas até à monumentalidade natural de Cappo Caccia. Ponho-me na estrada à espera do autocarro. Os italianos são loucos ao volante e, apesar do traço contínuo, vejo ultrapassagens triplas numa estrada onde mesmo dois veículos em contra-mão se têm de encolher. Vendo a estrangeira loura, os carros e motas apitam-me e oiço chamaram-me <i>bella ragazza italiana</i>! Farto-me de rir de mim para mim e escangalho-me algumas vezes. Aprecio a experiência e só regressarei ao hotel ao fim do dia. Nunca seis euros me levaram tão longe, me renderam tanto ou me fizeram admirar vistas tão deslumbrantes.<br />
A felicidade, de facto,precisa de muito pouco. Gratidão...<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCGRrP0ng13A0FU2txF4Svo4kXGzBm9r4tNyBfb9Ph0Pvj4DH63z0rldHlqgY2LHnCZjootdI71dpTaWSI0REGUuopzW_gPzKiEQJoJGzjC69mlaTfte7PbDctmIg4q6MuT0i7_xV0eVw/s1600/IMG_20190805_154758.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCGRrP0ng13A0FU2txF4Svo4kXGzBm9r4tNyBfb9Ph0Pvj4DH63z0rldHlqgY2LHnCZjootdI71dpTaWSI0REGUuopzW_gPzKiEQJoJGzjC69mlaTfte7PbDctmIg4q6MuT0i7_xV0eVw/s400/IMG_20190805_154758.jpg" width="400" /></a></div>
Há qualquer coisa de A Guerra dos Tronos neste penhasco vertical e sua escadaria de medo até às grutas À borda de água. Estou em Cappo Caccia. Venho aqui em aventura. Disseram-me que podia vir por mar ou, se fosse aventureira, por terra. Escolho a aventura e a vertigem, eu que sou vítima com provas dadas de intolerância às alturas. Ai, o medo, esse sedutor.<br />
São seiscentos e muitos degraus a pique esculpidos na verticalidade do penedo. O mar é fundo no fundo mas tão incomensuravelmente azul. Poucos se aventuram. Um ou outro casal que desce, aventuroso como eu na minha solidão. Depois há uma ou outra alma que passa por mim subindo, os bofes de fora, a pele ruborizada pelo chicote do sol. Ainda bem que trago t-shirt e calções e chapéu e água A descida é penosa, a subida será um calvário mas vale a pena. Testo limites. Confronto o sol inclemente e olho para a extensão líquida onde vive Poseidon a quem aqui chamam Neptuno e que dá nome às grutas que chamam chusmas de turistas lá onde o penedo toca na água.<br />
Ao cabo da descida, heróica para mim que sobrevivi às vertigens estando só, a entrada da gruta. Há um ancoradouro para os turistas que preferem vir no conforto dos barcos turísticos que os vomitam à entrada das cavernas. Olho para a fila de centenas de gente de mochila às costas e penso que não estou para aturar isto. Estou de férias e não me considero uma turista apenas. Desisto de ver as grutas dessecradas e devassadas por tanta e tanta gente. Faço-me à escadaria do precipício. Absorvo as vistas, sinto os pulmões e chego a fim, bem no cimo da montanha de pedra a desejar sentar-me nem que seja no chão. Recomponho a respiração. Estou feliz com o meu feito e aqui de cima a vista deste mar é sublime. Sublime. Estou só e a paisagem é tão tudo.<br />
Gratidão...Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-19503640291409440032019-08-24T10:44:00.000+01:002019-08-24T10:44:03.007+01:00Sardenha-Paraíso<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6eqVWHb9f9jcvscrWsFIcZBf8lJN0NkleQs-ubWDmnxw7u2KWq8620cZcbbBnWkn9GWJGF36gaJ-OhUpDH3Cj4DwJ8UbPTyYWwIaeHa4fdxOPldS3eHs35A8HbwDCS586Uj-0qKnXe_Q/s1600/IMG_0096.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6eqVWHb9f9jcvscrWsFIcZBf8lJN0NkleQs-ubWDmnxw7u2KWq8620cZcbbBnWkn9GWJGF36gaJ-OhUpDH3Cj4DwJ8UbPTyYWwIaeHa4fdxOPldS3eHs35A8HbwDCS586Uj-0qKnXe_Q/s400/IMG_0096.JPG" width="400" /></a></div>
