29 de janeiro de 2008
Cabinet Reshuffle
28 de janeiro de 2008
Didn't we all know?
27 de janeiro de 2008
Carta Aberta a Palavrossaurus Rex
26 de janeiro de 2008
Let's Get Physical
23 de janeiro de 2008
O Eufemismo do Luto
A maneira evasiva como as coisas se dizem nesta língua. Mas depois, a maneira penosamente sentimental com que as coisas se tratam.
O sofrimento não tem de ser vivido com eufemismos: faleceu, foi a sepultar... Para mim é tudo mais directo: O João morreu, ponto final. Enterrámos o João, ponto final. Porque é que temos de mascarar o imascarável?
E depois lá vem o carregamento penoso do vector emocional: partiu para sempre, já não está cá, nunca mais virá e toda a lamúria que acompanha estas verbalizações. Mas que falta de esperança esta num país Católico? Que desespero tão finito? A Vida será assim tão estanque? Não vivem os mortos infinitamente? Não estão, por acaso, sempre connosco?
Esta é a primeira Morte realmente "à portuguesa" que estou a viver. Entrou-me porta dentro na sexta-feira. Inesperada, surpreendente. E surpreendente o culto da Morte que tenho presenciado. O arrastar do sofrimento, o querer prolongar a dor. Não consigo explicar isto. O meu catolicismo não explica isto. Porquê a insistência na pena? Na dor? No horror da Morte? Na crueldade do destino?
Ontem acordei com um pensamento: o luto já teve a sua hora. Seguir em frente. O choro fica cá dentro no coração. A esperança continua. A Vida continua. Se nos abandonamos à Morte, à Dor, elas vencerão. Mas é difícil explicar isto num contexto luso em que os mortos carregam os vivos.
Eu acho os mortos tão leves, tão libertos, tão pacíficos na sua beatitude. Tão superiores a nós. Aqui tem-se medo dos mortos, insiste-se no seu pavor, mostra-se um cadáver publicamente (esta para mim é a mais horripilante das minhas surpresas últimas). Quando a Mãe morreu, só eu a vi assim, em privado, em silêncio, as palavras eram para ela. Não há lembranças nenhumas dela sem ser em vida, naquela vida alegre e cheia de cor que ela tinha. Ninguém terá jamais a Mãe morta no pensamento.
O João permanece um cadáver. Não é injusto? Não é horrível lembrarmo-nos de um corpo amarelo sem vida, sem dignidade, um farrapo corporal? Ali, exposto, abandonado à curiosidade mórbida. Não consegui evitar esta indignidade. Não gosto deste espírito que cultiva a Morte e a arvora em Grande Dama.
Este é o último post da morbidez. Estou em luto: privado, interior, individual, meu, sem eufemismos. Estou em cura: privada, interior, individual, minha, sem eufemismos. Julgar-me-ão por retirar a minha dor do espaço público? Por seguir em frente sem abandonos e olhares para trás?
P.S. - Fostes todos outra das minhas grandes surpresas últimas. Desta vez, uma imensa surpresa do Bem, das coisas que, afinal, construímos sem nos darmos conta e que enriquecem a Vida e a fazem, para o bem e para o mal, fascinante e extraordinária. Obrigada!
20 de janeiro de 2008
Sopas e Mortos
Na Terça-feira senti saudades.
Senti saudades de coisas que se perderam com a Avó e que eu fechei cá dentro para não ter de lidar com elas para não me doerem. Mas na Terça encarei uma das coisas que me faltam e que ela levou. Apeteceu-me uma daquelas sopas muito suculentas que ela fazia e que nunca mais provei porque são daquelas coisas irremediáveis que se perdem para sempre.
14 de janeiro de 2008
Simone de Beauvoir (1908-1986)
I'm actually not much inclined to Feminism and Feminist movements. However, women's lib and many of the liberties we hold for granted owe a lot to Beauvoir's activism. The world is still very far from total gender equality and it would still be further down the road if it weren't for the New Women movements in the 19th century and for the attention and polemics that The Second Sex (1949) generated when it was published. Of course that, as in any controversial work, Beauvoir was accused of everything: from being frigid to lesbian, from bisexual to nymphomaniac. But the path was open as far as discussing women's role in society was concerned in a post-war world.
The existentialist school of thinking as theorised and studied by Beauvoir and her husband Jean-Paul Sartre explains the premise, and probably one of the most famous ideas of Beauvoir, that women are not born women, they are "made" into women. That is, it is society that gives women the role of women, it is men that created the alterity, the otherness of women. And therefore society has forever inferiorised women and compared them to men. Even Beauvoir's father said his daughter had "the brain of a man" because of her intelligence.
Many of Beauvoir's ideas about women as the second sex are, unfortunately, valid today. In a world that still discriminates according to race, creed and sex (and Beauvoir was not just referring to women as the inferior social Other), the least we can do is stop for a moment and aknowledge the voices that have, in their own way, contributed to a lessening of inequality and for the walk of social progress and development.
12 de janeiro de 2008
Aren't Blondes Quite Something?
Ah kinda layke this gal here! Tha way she talks and the way she thanks! Mah God! And you gotta give her credit 'cause it was all for ay good cause. Bless her peroxide neurons! And if you folks wait 'til the end, you're gonna learn a few extra thangs!
Someone sent me this video some days ago because I'm known for having a good hearty laughs on account of dumb blonde jokes. By the way, did you hear about the blonde that spent 20 minutes staring at an orange juice can? It said "concentrate"!
Being a blonde myself, coming from generations of blondes, I think that the best way to deal with the stereotype is just laughing at ourselves. But, being confronted with the stereotype myself also means that:
First - I don't give it credit;
Second - If we're so dumb why is it that everyone wants to be blond?;
Third - I'm interested in the topic (as the good social scientist that I like to think I am).
However, surprising as it may be, there are actually studies, congresses, research being carried out, scientific and press articles that have the dumb blonde stereotype as object of study. It seems a waste of time and resources over such a "dumb" subject but it's the truth.
In October 2007, the "Daily Mail" published an article entitled "Why blondes make men act dumb". The astonishing answer was that: because men think blondes have an IQ on the low side, they try to adapt to them by lowering the intellectual input of their conversations (gee, guys, that's so sweet of you!).
People also like the blond types in general because children are blonder than adults (true, ask any genuine blonde how our hair gets darker as we grow up). So, blondes are associated with children and sweetness of character (that is, even though blondes like their bit of fun, they are goody, gody girls).
Basically, I wanted to share a video featuring a blonde that gives us all a bad name. But my neuron, working part-time, has a strong personality and decided to add a few comments to the video. You have to excuse it for this liberty.
(This text isn't in any way meant to be offensive to blondes, to which world I also belong)