28 de novembro de 2008

Isla Canela


Here I go!!!

E se chover, S. Pedro vai ter de me dar umas quantas explicações! Ai vai, vai!
Enjoy the break everybody!

26 de novembro de 2008

Nothingness


What do you write about when nothing is what you write about? You probably write about the weather or you write about your day and the article they're going to publish. Or, then, you write about some piece of news that has called your attention. Or, then again, you just start writing with no aim, just because you felt like writing. Does this ever happen to you? Writing for nothing and about nothing? Do you think this is strange? Or do you you think it is a natural occurence in someone's mind? And why is it that I can't write about nothing in Portuguese? Aren't there words of nothingness in Portuguese? And how do you say nothingness in Portuguese? Can a language not have a concept of nothingness?

And out of nothing at all you realise you end up having sentences and paragraphs and suddenly you may as well have a text. How can the ending be when you're writing about nothing? Can there actually be any ending? I mean, nothing is probably endless and you just don't end the endless. And from the nothing, here I am wondering about the endlessness that is probably related to the nothingness I've been writing about in a writing exercise with no purpose other than simply having no purpose.

But it's good when you let yourself go purposeless. It's such liberation. Such freedom. Who said we always have to write about something? Something is so castrating. I always write about something, always the limitation of something: the scientific something, the journalistic something, the political something, even the private something. What if we all wrote about nothing?

Curiously enough, you cannot write about nothing. My nothing is not your nothing and every nothing is different. So, in the very end, nothing is actually something.

24 de novembro de 2008

Já chove


Here comes the rain again
Falling on my head like a memory
Falling on my head like a new emotion

Eurythmics, "Here Comes the Rain Again"

Tão apropriada a letra...

Chove e eu já tinha saudades da chuva. Tinha saudades do cheiro da terra molhada e da água limpa. Tão "clean" o cheiro da chuva, tão isento, tão transparente. E tão metafórica a chuva. Tão plena de simbolismos. Vivificante e salvífica na sua transparência e, paradoxalmente, tão destruidora na sua torrencialidade opaca.

Penso na duplicidade da chuva e lembro-me das águas do Nilo e do Amazonas, ambos alimentados por chuvas de terras altas, mas um plácido e azul o outro indomável e lodacento. Tenho saudades do Nilo. Amo o Nilo, amo a chuva que alimenta o Nilo. Tenho saudades. Saudades de muitas coisas, cujas lembranças me são despertadas por esta chuva transparente que rega o jardim, que oiço cair lá fora serenamente por entre a escuridão.

E tenho saudades do futuro. De um futuro depois da chuva.

21 de novembro de 2008

Do Suplício da Dona-de-Casa


Ontem foi dia de ir às compras, logo foi dia de esta Blonde vestir a capa da dona-de-casa desesperada, pouco entusiasmada, bimba e trapalhona. Até aí nada de novo, até porque levar a intenção prioritária de comprar café descafeinado e deixar o dito nas prateleiras do supermercado não é nada que nunca por estas bandas tenha acontecido. Adiante.

Andava eu perdida por entre pensamentos de: "Porque carga d'água deixei eu o bilhete das compras na porta do frigorífico?" e "O que é que diabo havia no raio da lista das compras?" quando o telefone toca (e não era para discos pedidos). Era a senhora da Bimby que me fez uma demonstração da panela maravilhosa o ano passado e continua sem perceber porque é que eu não me rendi às evidências fantásticas do aparelho. Ora isto em pleno supermercado. É trágico, no mínimo. Trágico porque é sempre agradável sermos confrontados com as nossas incapacidades de maneira dupla: o confronto da Blonde com o supermercado sem lista de compras (e mesmo que tivesse lista) e o confronto da Blonde com a Bimby.

- Ó Dona Blonde só lhe estou a telefonar para saber quando é que lhe posso ir aí levar uma Bimby.
- Ó Dona Blonde ainda me lembro daquele chá maravilhoso que me fez. - Pois, é que a Blonde só aguenta demonstrações de Bimbys regadas a chá (mas do bom!).

Se a Blonde já ia sem lista de compras, o telefonema ainda a baralhou mais e fazer compras sem absoluta concentração é tarefa difícil. No fim, apercebo-me, agora, que não comprei iogurtes, que estou sem café descafeinado, que o ananás que está na fruteira já deve ter ultrapassado o prazo de validade e eu não comprei outro de substituição. I just love being a housewife!

20 de novembro de 2008

6-2?!

Eh valentes! Avarias destas não é para todos! Mas, é sempre um consolo saber que, finalmente, devemos estar ao nível da selecção uzbeque!
No meio disto tudo até tenho pena do pobre do Queiroz: tão infeliz deve estar por ter saído de perto da asa protectora do Sir Alex. Ele de vez em quando há mudanças na carreira que faz favor!
Ai life! Será que ainda podemos anular o próximo jogo com a Suécia?

18 de novembro de 2008

Discovering Self

Little Gidding

What we call the beginning is often the end
And to make an end is to make a beginning.
The end is where we start from.
[...]
We shall not cease from exploration
And the end of all our exploring
Will be to arrive where we started
And know the place for the first time.