Em Portugal chove em Agosto o Tejo está seco e há uma comoção por causa de greves de motoristas. Estou a um mundo de distância e acredito que ainda há paraísos na Terra. Não sei se durarão muito mais com este abuso que impomos ao planeta. Para já, desligo a mente, não quero saber de notícias e vou viver numa bolha auto-imposta e fantasista. Andamos todos a precisar de escapes de um mundo cada vez mais absurdo.<br />
Inspiro o Mediterrâneo meu amigo numa Sardenha onde nunca vim.Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-68685851795635160032019-08-21T10:42:00.000+01:002019-08-21T10:42:01.864+01:00Rumo à Sardenha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoycM-zOsyLQihCUJmM3Cy3EBU2o-S0D5bRVQkP3FkxpY_zf3YGprvpvhAhBrzpkVzXPsk0K-DV7uaYhk4XW-3An_F3VQ2dVzwA4_5-mslNXX3uNV30AfQec3-YWS3qqY-W8gCpCMetsc/s1600/IMG_0068.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhoycM-zOsyLQihCUJmM3Cy3EBU2o-S0D5bRVQkP3FkxpY_zf3YGprvpvhAhBrzpkVzXPsk0K-DV7uaYhk4XW-3An_F3VQ2dVzwA4_5-mslNXX3uNV30AfQec3-YWS3qqY-W8gCpCMetsc/s400/IMG_0068.JPG" width="300" /></a></div>
Depois de vários anos a viajar sem intermediação de agências, este ano em que profissionalmente me desgastei como nunca, preciso de entrar numa espécie de retiro do mundo e de tudo. Desligar. Estiar. Como o Mediterrâneo sempre me foi amigo e abrigo, escolho a Sardenha. Bem sei que é infestada de turistas, por isso na agência que vai tratar deste escape, pois nem força tenho para planear as férias e dou de bandeja que mas tracem e mas dêem prontas a consumir, o pré-requisito é explícito: não quero proximidade à Costa Smeralda, não quero enxames de turistas à volta. Quero paz e sossego.<br />
A agência que contrato só trabalha com viagens à medida por isso a escolhi e, por isso, a certeza de que estará à altura. Encontram-me um local fantástico numa zona menos descoberta da Sardenha. Nunca ouvi o nome Alghero na vida, nem sabia que aí havia um aeroporto. Há. Só deve receber meia dúzia de voos por dia. É longe de Cagliari, a capital da Sardenha. Longe da Costa Smeralda, o íman de turistas na Sardenha. O hotel onde vou ficar nem sequer é em Alghero. Perco-me e é mesmo isso que desejo. Sardenha,aqui vou eu!Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-12654940805582972232019-08-17T10:31:00.000+01:002019-08-17T10:31:00.290+01:00Córsega-Sardenha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4Lkkk5oKPyJ2kbAyRqbk9CkbHDSOcQMQc-96eu6Lfz2ospX4kdp-sqk77NDs5lzsd3gTkJXH0Wx_RkQjFYI-Nv7qZ1Q5BME6mL292r01mmxtyRT6cevWQEtSU1sC-83XfNSRccYzzVJY/s1600/IMG_20190803_142737.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4Lkkk5oKPyJ2kbAyRqbk9CkbHDSOcQMQc-96eu6Lfz2ospX4kdp-sqk77NDs5lzsd3gTkJXH0Wx_RkQjFYI-Nv7qZ1Q5BME6mL292r01mmxtyRT6cevWQEtSU1sC-83XfNSRccYzzVJY/s400/IMG_20190803_142737.jpg" width="400" /></a></div>
Por muito mundo que eu corra, há sempre um chamamento que não sei como nasceu mas que sei de onde vem. Chama-se Mediterrâneo. Talvez que me tenha sido incutido pelo David Attenborough e pela sua série que mais me marcou a adolescência e se chama "O Primeiro Éden: O Mundo Mediterrânico e o Homem"ou talvez tenha nascido nos Verões com cheiro a pinho no Algarve da minha infância, dias longos e felizes passados com a minha família luso-alemã. Não sei, só sei que Mediterrâneo me é irresistível e, embora o Algarve não seja mediterrânico, o cheiro é e o cheiro é um poderoso criador de memórias. Sempre fui feliz no Mediterrâneo, esse mar quase sem vento e sem marés. Qualquer das orlas, sul, norte, este, oeste me são favoritas. Este ano vou conhecer mais um destino neste <i>Mare Nostrum</i>. Acho piada ao sobrevoo entre a Córsega e a Sardenha, o motor do avião, que me está na mira de visão, a fazer a divisória entre estas ilhas do Mediterrâneo ocidental. Vou para um delas. Talvez para o ano, ou em breve, vá à outra. Já estou feliz e ainda não aterrei. Primeiro vou a Roma fazer um transbordo e já regresso aqui.