30 de março de 2009

Leitura de Ginásio

Antes da sessão de Body Pump, esta Loura bimba decidiu matar tempo a folhear uma daquelas revistas masculinas que conseguem meter a palavra "Sexo" três vezes na capa e dão conselhos úteis de aumento de massa muscular mas não cerebral. E qual foi o bendito do artigo que chamou a atenção desta Loura? Exactamente: "Os Homens Preferem as Morenas". E a estatística é simples:
- 65% dos homens prefere investir numa boa performance sexual com uma morena do que com uma loura;
- 80% prefere a companhia de uma morena para uma saída nocturna do que a companhia de uma loura.

Obrigadinhas, hein?

29 de março de 2009

Portugal - Suécia

E lá voltámos aos tempos inglórios de uma era pré-Scolari. É a crise, estúpido!
Vá, agoram façam lá as matemáticas do costume e não aprendam a jogar para ganhar que não é preciso. Ainda ouvi a bestialidade que o 2º lugar do grupo é agora o objectivo. Amélias tontas que o 2º lugar é sempre o primeiro dos últimos!

27 de março de 2009

Mas qual apagão?


A dona deste blog informa que não se associa a apagões pseudo-ecologistas só porque o ecologismo barato virou moda.
É realmente uma pena que não se consiga ver o céu estrelado à noite. É realmente triste que os miúdos das cidades (e não só porque o mal é generalizado) não possam ver as Ursas Maior e Menor e calcular a distância até à Estrela Polar como a Blonde fazia em pequena, surpreendendo-se a cada vez por essa estrela tão importante ser, afinal, tão singela e modesta quando comparada com outras. Mas a banalização ecológica é uma coisa tão vazia de sentido que a Blonde não faz questão nenhuma de se juntar a acarneiramentos de ideias bimbas, mal-explicadas e, sobretudo... pouco justificadas cientificamente.
Now go ahead and crucify me.

25 de março de 2009

Remodelação na Assembleia: ainda há esperança!

Vou já rezar um Acto de Contrição por todas as invectivas que lanço impenitentemente à classe política deste país! Abençoo hoje o dia em que aceitei a nacionalidade portuguesa que é, de todas, a mais lúcida, enérgica e determinada. Há esperança para este país!
Agora com aquela iluminação bestial que impede adormecimentos em plenos actos e discussões parlamentares é que este país vai progredir! Antecipo já, com emoção, os decretos-lei brilhantes, as leis bem delineadas e sem "loopholes" (alguém que me traduza isto para Português s.f.f.), os debates quinzenais cheios de substância, as sessões plenárias participadas. E não é só a iluminação, não, também a temperatura do hemiciclo vai descer que é para ninguém se aninhar no quentinho e ir parar, por engano, claro, ao mundo agradável dos sonhos cor-de-rosa (ou cor-de-laranja que a malta não é esquisita).

Que ideias geniais! Como é preciso tão pouco para mudar a política em Portugal. Abençoado país que agora é que vais entrar no progresso!

24 de março de 2009

Um dia normal na vida de um cão





O Marley, que já deu um livro e agora chega às salas de cinema com a Jen Aniston (e aquela coisa semi-actor chamada Owen Wilson), é um anjo!

Depois da enésima travessura do tonto do meu adoptado Spotty decido que é altura de lhe dedicar um certo espaço no blog, com direito a etiquetagem própria e tudo. Mas que digo? Não, o Spotty não faz travessuras, isso é com o Marley. O Spotty excede-se em maluqueira inconsciente. Esqueço-me das incontáveis vergonhas e sustos em que ele me tem metido nestes três anos de uma vida extraordinariamente activa e prolífica em episódios que nem no cinema.

Para que conste, a Blonde é uma pessoa de gatos. Os cães são grandes, aluados, dependentes, pouco higiénicos, barulhentos, desastrados, desarrumados e etc. Mas o Spotty era um cachorrinho abandonado tão pequenino e com uns olhitos leitosos sem cor tão adoráveis que acabou no colo da Blonde e ganhou um lar. Logo na primeira tarde em casa da Blonde, a Blonde viu o futuro: xixi no tapete iraniano, mordidelas ferozes na mesinha de café, xixi na carpete da sala, aversão ao banho, xixi no tapete da casa-de-banho (porque é que será que embicava sempre com tapetes e nunca com o chão despido?) e mais mordidelas em tudo o que fosse perna de cadeira. Sim, o futuro prometia e ainda íamos só na primeira tarde de convívio juntos.

