3 de fevereiro de 2009

Ao Trio!





Éramos três. Três amigas. Veio a Vida e... uma foi para longe, outra para mais longe ainda, a outra ficou por aqui. Uma tomou um rumo, outra outro, a outra outro ainda. A nenhuma a Vida assentou de modo igual porque a Vida é irónica, porque as experiências, percursos e desvios no caminho são infinitos. Duas ficaram com a mesma profissão mas levam-na de modo diferente, a outra virou num cruzamento da estrada para outro lado ou, se calhar, as outras é que viraram e a terceira continuou em frente. Amizades e pessoas vieram e foram, algumas foram ficando e as três, lá naquelas distâncias da Vida e da geografia, mantiveram contacto nos interregnos do quotidiano: duas mais assiduamente, uma outra mais esporadicamente. Os anos passaram. A Vida aconteceu cheia de episódios, rotinas, quebras, procuras, frustrações, lutas, encontros e desencontros, felicidades e enganos e algumas tragédias. Uma soube o que era a Perda irremediável, as outras não. Uma soube da Maternidade, as outras não. Uma soube procurar as raízes junto da Natureza, as outras não. Uma casou e ficou, outra casou, separou e casou, a outra casou e separou. Uma é Loura, as outras não. Uma é casual chic, outra é clássica, a outra é mais neohippie. Uma é académica, as outras não. Uma é um ás da cozinha, outra mais ou menos, a outra evita lá entrar. Uma sabe podar, outra tem jardineiro, a outra tem filhos. Uma não vive sem ginásio, outra passeia os cães, a outra corre atrás dos filhos. Uma faz ponto de cruz, outra faz cachecóis de tricot, a outra tem um blog.


E agora? Agora que a do blog entrou numa fase nova, as outras fecham-se em torno dela. As distâncias geográficas vencem-se com a maior das facilidades. Os encontros são os reencontros de Amigas que nunca se distanciaram. Tudo permaneceu igual entre elas apesar da diversidade de Vidas. É como se o Tempo nunca se tivesse intrometido. Continuam naquele calor agradável das confidências feitas madrugadas dentro com pijamas vestidos tal como quando eram As Três. As outras preocupam-se com a do blog, telefonam entre elas e concertam estratégias. A do blog sabe e inunda-a a felicidade da certeza de viver dentro daquela irmandade. Sente-se tão privilegiada e tão segura.



São tão bons estes fins-de-semana que vocês me dão. Vocês falam de mim com um orgulho que me deixa tão sem jeito, vivem os meus triunfos, as minhas viagens como se fossem grandes coisas, que não são, mas é de vocês que eu me orgulho: dos vossos percursos, das vossas lutas do dia-a-dia, da vossa heroicidade. No fundo, acho que somos grandes Mulheres e gosto de ver aquilo em que nos tornámos.


Obrigada!

11 comentários:

Abobrinha disse...

Boa Blonde! Solidariedade feminina, que pelos vistos vai para além de séries com vestidos de alta costura (sim, é inveja). Mais que solidariedade feminina, uma palavra que falta em português: sisterhood!

E verdadeiramente a tecnologia ao serviço das pessoas e das suas redes sociais.

Gostei! Porque eu, não te conhecendo de lado nenhum, gosto de te ver bem!

Beijinhos!

antonio ganhão disse...

Vivemos sobre essa bola que é o mundo, o longe, o mesmo muito longe será sempre um meio caminho, um passo mais e estaremos de regresso pelo outro lado da bola.

O muito longe é um abismo sobre o regresso.

mdsol disse...

Um privilégio... que a Blonde tão bem aproveita e alimenta. Um privilégio par quem... merece!
:)))

DANTE disse...

"So close no matter how far"

È bom ter assim amizades. E mantê-las!

Jokas Loira :)

JOY disse...

Olá Blonde,

A amizade é das coisas que mais prezo, ter amigos assim é com ter um tesouro, por isso temos de os conservar, é um bem que temos e com quem podemos contar.