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-47653951484625644402019-08-14T10:19:00.000+01:002019-08-14T10:19:13.543+01:00Já não há Tejo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjHiL32myPllebhQKZJHa_8m8lzUfrxEq4JrFlPsZMU5KtUQ84Uhm6i3isAscOdeFoBu38ZkdfKpwJg5O9LZ_umT7kY44CEe0ALTP5q6zvzQPHxwf72xe3LGu83cpduPePlRVWUJuGcIE/s1600/IMG_0063.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjHiL32myPllebhQKZJHa_8m8lzUfrxEq4JrFlPsZMU5KtUQ84Uhm6i3isAscOdeFoBu38ZkdfKpwJg5O9LZ_umT7kY44CEe0ALTP5q6zvzQPHxwf72xe3LGu83cpduPePlRVWUJuGcIE/s400/IMG_0063.JPG" width="400" /></a></div>
Sobrevoo a planície da várzea ribatejana e vejo um risco serpenteante cor de areia onde deveria estar um fio azul líquido. De Santarém para cima o Tejo secou. A constatação entristece-me na mesma medida em que me surpreende e me zanga. Serei só eu a notar este desastre? O que é que andamos a fazer e como vamos viver neste cenário de devastação?Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-36355267145899669502019-08-10T10:17:00.000+01:002019-08-10T10:17:15.462+01:00O sol que queria ser<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCeRtFFMUzaPFebRNFHJI3YT9pK8YJK5x-tDuOaG_6BHBRioXn51T4od7bXFbREX7g2HADdpgStBrMpSJM3tubEF9WIWhOpH9OST9gr2gHKEO8RAcWNy8gkgHzefT0W9lcP1nz9BIGMTE/s1600/IMG_20190720_183229_1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCeRtFFMUzaPFebRNFHJI3YT9pK8YJK5x-tDuOaG_6BHBRioXn51T4od7bXFbREX7g2HADdpgStBrMpSJM3tubEF9WIWhOpH9OST9gr2gHKEO8RAcWNy8gkgHzefT0W9lcP1nz9BIGMTE/s400/IMG_20190720_183229_1.jpg" width="400" /></a></div>
Tenta e tenta. Tentou. Planeta mágico este...Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-83852799470564000952019-08-07T10:57:00.000+01:002019-08-07T10:57:01.450+01:00Mudança de vida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI6UHEXwwjM1CmRkUglYpNN7E139uTxLe48z2cBmD-_Cy4iEmF_4uZKkkN22CCpOYzcuyYr8A4qOWXl0DddzZdFtihsYN8N2X9aFcSe3yPr0Od1qTX7qv0ZADdRNodNKIbvKs8QEFfPS0/s1600/20190721_175609.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1600" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiI6UHEXwwjM1CmRkUglYpNN7E139uTxLe48z2cBmD-_Cy4iEmF_4uZKkkN22CCpOYzcuyYr8A4qOWXl0DddzZdFtihsYN8N2X9aFcSe3yPr0Od1qTX7qv0ZADdRNodNKIbvKs8QEFfPS0/s400/20190721_175609.jpg" width="400" /></a></div>
Sem que nada o desse a entender, esta estação de comboios, numa Baixa lisboeta que nunca frequento, nem mesmo me são sítios próximos as estações de comboio, mudou-me a vida há exactamente dez anos. Nunca mais nada foi igual. A própria Lisboa não era igual a esta, tão sobrelotada.<br />
A cor da noite caíra sobre o céu, o relógio da Estação do Rossio marcava as 21.30. A vida aconteceu e acontece desde aí...Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-91086611906597800932019-08-03T10:32:00.000+01:002019-08-03T10:32:01.725+01:00Acordar com Atlântico<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN6YfA1G7UcLThciiB7r0TgHsEXamfMWR-ZP6-uJuMojabGl1xbIDOfnVQ9kJO-XLZo6H77U6Ov4nCD6Ol0f9vNH4yEkZsX0lSDfFoTXB1BmzPJSMMhbbj4ccF_nlVj-5vTbgvtW7ebzg/s1600/IMG_20190720_154242.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgN6YfA1G7UcLThciiB7r0TgHsEXamfMWR-ZP6-uJuMojabGl1xbIDOfnVQ9kJO-XLZo6H77U6Ov4nCD6Ol0f9vNH4yEkZsX0lSDfFoTXB1BmzPJSMMhbbj4ccF_nlVj-5vTbgvtW7ebzg/s400/IMG_20190720_154242.jpg" width="400" /></a></div>
