Pois é, chegou a Primavera e com ela a lembrança de que nós, pobres mulheres do séc. XXI, somos uns seres muito imperfeitos. Passámos a invernia escondidas sob o manto protector das roupas quentes e, agora, o sol vem destapar-nos o corpo e mostrar-nos com toda a crueldade que estamos muito longe dos paradigmas de beleza que vemos por todo lado a entrar-nos olhos adentro.
Assim, na tentativa de nos melhorarmos e de incrementarmos a auto-estima lá vêm os cremes, os comprimidos, as dietas, a consciência de que há ginásios, os chás disto e daquilo, as massagens, as lipos, os spas com mil tratamentos, as mesoterapias, os aparelhos desincrustantes de celulite. Revistas, televisão e rádio ganham fortunas em publicidade a produtos miraculosos que nos deixarão em forma até ao Verão. Farmácias, dietéticas, clínicas, parafarmácias, hipermercados todos nos aliciam com a promessa de melhorar o nosso corpo imperfeito.
Chamo a isto a histeria colectiva, a tirania do mundo da suposta beleza. Não há, na vida real, mulheres como as que desfilam nas passerelles e nos fazem sentir ridículas. Mas isso é o que é estipulado belo. Ninguém fala do suplício das modelos e actrizes e outros ícones de beleza. Ninguém diz que se internam nos hospitais para ficarem a soro e, desse modo, não fazerem ingestão alimentar para não engordarem. Pensamos que fazem muito ginásio, têm uns genes fantásticos e, como têm dinheiro, fazem plásticas e rodeiam-se de bons nutricionistas. Não é bem assim. Passam fome, têm distúrbios alimentares e submetem o corpo às piores atrocidades imagináveis. Depois são modeladas fotograficamente, só se deixam filmar sob certos ângulos mais favoráveis, com determinadas luminosidades, maquilhadas por "make-up artists". São, em suma, uma fraude. E nós, pobres mortais susceptíveis, vamos atrás a pensar que também poderíamos ser assim. Ou invejamo-las como imagens do que gostaríamos de ser e não somos.
Arrelia-me esta imposição do cânone ocidental da beleza. Enerva-me que o modelo a seguir seja uma coisa artificial e fabricada a bisturi e publicidade.
Quando chega a Primavera e vejo lá no ginásio que chega a migração sazonal que quer, em três meses, ficar pronta para o Verão, não deixo de pensar na escravidão da imagem. Confesso que tenho pena daquelas senhoras, que, na grande maioria, vão para ali contrariadas e, certamente, não atingirão os objectivos. Depois penso também nas estupidezes que devem andar a fazer, as dietas malucas e selvagens incutidas pelas revistas, mais a toma de suplementos mal-estudados e pouco testados.
É impressionante a publicidade que existe para a nossa infelicidade! Constrange-me e entristece-me esta ditadura do corpo nos moldes contemporâneos. Como é que se luta contra isto?
Assim, na tentativa de nos melhorarmos e de incrementarmos a auto-estima lá vêm os cremes, os comprimidos, as dietas, a consciência de que há ginásios, os chás disto e daquilo, as massagens, as lipos, os spas com mil tratamentos, as mesoterapias, os aparelhos desincrustantes de celulite. Revistas, televisão e rádio ganham fortunas em publicidade a produtos miraculosos que nos deixarão em forma até ao Verão. Farmácias, dietéticas, clínicas, parafarmácias, hipermercados todos nos aliciam com a promessa de melhorar o nosso corpo imperfeito.
Chamo a isto a histeria colectiva, a tirania do mundo da suposta beleza. Não há, na vida real, mulheres como as que desfilam nas passerelles e nos fazem sentir ridículas. Mas isso é o que é estipulado belo. Ninguém fala do suplício das modelos e actrizes e outros ícones de beleza. Ninguém diz que se internam nos hospitais para ficarem a soro e, desse modo, não fazerem ingestão alimentar para não engordarem. Pensamos que fazem muito ginásio, têm uns genes fantásticos e, como têm dinheiro, fazem plásticas e rodeiam-se de bons nutricionistas. Não é bem assim. Passam fome, têm distúrbios alimentares e submetem o corpo às piores atrocidades imagináveis. Depois são modeladas fotograficamente, só se deixam filmar sob certos ângulos mais favoráveis, com determinadas luminosidades, maquilhadas por "make-up artists". São, em suma, uma fraude. E nós, pobres mortais susceptíveis, vamos atrás a pensar que também poderíamos ser assim. Ou invejamo-las como imagens do que gostaríamos de ser e não somos.
Arrelia-me esta imposição do cânone ocidental da beleza. Enerva-me que o modelo a seguir seja uma coisa artificial e fabricada a bisturi e publicidade.
Quando chega a Primavera e vejo lá no ginásio que chega a migração sazonal que quer, em três meses, ficar pronta para o Verão, não deixo de pensar na escravidão da imagem. Confesso que tenho pena daquelas senhoras, que, na grande maioria, vão para ali contrariadas e, certamente, não atingirão os objectivos. Depois penso também nas estupidezes que devem andar a fazer, as dietas malucas e selvagens incutidas pelas revistas, mais a toma de suplementos mal-estudados e pouco testados.