T. S. Eliot

É um facto que a linguagem poética pouco me diz e que dificilmente consigo racionalizar as mensagens encriptadas em poemas. Sou uma pessoa da prosa e do escorreito das frases com pontuações pragmáticas. Mas, a par com os versos de Fernando Pessoa que a Mãe me mandava decorar na tentativa de me ensinar Português, há dois poemas, ou melhor três, que reescrevo constantemente nos cadernos da minha Vida: um é de Dylan Thomas e os outros do monumentalmente denso e hermético T. S. Eliot.

"Little Gidding" é, confesso, uma gigantesca odisseia interpretativa. Todavia, as estrofes finais sempre me fizeram sentido desde que as descobri há mais de uma década. "To arrive where we started and know the place for the first time": é ou não uma das dádivas maravilhosas que a Vida nos dá gratuitamente assim nós queiramos olhar para um lugar de chegada com os olhos de quem nunca tinha visto?

E, claro, "we shall not cease from exploration" porque, na sua infinda riqueza probabilística, a Vida é a hipótese em potência. Faz-me todo o sentido...

16 de novembro de 2008

Viv'ó Leixões!


Sim senhora, com a Cimeira do G20 a preencher o fim-de-semana e a notícia que catapulta a atenção desta Blonde é a vitória do Leixões contra o Sporting e... o facto de o dito estar à frente no campeonato! Há que séculos que não se passava nada de tão hilariante neste país. Ofereço já um peccavi em acto de contrição pelas vezes que digo que este país nunca me surpreende. Ah, ganda Leixões!

O Leixões à frente do campeonato?! Será que o neurónio entendeu bem as notícias? Ai espero bem que sim porque isto é divertido demais para ser brincadeira de neurónio louro!

13 de novembro de 2008

Paupérrima Academia














Mais um ano académico que se inicia e, novamente, as queixas do costume sobre os inúmeros desconfortos na/da Universidade: a crise de financiamento, a nada pacífica transição para os planos curriculares de Bolonha, o novo ECDU (Estatuto da Carreira Docente Universitária). Enfim, uma série infinda de problemas que afectam o sistema de ensino superior, as instituições em particular, corpos docente e discente e o difícil relacionamento com um ministério menos visível do que o da educação, mas igualmente autista e burocrático.

De facto, a força dos números tem que se lhe diga. Os professores do ensino elementar e secundário saem à rua e a coisa ganha dimensões titânicas e toda a gente sabe dos problemas e incertezas com que se confrontam. Nós, pelo contrário, não temos a dimensão numérica a nosso favor. Ademais, em termos sociais, somos considerados uma classe de gente privilegiada pelo que, dificilmente, conseguiríamos a empatia da sociedade envolvente quanto mais a sua atenção.

Gosto particularmente das tomadas de posição públicas do Reitor da Universidade de Lisboa. Já o ano passado lhe elogiei aqui o discurso de abertura do ano académico. Este ano louvo-lhe a demissão (que já desencadeou a do Reitor da Universidade Nova de Lisboa). É pena que o ensino superior e os seus dilemas não tenham air play. Valham os actos simbólicos que, pelo menos, e sem mudarem panoramas, têm o mérito das boas intenções.
Pobre academia num país com 10 milhões de almas que mal pode competir no exterior, que mal sobrevive intramuros.

9 de novembro de 2008

London calling


I've spent the last few days in London. The London of my turning points, my dear city. The place I feel I belong to somewhere. It calms me and soothes me, this time more than ever. This time because of a greater turning point, possibly "the" turning point in my life.

É verdade, mas quando tudo à volta se adensa na escuridão, lá está Londres. Nas intersecções da carreira e da vida pessoal, lá está Londres, onde a Outra se mistura com os outros e se funde neles sem ser um deles. Sempre Londres, tal holocausto onde a fénix se imola e renasce. Será zen renascer? Não sei, mas nada nasce sem ansiedade e sem dor. O que importa é renascer, encontrar a energia salvífica, continuar a partir do Novo.

The dawn of a new day has come. It has come in London but its rays of light shine far beyond London. They lighten up hearts and souls of ordinary people caught up in the tangled web we call Life with all its intricacies, its question marks, its doubts and fears. London was my hollocaust this time, my biblical hollocaust, my Life's miracle where I feel I'm being reborn. So difficult to put up in words and yet so amazingly easy to feel and sense.

I was happy in London.

6 de novembro de 2008

Hailing taxis


Por contigências várias, esta semana tenho estado dependente de táxis, o que, em termos sociológicos, dava uma teoria, ou uma tese, no mínimo. Desde futebol, à crise, passando pelos problemas familiares, a injustiça da habitação social, os eternos impostos, o governo, o trânsito, a filha que se licenciou em Farmácia, os netos, o Sporting e etc. só me apetece perguntar: mas os taxistas não se calam? Uma pessoa a precisar de sossego na cabeça e sem a mínima pachorra para conversas de circunstância e lá vêm eles com todos os discursos e mais alguns?


Neste momento já conto os segundos entre entrar no táxi, informar a direcção e recostar-me até se iniciar a converseta. Ó céus que não há paciência!