Pensei acordar num atlântico inundado de sol e azul. Acordei entre brumas e cinzentos. Fixei-me na beleza selvagem e nórdica que a palidez das cores evoca. A meio do Norte, este Atlântico é tão vasto, profundo e misterioso que me lembra paisagens muito mais setentrionais e frias. Depois há o vento, essa presença aqui denominada nortada, o vento que nos refresca as noites, tão diferentes das do domesticado Mediterrâneo. Aliás, comparo sempre estas duas massas de água na lembrança de que uma é um oceano, a outra um mar e só isso faz toda a diferença.<br />
Abro a portada e inspiro a brisa salina que me desalinha os cabelos e cuja frescura considero fria na contacto com o corpo. Podia ter acordado num belo dia de sol azul mas este cinza também tem o seu encanto.Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-2869884782173034802019-07-31T16:53:00.001+01:002019-07-31T16:53:48.978+01:00Ir ao Teatro<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi4QMD012mtOhOeOxYHUt-MvvAeOza0PW1iJQIxHMXpqzWlMP4ep6oIxMXE3HaK3Y5WP99EuvqeAtG66zqMgsmmrDgpYPkUlAXvcQlxXg8hyKtC-DznY17MeD5fawpDc61OMC3qTWNk0o/s1600/IMG_20190721_155625.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi4QMD012mtOhOeOxYHUt-MvvAeOza0PW1iJQIxHMXpqzWlMP4ep6oIxMXE3HaK3Y5WP99EuvqeAtG66zqMgsmmrDgpYPkUlAXvcQlxXg8hyKtC-DznY17MeD5fawpDc61OMC3qTWNk0o/s400/IMG_20190721_155625.jpg" width="400" /></a></div>
Já não ia a espectáculos no teatro Nacional D. Maria II há anos. No entrementes, já tenho usado o café do <i>foyer</i> como ponto de encontros (às vezes desencontros, pois já calhou marcar qualquer coisa lá e estar fechado). Fui agora, num destes Domingos de sol e Lisboa infestada de turistas. Não sei porquê senti-me um misto entre indígena lusa e estrangeira alemã. Tem dias assim quando se vive na hibridez. Acho que foi dos turistas todos, ou de o espectáculo estar legendado, ou de eu ter ido no carro a ouvir música alemã. Foi o que quer que fosse.Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-1565161068083370912019-07-27T10:04:00.000+01:002019-07-27T10:04:00.544+01:00Da vida no campo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj368cZiokaQJQtMaYOZANINIieuLGlFEqVLiC8cO6k7af06RwEWbSbN8D5Mho2jQfXhzL8nkiM4vMnx107Q19x_JVQaqiOEATPHuZXkilm1j4GItm2-quVllG1C4DCUjAGoOaXQIs0ZQA/s1600/Fruits.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1042" data-original-width="1600" height="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj368cZiokaQJQtMaYOZANINIieuLGlFEqVLiC8cO6k7af06RwEWbSbN8D5Mho2jQfXhzL8nkiM4vMnx107Q19x_JVQaqiOEATPHuZXkilm1j4GItm2-quVllG1C4DCUjAGoOaXQIs0ZQA/s400/Fruits.jpg" width="400" /></a></div>
Viver no campo não tem o <i>glamour </i>da vida na cidade. Aqui não temos museus, cinema, restaurantes da moda com pratos super-instagramáveis, não temos <i>street art</i>, nem bulício internacional. Somos uns saloios que não gostam de confusão. Eu sou um híbrido nascido numa cidade grande, num país estrangeiro que trabalha numa capital movimentada e que aguenta as idas e vindas só para vir dormir a casa, no campo, rodeada de verde, sem cinemas, nem restaurantes de comidas super-instagramáveis. Mas aqui sou-me e tenho-me e chegar a casa ter na mesa à minha espera o fruto da terra e do trabalho do Homem que comigo repartem estas gentes campestres é impagável. se eu podia viver na cidade? Poder podia mas não me seria o que sou.<br />