É impressionante a publicidade que existe para a nossa infelicidade! Constrange-me e entristece-me esta ditadura do corpo nos moldes contemporâneos. Como é que se luta contra isto?
17 comentários:
Dear Carol,
Pois como a menina da segunda foto eu também não gostava de ser! Jesus, credo! Eu é mais o inverso: tenho de treinar para ter massa muscular, é daquelas ironias da vida;)
Pois aqui o jovem por acaso anda no ginásio mas é porque me apetece ... quero lá saber de ter massa muscular ou gordural ... quem não gostar, que não olhe ... sou assim feito de manias ... apetece-me rapar o cabelo, rapo ... camisola roxa ou cor de rosa, sem problema ... era o que mais faltava andar a dar cabo do canastro só porque vem aí o verão!
-É uma questão de moda e imagem. Uns ditam tendências, ganham dinheiro, outros, seguem-nas, fazendo sacrifícios inimagináveis. É vulgar qualquer modelo brasileira, entre os 18 a 20 anos, já ter feito umas 10 cirurgias plásticas sem exagero, enquanto por cá, ainda andam a ponderar legislar sobre piercings. Modas, embarca quem quer...
Vamos ao que importa: eu aposto no modelo do meio (refiro-me ao vestido, pois a rapariga precisa de encher um pouco aquelas carnes...)
Olá Blonde
Estou como o Quint ,também vou ao ginásio quando me aptece ,e não me preocupo muito se estou com mais ou menos barriguinha ,se me aptece comer como ,se me aptece beber bebo, há prazeres na vida que não abdico em favor de uma imagem que não faço questão de ter ,sou feliz assim por isso...
Fica bem
Joy
Concordo que não devemos ser escravos de modas, escravos do nosso corpo, não entrar em delírios de obesidade ou magrezas.
Sentir-nos bem vai muito para alem do estético, vai no termos um corpo e mente saudáveis.
Esta é uma sociedade que dá grande valor ao estético, que desde de crianças, as pessoas são descriminadas pelo especto físico, como vestem, como são, praticamente tudo.
Bem...espero que os resultados não sejam exactamente os das fotografias!
É bom saber que se tem bom esqueleto, mas um poquito mais composto não faz mal a ninguém, digo eu...
:))
Quanto a ginásios, é como lhes tenho dito: apareçam-me por cá que ainda são pagos para "ginasticar".
Estes urbanos são loucos !!!
:))
Com uma nova Índia. Com uma nova Salvação: em vez de cremes, comprimidos, dietas, ginásios, chás, massagens, lipo, spas, mesoterapias, aparelhos desencrustantes de celulite, um estágio longo e prolongado numa favela. Uma temporada em África, longe de toda a parafernália inútil e não-essencial. Uma temporada no deserto com um bom conjunto de livros.
Eu obrigava esta gente fútil e futilizada a Contemplar e a Contemplar-se nas devidas dimensões e proporções de MORTAIS que só têm de pôr a render os seus talentos e a amealhar o seu cofre das riquezas fundamentais.
A Fé, tão maravilhosa e arreatadora de todas as formas de Generosidade e de Sentido, está obnubilada, um nevoeiro mortífero, veda-a aos zombies da socialite.
PALAVROSSAVRVS REX
Ó Quinn,
Lá vens tu com o raio da camisola roxa. Agora deu-te para aí:) E acho muito bem que andes no gym, mas até chegares aqui... vais ter muito que pedalar:)
Dear António de Almeida,
Toda a razão: modas embarca quem quer, o pior é que muita gente quer.
Antonio, Antonio... sempre na reinação!
Dear Joy,
Assim é que se fala, primeiro o nosso bem-estar, depois o resto, bem, o resto é o resto!
Tiago,
Discriminação em todas as frentes da existência do ser humano. É verdade. E discriminação: nenhuma é legítima.
Manuel,
Esquece-se que eu também tenho uns bons costados rurais... Mas, enfim, um pouco de exercício no campo ou na cidade não faz mal a ninguém.
Blue,
E quando não só só as novas gerações que não fazem a mínima noção da realidade? Os valores das pessoas estão cada vez mais desviados da realidade. Ele é os pais que não admitem que um professor tire o telemóvel às crianças, ele é as pessoas que só comem porcarias, as famílias que vivem acima das posses, e o rol não tem fim.
Blue e Carol,
Confesso que a minha barriga é o meu calcanhar de Aquiles. Aqui é que a racionalidade me abandona e a lourice entra em acção. Não há sessão de gym com menos de 400 abdominais!!!! No way! Que querem que vos diga? Ó tirania de um raio que tanto me calcas também! Bom, ninguém é perfeito, não é verdade?
Dear Josh,
Três anos de orfandade hoje! I think you know what I mean.
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