Fica bem
Joy

António de Almeida disse...

Quando a amizade é sincera sobrevive ao tempo e à distância.

Unknown disse...

Ao Trio

Cheers!

(Brindo , com um Baileys, à Amizade!...)

Anónimo disse...

É um privilégio manter amizades à distância, mesmo depois de a vida nos enredar em tantas curvas, ou fazer espetar contra um penhasco. As novas tecnologias permitem que se torne mais f´cil encurtar distâncias. No meu tempo era só por carta ( os telefones intercontinentais eram a um preço incomportável) e, com o tempo a vontade de as escrever ia-se esvaziando.

Blondewithaphd disse...

Meu povo, hoje a ver se tenho um tempinho para vos responder!

Aboborinha,
Pois é por cá, neste machismo linguístico, temos "irmandade" e cá vai para irmãos e irmãs. SISTERHOOD, é isso mesmo. Lá das séries com vestidos de alta costura... ó mulher, vou fazer o quê se adoro as séries e mais ainda os vestidinhos? Ah, e os sapatos? Tu já me viste os sapatos?

Implume,
Nesta nova fase, esse passo de que falas é tão fácil de dar, a distância é tão curta...

mdsol,
Os amigos, desde que o sejam, bem entendido, merecem-se sempre. E eu, eu sou uma privilegiada MESMO! Estas duas são fenomenais para mim! Há mais, mas estas...

Dante,
Isso era Metallica, meu? A frase até é boa, agora a música... valha-me Deus!!! :) Sabes, eu até acho que mantenho as minhas amizades, senão não estaria aqui.

Joy,
Quando tudo o resto falha, um tesouro destes não tem preço...

António,
Quando a amizade é sincera sobrevive a tudo: aos silêncios, à distância, ao Tempo, aos obstáculos...

Tina,
Não podias ter brindado normalmente com champanhe? Tu provoca-me... Começa aí a falar-me de Baileys que eu já te falo de Porto e os efeitos em certas escolhas videográficas:)

Carlos,
A tecnologia é, de facto, muito boa, mas a moda antiga da deslocação física ainda é inigualável...

Anónimo disse...

Hey, c'mon ... where the god damn is the comment I left here on second place?
Two time no good motherf"#%%%!!!!! Blogger who works like shit.

Dias as Cores disse...

... Já me chamaram mts "nomes" (a maior parte on my back e esses recuso-me a tentar sequer imaginar...) mas "neohippie" nunca tinha ouvido. It may fit! ...embora ainda não tenha perscrutado os diversos significados das palavras "neo" e "hippie" para opttar por aquele que mais me convier!
Já calculava q a blondie dessertasse sobre o assunto. Apreciei, vi-nos reflectidas e diverti-me com o texto.
Como é lógico, sou um dos vértices do triângulo, ou do "Trio"- escrito a 3 _(isn't that curious??) de Fev. e isso dá-me legitimidade para discordar de um ponto. No relato, cada uma é associada a uma característica: a Maternidade; a Natureza e a Perda Irreparável. Desculpe-me a blondie, mas não gosto, nem creio naquilo a q se refere com esse termo. "Perda Irreparável", para mim, não é mais do q uma ausência corpórea temporária. Se é parte do mecanismo da Vida, não faz sentido q a perda seja irreparável, pois a vida prolonga-se mt para além dos nossos olhos, tão superficiais.
Quantas vezes quem está perto está longe e quem está longe, está perto?
E se quem está "longe" quiser continuar a preocupar-se e a cuidar de nós ?
Estou deserta q a Vida traga a esse vértice do triângulo, uma nova fase bem mais pinky & rosy!
Bem, ainda só hoje entrei, for the 1st time, on the blogtrain e já me estou a alongar... portanto vou sair agora...hei-de aparecer noutra estação qq, embora não seja mt dada ao teclado....É q se ainda fosse viável escrever com pena molhada num frasquinho de tinta, eu ainda o faria!

Tina: Ainda está por abrir uma garrafa de Bailey's q recebi no Natal!