Obrigada, a quem aqui neste meu campo me abraça em generosidade.<br />
Esta semana deram-me maçãs, pêras, amoras, pimentos, tomates, pepinos, courgetes e salsa. Calhou esta semana, noutras dão-me outras coisas na circularidade do Tempo da terra...Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-80112964724735458542019-07-24T10:06:00.000+01:002019-07-24T10:06:06.892+01:00Só mais uma flor<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimLk8drsoqRStqHJP_DccYemuoNYa9HmIYJm_0X8B5VcNXcN_d3Z0OVHqAI5VDjjYsH7YIeqIPXkhyphenhyphenqReEqqari3HQdJS_Fk6YdkjopmYboGq_l4h16XZlUmPkMHw9dsU6JF5eHpPNDOo/s1600/Flor2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimLk8drsoqRStqHJP_DccYemuoNYa9HmIYJm_0X8B5VcNXcN_d3Z0OVHqAI5VDjjYsH7YIeqIPXkhyphenhyphenqReEqqari3HQdJS_Fk6YdkjopmYboGq_l4h16XZlUmPkMHw9dsU6JF5eHpPNDOo/s400/Flor2.jpg" width="400" /></a></div>
Se calhar ando a dar muita importância às flores que vejo aqui pelo campo. se calhar é porque cada vez tenho menos tempo para apreciar este campo, a Natureza e todo este ambiente que me faz vida. Se calhar é um reflexo da clausura em que vivo porque há outra vida a chamar. Alegro-me por ainda ter a capacidade de observar momentos. Uma flor no chão e, de súbito, apercebo-me da Natureza que está sempre aqui, eu é que não...Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-63778505955990141122019-07-20T10:01:00.000+01:002019-07-20T10:01:01.118+01:00Tapete de flores<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgroZdF2AnxBaiSoSaLdUhNcT-d6Zj6-1itnXIXBraJxUgXQxX_OJxBhAVwXFifQTn22lizy5QUqVISvQzthorX69kwg-53WqALSxsydggDWYxmIO28T-kNI3CAIQLwKhDemghYHTuLfDw/s1600/Tapete+de+flores.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgroZdF2AnxBaiSoSaLdUhNcT-d6Zj6-1itnXIXBraJxUgXQxX_OJxBhAVwXFifQTn22lizy5QUqVISvQzthorX69kwg-53WqALSxsydggDWYxmIO28T-kNI3CAIQLwKhDemghYHTuLfDw/s400/Tapete+de+flores.jpg" width="400" /></a></div>
Percebo porque é que há festas populares em que as ruas se cobrem de tapetes de flores. É o Homem que tenta imitar a grandiosidade singela da Natureza. Como é que uma pessoa não há-de maravilhar-se quando caminha sobre caminhos de flores?Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-39546530114241592702019-07-17T09:57:00.000+01:002019-07-17T09:57:05.685+01:00Flores silvestres<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBAquMa-IwznPbsE1Y7sqWP1oevTcXqUBQGrFaX_zdijQoqTIwdoLHErszETTeXNG8F8jWh0-nQcSwLSZdIATphslndVD6W6kjEOaUMFVIaui86cSw6XTQL2eWusmdUpJ7XfK1hAaNA8U/s1600/C%25C3%25A2mpanula.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiBAquMa-IwznPbsE1Y7sqWP1oevTcXqUBQGrFaX_zdijQoqTIwdoLHErszETTeXNG8F8jWh0-nQcSwLSZdIATphslndVD6W6kjEOaUMFVIaui86cSw6XTQL2eWusmdUpJ7XfK1hAaNA8U/s400/C%25C3%25A2mpanula.jpg" width="400" /></a></div>
Encontrei esta flor andando por aqui nos meus passeios campestres. É minha conhecida mas não lhe sei o nome: campainha?, câmpanula?, lírio silvestre? Não faço ideia mas, na sua simplicidade alva, é das coisas mais inundadas de luz e beleza que ver se possam. Há que dar graças pelas pequenas maravilhas...Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-16343449604180457872019-07-13T09:50:00.004+01:002019-07-13T09:50:58.981+01:00Acabou o nojo pós-divórcioEntão parece que a Lei acabou com a lei do período de nojo pós-divórcio. O que me espanta é como houve uma lei tão estúpida como essa. O que me mais do que espanta é como eu não só apanhei com essa lei como a cumpri por excesso porque depois de o meu divórcio ter sido decretado, ao fim de sete anos de bulha, eu desapareci do sistema de registos nacional e levaram que tempos a encontrar-me.<br />
