20 de janeiro de 2009

President Obama



Against all odds... and there you have him.

Eis o 44º Presidente norte-americano, herdeiro de uma corrente notável desde o "Founding Father" George Washington, recipiente da "Emancipation Proclamation" de Abraham Lincoln, versão carismática séc. XXI de um John F. Kennedy, Barack Obama. Eis o 1º cidadão afro-americano Presidente dos Estados Unidos.

Hoje, toda a gente vai dissecar o discurso de inauguração do novo Presidente, analisar-lhe as promessas, procurar-lhe as inexequibilidades, buscar-lhe os pontos condensadores da mitologia norte-americana - e estavam todos lá: Gettysburg, o Gen. Washington a atravessar o Delaware gelado (gostei da imagem usada do sangue na neve, o cliché que cai sempre bem), a segregação, a Depressão. Há quem lhe vá desenhar o cenário do primeiro ano de governação pela positiva, quem o fará pela negativa. Depois há os politólogos que vêm falar das medidas que vai tomar e de quais os seus grandes desafios. E virão, ainda, aqueles que se vão concentrar no momento histórico: o primeiro Presidente negro da única super-potência mundial, de um país permeado pela clivagem étnica que eu, politicamente incorrecta e sociologicamente errada, transcrevo para rácica.

Não vou dizer que fechar Guantánamo vai ser um labirinto politico-burocrático que toda a gente já sabe. Não vou aludir à crise porque é global. Israel é um problema tão complexo e já tão antigo que o dou de graça. Sair do Iraque vai ser um quebra-cabeças e felizmente que a Clinton é Secretária de Estado. Hoje, ao ver Barack Obama frente ao Capitólio penso em coisas dispersas:

- Rosa Parks;

- Brown vs. Board of Education of Topeka;

- Freedom Rides e civil disobedience;

- A Million March over Washington do Rev. Luther King e este homem pôs dois milhões de pessoas no mesmo sítio, meu Deus.

E penso também que este é o primeiro aniversário realmente histórico da minha existência.

Grandes esperanças se depositam sobre os ombros deste novo Presidente. Grandes conquistas permitiram este dia.

Remarkable!

7 comentários:

antonio ganhão disse...

Sim, não chegaria a presidente de nenhum país africano, dificilmente seria eleito primeiro-ministro de um país europeu, mas foi eleito, pelos americanos, presidente dos EUA.

Estou certo que estará seguro do papel que tem para representar. Quanto ao resto existe um deslumbramente saloio...

E mais irritado estou por não me teres lido! Deixa lá o Obama, o Implume é mais importante!

Anónimo disse...

Como digo no meu cantinho:estou com pele de galinha. Belo post qu asino por baixo.

António de Almeida disse...

-Apoiante de Obama desde a primeira hora, no início dividiu as minhas preferências com McCain, mas quando se tornou para mim claro que seriam ambos a disputar as presidenciais não hesitei e apoiei Obama. Foi a 1ª vez que apoiei um democrata, sim pode não parecer popular mas entre W. Bush e Al Gore estive com o primeiro, e voltaria a estar, tenho expectativas grandes em Obama. Mas começa agora, tenho um palpite que muito em breve estarei a defender Obama e os EUA dos que se sentirão desiludidos.

mdsol disse...

Apesar de ...
Apesar de...
Apesar de...
Hoje comovi-me, e deixei que os olhos ficassem marejados... Porque é como diz ... grandes conquistas permitiram este dia!

[Ah! E há três pessoas que me tocam especialmente, a mãe e os avós maternos de Obama!]

:))

Alexandre disse...

e o mais interessante é que ele é afro, sim, mas não afro por parte das gerações de escravos forros e cativos que viveram, morreram e nasceram na América. é afro por parte de um pai que não é afro, é africano de gema. e isso é muito interessante.

Tiago R Cardoso disse...

Subitamente este país é americano.

é importante mas não o suficiente para este alarido que foi e é feito nos média.

Anónimo disse...

Volto só para dizer que lhe deixei uma distinção e um desafio no Delito de Opinião.