24 de junho de 2008

Uma música especial

Comprei hoje o meu segundo cd de música portuguesa!!!!! É dos Pólo Norte e chama-se "15 Anos" (o primeiro e único foi o dos Humanos).
Sinceramente não conheço a banda, mas adoro uma canção chamada "Pele" e foi essa a razão do capricho por detrás do agarrar o cd e trazê-lo para casa. E também confesso que nunca parei para apreciar a letra (acontece-me muito com música em português não perceber palavras e não me deter para tentar chegar ao sentido). Por isso, gostando da canção, gostando dos pedaços que dizem que a vida está tatuada na pele (ideia que partilho), lá trouxe o cd.
Ora, como não conheço a banda, abri o YouTube para ver se havia algum vídeo, qualquer coisa que me fizesse visualizar banda e canção. Não achei nada disso. Encontrei esta montagem que me diz que os Pólo Norte escreveram esta canção contra a violência doméstica.
Estou mais ou menos perplexa.
Primeiro porque eu pensava tratar-se de uma canção sobre percursos de vida de encontros e desencontros e até pensei que me podia identificar com certas coisas como as que nos dizem que nos escrevem na pele. Associei isso a quem passa por nós, pelos nossos cruzamentos e caminhos e nos marca mesmo que ao de leve.
Afinal é uma canção bonita sobre coisas feias, coisas com que não me posso identificar, mas que "tatuam" e marcam muita gente. Sim, fiquei surpreendida por na minha incapacidade de ouvir música em português, me deparar com mensagens que não julgava estarem contidas em coisas tão simples de falar.
Vou ouvir o cd e ler as letras. Acho que estou a gostar de Pólo Norte. E, pelos vistos, demorei 15 anos a chegar aqui!
Oh well, better late than never...

20 de junho de 2008

Mas porquê?

Mas porque é que este país só me dá decepções?
Porque será que nunca nos excedemos em nada?
Porque é que não há nada em que sejamos os melhores?
Porque é que não temos alegrias com este país?

"Heróis do mar/Nobre povo/Nação valente e imortal..."

Porque é que o hino (escrito por um luso-alemão) só nos leva para o passado? Eu vivo no presente e gostava de, nem que fosse à conta do futebol, ter um dia uma alegria esfusiante, não uma alegria de compensações, de segundos lugares honrosos, mas uma alegria por nada haver maior.


P.S. - Já que falei no hino, que tanto amo, que tanto me estremece, que tanto me comove, acho que reflecte bem o nosso passadismo, o nosso apego ao que já não é, ao que já não há. Os "egrégios avós" não fazem o país de hoje. Os alemães, ao invés, cantam um hino de unidade, lei e liberdade para a pátria alemã, em que cada um luta e se esforça para o bem comum a fim de que a pátria floresça. Acho que diz muito das nossas diferenças...

18 de junho de 2008

Portugal - Deutschland



Ora aqui está um jogo que, pelo menos, uma certa pessoa não vai ver! Moi même je!

Acho que vou para o ginásio à hora do jogo que ao menos estou sossegadinha e sem sofrimento outro que não o físico!

Claro que as minhas simpatias estão com Portugal e ficarei roída de raiva se não ganharmos (e mais raiva vou ter quando me caírem os teutões em cima a dizer que até foi um jogo bom e blá blá blá, mas quem ganhou até foram eles, raiva, detesto comiserações!).

Mas nem é pelo sofrimento de ver o confronto entre dois países pelos quais reparto a minha alma que não vou ver o jogo. Decidi que não vou dar à Selecção o privilégio do meu tempo precioso depois da catástrofe de Domingo. Perder contra a Alemanha, a Holanda, a Itália e essas todas de ponta é uma coisa, mas contra a Suíça? A terra da Heidi, dos chocolates e das vaquinhas a pastar? E, ainda por cima, 2-0? E com aquela carga de cartões amarelos, faltas e fraca motivação e muita desconcentração? Naaaa. Não vou ver o jogo. Mas ganhem lá isso que é para eu me animar e, na minha magnificente capacidade de perdoar (estou tão altruísta), vê-los a jogar as semi-finais.

Agora vejam lá o que me arranjam!

16 de junho de 2008

On Multiculturalism


This is something that has taken a long time to get to Portugal and that still surprises me each time I'm confronted with it, even if I was born and grew up in a multicultural environment. And I say it surprises me, not because of any xenophobic reason, but because I'm still amazed that this is finally happening here in our backyard and we can finally say we are a country of the world.

Yesterday I had to do some last minute shopping and went to a supermarket just across the street from my house. And there it was...

He was someone from Eastern Europe, speaking in that very rough, deep Portuguese of someone that intensifies vowels, she was Brazilian, speaking in that melodious, soft, tropical Portuguese. They were a couple. They were happy for all I could see. And from the supermarket they were going to a convenience Chinese shop.

Well, I call this multiculturalism knocking at our door. I'm still amazed!

11 de junho de 2008

Terceiro Mundo?!


Por razões que não interessa especificar, estive nos últimos dias sem saber de notícias do país e do mundo. Acordei hoje para me confrontar com uma nação em pseudo-estado de sítio, um país que mal reconheci como meu.

Às 7 horas da manhã fiquei a par da greve de camionistas que ameaça parar Portugal. Não replico o que me passou pela cabeça. Fui trabalhar. À vinda para casa passei por todas as estações de serviço da 2ª Circular e em todas o mesmo apocalipse: filas para abastecimento de combustíveis. Liguei o rádio para me transportar ao mundo real e ela aí estava, a notícia dos efeitos da greve: ameaça de colapso no abastecimento de combustíveis e produtos alimentares frescos se não houver retrocesso negocial.

Loura (como de costume), entrei na estação de serviço mesmo antes da A1, pensando que, mal por mal, como só tinha gasóleo para quatrocentos e poucos quilómetros, mais valia atestar. Qual quê! Ruptura de stock!

Só me pergunto em que país é que vivemos. Parece-me estar num extinto país comunista em que tudo é racionado. Parece-me estar num país à beira da guerra. Parece-me estar num país varrido por uma catástrofe natural. No entanto, é meramente Portugal!

Valha-nos a Selecção (e ai deles!!!).

5 de junho de 2008

Nota de Protesto!


Estou muito indignada!

Hoje meti os pés ao caminho para ir comprar o selo do carro. Peguei na declaração de compra ou venda, ou lá como a dita se chama, e vai daí, como não sei o que fiz à password para tratar dos impostos online, aprontei-me em direcção à Tesouraria das Finanças para cumprir mais uma das milhentas obrigações fiscais a que estamos sujeitos neste país.

Sim senhora, gostei da eficiência! Comprei o selo? Querias! É que o sistema, além de lento, encravava de cada vez que se pedia a emissão do comprovativo! Ao fim de meia hora de muitas tentativas, esta Blonde deu às de Vila Diogo dali para fora, mas no entrementes, ainda levou com a seguinte preciosidade do muito esmerado funcionário:

- Pois é, a Sra. estava na Europa e veio parar ao Terceiro Mundo!

Ou é o que dá morar na província, ou é o país que é mesmo assim, ou, na volta, a Blonde é que é uma idiota chapada a) por ter insistido na nacionalidade; b) por não saber da password; c) ambas as anteriores.

3 de junho de 2008

Raios!


Apetece-me perguntar:

- Porque é que nunca se cumprem os prazos?
- Porque é que obras em casa são um inferno?
- Onde é que eu estava com a cabeça?