Enfim, haja esperança para quem quer a liberdade.Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-91395250466010876692019-07-06T10:02:00.000+01:002019-07-06T10:02:05.353+01:00Floresta no Montejunto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRUdJywEISlH_1NYWFEYCGRFS_iHadCvt-kLKsliXhzK7s7X5_FqdVAyBH7eOwail1-8_cxJZB7QLWPteKzpsLvRGTowZJIR1nVi95DSBnogPX-MrgXTfg_EfY3QELoQ6O_l3n5D5jpUQ/s1600/Montejunto.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRUdJywEISlH_1NYWFEYCGRFS_iHadCvt-kLKsliXhzK7s7X5_FqdVAyBH7eOwail1-8_cxJZB7QLWPteKzpsLvRGTowZJIR1nVi95DSBnogPX-MrgXTfg_EfY3QELoQ6O_l3n5D5jpUQ/s400/Montejunto.jpg" width="400" /></a></div>
Há coisas perto de casa que são tão misteriosas, desconhecidas ou tomadas por garantidas que mal delas nos damos conta. Venho às arribas do Montejunto num dia em que desponta a Primavera. A floresta despida a tomar-se de sol, enquanto inspira serenamente, para o verde que aí vem, tem contornos de paisagem boreal dos contos dos irmãos Grimm. Quase parece uma floresta encantada de onde se espera surjam cavaleiros ou onde se escondem bruxas e fadas. Um passeio aqui, tão perto e tão longe da grande cidade, é entrar em todo um mundo de maravilha.Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-44070075494679053522019-07-03T10:15:00.000+01:002019-07-03T10:17:03.607+01:00Jerez de la Frontera<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkZyIecPjq-2c-wgF7uz8hOyZS2N3jZYRXBylgekMPkfFgOW6t3a50lXTj3kOQIQuYFvQwVwbMXlv2931P4f1vTF-Xy6xb-UulrQR6NuIE2yERIsUDWKhyphenhyphentVebkmn3vwQHgL0YAaTCsR4/s1600/Jerez.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1146" data-original-width="1600" height="286" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkZyIecPjq-2c-wgF7uz8hOyZS2N3jZYRXBylgekMPkfFgOW6t3a50lXTj3kOQIQuYFvQwVwbMXlv2931P4f1vTF-Xy6xb-UulrQR6NuIE2yERIsUDWKhyphenhyphentVebkmn3vwQHgL0YAaTCsR4/s400/Jerez.jpg" width="400" /></a></div>
Nunca me tinha acontecido ir a uma cidade monumental de fama e glória e encontrar a catedral fechada, penso que por causa da hora da <i>siesta</i>. Parece-me, mesmo, inaudito mas é o que aconteceu. Chego eu, pronta para me embrenhar em Jerez, que se deve chamar "de la Frontera" por ter sido aqui em tempos antanhos uma fronteira com os territórios mouros do al-Andaluz, e a cidade está fechada. O comércio fechado, a catedral fechada, o Alcázar fechado. Há uma <i>bodega</i> típica que faz provas de xerez, como convém na pátria deste vinho, ao pé de onde estacionamos o carro. Espreitamos só pois, palpita-nos que haverá tantas que poderemos escolher a que mais nos agradar. Rumamos ao centro da cidade e deparamos com o panorama desolado. Aberto, apenas a adega do Tio Pepe, íman turístico que não apela pela quantidade de gente que, estando o resto da cidade fechada, aí encontra com que se entreter. Dispenso e refazemos os passos até à <i>bodega</i> simpática e castiça ao pé do carro aparcado. Má sorte, triste fortuna. No entrementes de termos ido dar de caras com a catedarl fechada, os monumentos fechados e as filas de turistas a querer experiências vínicas pré-fabricadas, a <i>bodega</i> fechou. O que trago de Jerez? Nem uma garrafinha de vinho para recordação. Fuga foi o sentimento que dali nos levou.Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-47308887157756495662019-06-30T09:45:00.000+01:002019-06-30T09:45:02.694+01:00Gibraltar visto de Espanha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGeBNU92GGByr_R5Q8hh67AQJijHT_y5iGH2DND2Ztmp99nCaejWQQrgSoIx119QmHyJU2YoLqsSix_Fb_TsL2PM1fFqhbrARyje_W_3LrA-260Y6Eo9adMeaVgo6kvar61a_oC9u3kek/s1600/Gibraltar2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGeBNU92GGByr_R5Q8hh67AQJijHT_y5iGH2DND2Ztmp99nCaejWQQrgSoIx119QmHyJU2YoLqsSix_Fb_TsL2PM1fFqhbrARyje_W_3LrA-260Y6Eo9adMeaVgo6kvar61a_oC9u3kek/s400/Gibraltar2.jpg" width="400" /></a></div>
