31 de julho de 2016

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"Nice seeing you here."
"Likewise. Nice seeing you here."
Se eu esperava? Não, não esperava chegar aqui mas queria muito chegar aqui ao presente daquele passado.

29 de julho de 2016

Murta e malas

Aconteceu-me ontem não saber uma palavra banal em português. Aconteceu-me hoje de novo e tive de ir ao Google translator: myrtle é murta. E ontem a murta do jardim estava tão bonita à luz do pôr-do-sol. Toda florida e eu só lhe chamava myrtle porque me esquecera do nome dela. Murta. Eu tenho tanta sorte por ter esta murta, este jardim e este espaço. Acho que já estou com saudades e ainda não parti. Devo estar com os blues pré-férias (também não sei dizer "blues" em português perdida que ando num espaço intergaláctico de línguas que me povoam a vida e a mente). Estou ansiosa pela aventura que aí vem. Três semanas out e off, totalmente fora das estradas normais. Vai ser excitante, como vai ser cansativo. Mas vou inundar os olhos de mundo. E, no entanto, como amo este pedacinho em que me sou. A murta está linda e eu vou fazer as malas.


27 de julho de 2016

Coragem é...

pegar nos meus 50kgs enfiadinhos em 1,70m, entrar num aula de zumba sem saber nada do assunto e enfrentar uma carrada de Kim Kardashians curvilíneas apaixonadas por ritmos latinos e cheias de salero. Foram uns belos 50 minutos numa outra dimensão e entre estar perdida, não saber onde tenho as ancas e o rabo e ficar hipnotizada (ao estilo especada) pelo bamboleio da instrutora senti-me mesmo o proverbial peixe fora de água. Eh coragem (e diversão)! Alguém que me diga como é que se ganha salero, sff!



11 de julho de 2016

Heróis do Mar e do Euro!!!

Nobre Povo.
Nação Valente.
Imortal.

"Brade a Europa à terra inteira:
Portugal não pereceu"
Lopes de Mendonça/Keil

Viva Portugal!

4 de julho de 2016

Maioridade de Ti, Mãe

Passei o dia a pensar em Ti mas fui-me distraindo em trabalho até que, ao final do dia, já não pensava. Como sempre, nestes dezoito anos a menos para Te voltar a ver, nem eu, nem o Pai, nem a Mana nos comunicámos. É um dia tabú que não desaprisionamos entre nós porque nos dói, ainda e sempre. Às vezes imagino o que o Pai ou a Mana sentem neste dia. Porém, nunca lhes pergunto. Sei bem o que é que se sente neste dia e em todos os que o coração nos lembra de Ti.

Quando o ano começou, a primeira coisa que pensei foi que este é o ano da nossa maioridade sem Ti. Não nos dóis menos por isso. Penso que se nesse ano eu tivesse tido um filho, estaria agora a preparar-se para a faculdade. Eu teria um filho em idade de faculdade, Mãe. É este o tempo todo, tão grande e longo, que passou. É o tempo que daria para um filho ir para a faculdade, imaginas? Dezoito anos, Mãe. E o que me custa pronunciar estes dezoito anos. Como é que é possível que não te tenhamos Aqui há dezoito anos? Como é que aquilo pôde acontecer e como é que nós sobrevivemos àquilo?

Calo as perguntas, como sempre as calei para não desatar a gritar de ódio e raiva e incompreensão e dor. Calo as perguntas, fecho a mente e o coração para sufocar o sentimento.

Tem dias, no entanto, em que me lembro de Ti no meio de um sorriso. Na coincidência da data desta maioridade vinha a conduzir quando ouvi uma lamechice qualquer que não ouvia desde antes de aquilo acontecer e Te teres ausentado de Aqui. Os Modern Talking! Consegues imaginar eu a ouvir os Modern Talking em 2016?! Lembras-te de quando os ouvíamos? Aquele pop alemão, piroso como bem se quer o pop alemão e tu tão alemã a sorrires daquilo. Ouvi. Pus o som no máximo e segui auto-estrada fora a lembrar-me de Ti e de um tempo tão longínquo. Fui feliz na fugacidade da canção. Lembrei-me de Ti sem choro ou tristeza. Não me doeste como me estás a doer agora que Te escrevo.

Por isso, Mutti, aqui Te deixo os Modern Talking, datados e pirosos, como não pirosos nem datados são os momentos que nos deste e nos dás, hoje, ainda, sempre.



Amo-Te tanto, Mãe...