O dia em que estive em Gibraltar estava nublado, pardacento, melancólico, muito diferente do dia em que subo aos montes vizinhos e o observo ao fundo na sua solidão de rocha escarpada e velha. Só assim se tem a real percepção da sua diminuta dimensão no coração de Espanha. Do aglomerado urbano que circunda O Rochedo, apenas uma ínfima fracção é Gibraltar, tudo o resto é Espanha que faz questão de se encostar o máximo que pode à fronteira. Mal se dá por ela. Parece uma portagem em hora de ponta e nada mais, ou um porto onde atracam <i>ferries</i> e se assista ao movimento de gente e carros de um lado para o outro. Olhando para a vastidão espanhola, Gibraltar, e o Rochedo em particular, têm a minúscula e dolorosa dimensão de uma ponta de alfinete ali cravada. Majestoso, O Rochedo domina, na sua altivez, a paisagem envolvente. Não é o promontório mais alto daquelas cercanias mas é singular pelo seu obstinado destaque e o não querer ligar-se à cordilheira que o cerca por todos os lados menos do do mar. Fiquei-lhe com respeito... Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-63635138162353080712019-06-28T09:35:00.000+01:002019-06-28T09:35:01.554+01:0021Às vezes penso quando é que vou deixar de vir aqui, de me lembrar deste dia, quando o vou esquecer ou fazer dele uma banalidade normal daquelas que nos passam despercebidas. Acho que não o faço por isso seria traír-te, menorizar-te no meu coração, quando menor é tudo o que não és nem nunca foste. O filho que eu teria tido, se fosse vida e não morte o que assinala esta data, seria um adulto na plenitude da maioridade, aquela a que se chegava antes de ela ter descido aos dezoito anos do fim adolescente. Quem seria e o que faria com os seus vinte e um anos. Que vida teria eu tido mãe dessa pessoa? Ao invés, tenho sido filha ferida pela saudade e pela amputação. Nunca o superei, como não o quero superar.<br />
Não é masoquismo esta lembrança, é uma forma de me avivar de ti, Tu que andas sempre presente e te fazes notar a cada instante. A vida seguiu-nos, de uma maneira estranha, é certo, mas seguiu. Hoje temos o que temos, sendo o que somos, órfãos de ti mas gente viva que viveu o que soube e pôde depois daquilo. Vinte e um anos, Mãe. Vinte e um, tenho de repetir para me dar conta do lapso de tempo menos rico e feliz que passou entre aquele dia e hoje. Lembro-me de como pensava que cinco anos eram tantos, depois dez e mais e agora isto, este número com tendência a crescer, enquanto decresce a minha proximidade de ti.<br />
No meio disto tudo sou feliz. Feliz porque te tenho e feliz da sorte que me fez ser-te o que sou. Não me fiz mãe de algum filho que agora fizesse vinte e um anos e estivesse prestes a seguir a sua vida longe de mim. Continuei filha e filha morrerei, como morreria se me tivesse feito mãe como a tua outra filha. É assim a vida, eu venho aqui, um dia estarei aí.<br />
Não se dizer como te amo... Mãe.Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-26845940019931314062019-06-26T11:41:00.000+01:002019-06-26T11:41:00.637+01:00Baía de Cádiz<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Associo Cádiz às descobertas espanholas, aos tempos imperiais, a uma época de navegações e rivalidades com Portugal. A localização de Cádiz tem o privilégio e a sorte de lhe dar duas caras, uma virada para um porto abrigado, gigante e sereno, e outra que a projecta para o mar aberto. É uma língua de terra rodeada de água e esse geoestrategismo deu-lhe a história e a importância. Ir a Cádiz obriga a que lhe façamos a circunferência. entremos pelas ruas do casco histórico e apanhemos a marginal nas costas da catedral Sigamos pela marginal que contorna o mar ventoso, continuemos e entremos pela marginal que percorre a serenidade da vasta baía.<br />
As praias ficaram algures na década de 1950, parece-me. Guardam uma nostalgia perdida que não as torna modernas mas sim reminiscentes de esplendores de outrora. Têm também qualquer coisa de magrebino, o edifício de banhos, agora albergue arqueológico meio abandonado, teria enquadramento pleno numa praia marroquina ou tunisina, aqui fica numa descontextualização paradoxal de uma Espanha que, afinal, foi árabe. É neste cadinho de confluências culturais e geográficas que se ergue Cádiz, cidade de amarelos e rosas pálidos em fundos azuis de céu, mar e baía. Esperava, confesso outra monumentalidade, algo imponente como Sevilha ou, mesmo, Salamanca (tão diferente do espírito andaluz) mas Cádiz não é isso. Tem uma catedral de colosso, como convém e como seria expectável, tem igrejas de tamanho tudo menos menor mas falta-lhe o esplendor palaciano. é terra de comércio, de mercadores e marinha e exércitos estacionados, não é um local de grandes portentos cortesãos. Talvez necessite um pouco mais de carinho nos edifícios devolutos ou semi mas, quiçá, talvez seja isso que lhe dá o charme negligenciado...Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2109406319784361937.post-65865296118729503682019-06-23T11:19:00.000+01:002019-06-23T11:19:02.227+01:00Macacos de Gibraltar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Fomos bem avisados que os macacos do Rochedo são atrevidos, impertinentes e totalmente donos do espaço. São conhecidos por "roubarem" os turistas e pela dentada ocasional em gente mais imprevidente. Logo à entrada do teleférico, fotos de dentes aguçados avisam para o perigo de mordeduras. Não vou sem falta de aviso.<br />
São a única colónia de macacos em solo europeu. Macacos de Barbária. Vi os seus primos há muitos anos empoleirados nas coníferas do Atlas marroquino. São iguais, a mesma pelagem densa dourado-acastanhado e avivam-me memórias de uma série menos conhecida, mas minha preferida, do David Attenborough, "O Primeiro Éden: O Mundo Mediterrânico e o Homem". Ao evocar a fauna mediterrânea veio aqui filmar estes macacos isolados e é ao vivo, neste seu habitat, que os venho encontrar. Movem-se com incrível agilidade nos penhascos. Dá-me vertigens vê-los a correr nas escarpas. Não me aproximo muito embora eles se aproximem de mim. Penso que me vão agarrar a carteira e, por isso, não quero cá intimidades. Entram pela cafetaria adentro, remexem em lixos e pacotes. São tudo o que eu pensava que seriam. Deixam-se fotografar mas pedem coisas em troca. São negociantes e mercenários que olham para nós com o desprezo altaneiro que, justificadamente, lhes merecemos. Em suma, mandam em nós e deixam-nos pensar o contrário. tiro-lhes o chapéu!<br />
<br />Blondewithaphdhttp://www.blogger.com/profile/10439280318710592630noreply@blogger.com1