Durante a fase cachorrinho adorável, o Spotty apenas roeu 12 candeeiros de relvado e um sistema inteiro de rega (sprinklers e as mangueiras enterradas no solo incluídos). Os colchões da cama desta alegre criatura tiveram sempre uma esperança média de vida oscilando entre os 30 minutos e os 20 segundos. Os brinquedos a mesma coisa. O primeiro veterinário ganhou-lhe um trauma quando viu o consultório destruído, marquesa de alumínio incluída no rasto de destruição. E isto ainda a criaturinha linda não tinha um ano. Estou a vê-lo, ao vet, de olhar vazio e incrédulo, urinado pelos esguichos de alegria que o Spotty lhe debitou, a marquesa de pernas para o ar e o consultório revirado. Também paciência, estamos a falar de um veterinário que olhou para o cachorrito e disse com a voz da certeza:
- Hmm, vai fazer-se um lindo cão médio aí com uns dez, doze quilos.
O bicho aos dez meses pesava 20! Encontrei o veterinário no concerto da Mafalda Veiga e, sinceramente, a vergonha ainda é tanta que fingi não o ver.

Certo dia o Spotty fugiu do quintal por entre as pernas da Blonde e esta teve de mandar cortar o trânsito na rua de casa (que não é uma rua é uma estrada porque a Blonde vive no campo). Montou-se a caça ao bicho com a vizinhança e a Blonde ia tendo um esgotamento nessa tarde. O Spotty deve ter achado aquele um dos dias mais festivos da sua curta existência. Doutra vez espetou o focinho num vespeiro e apareceu muito cabisbaixo a mostrar a tromba de elefante à querida Blonde:
- Não me ralhes Dona, mas isto arde que se farta.
Claro que a Blonde levou-o a correr ao veterinário com medo de choques anifiláticos, infecções e o diabo. Da segunda vez que Sua Suma Inteligência resolveu brincar com vespeiros a Blonde já nem se ralou:
- Aguenta amigo, que isso já passa!

Ainda outra ocasião, vem a Blonde cansada do ginásio e encontra Sr. D. Spotty emaranhado num tapete que destruíra. Nem se mexia, nem conseguia fechar as mandíbulas, tinha fios grossos de tapete entre os dentes a cortarem-lhe a gengiva, as pernas atadas e um garrote à volta do pescoço. A Blonde entrou em pânico. Agarrou nele com forças de Super-Mulher e lá vai à velocidade-luz para o veterinário, desta feita, outro que se traumatizou. Foram precisos dois veterinários e muito bisturi para o desenrolarem do tapete. E, claro, da segunda vez que a Eminência se emaranhou noutro tapete, a Blonde ralhou com ele e cortou o tapete à tesourada de tão furibunda estava.

Hoje, a criatura em questão achou que rebuçados para ratos (não esquecer que estamos no campo) são uns biscoitos próprios para cães e cá vai disto. No meio de muita gozação: "Ó p'ra mim Dona, vou mesmo comer isto, estás a ver?", lá comeu um rebuçadito envenenado (ainda estou para ver que raio de repelente anti-animais domésticos aquilo tinha que, como se vê, funciona às mil maravilhas!). E lá foi a Blonde tinóni para as urgências da clínica veterinária, onde ao que parece, nunca ninguém viu um bicho envenenado ter tanta alegria que nem drogado parava quieto.

Enfim, outro dia absolutamente normal: a Blonde veio descomprimir do susto para o blog e a fantástica e super-potente criatura ali está no jardim feliz da sua vidinha que nem parece podia ter morrido há umas horas atrás.


Legenda: A criatura maravilhosa aos três meses em plena actividade lúdica-destrutiva.

23 de março de 2009

Doutor José Mourinho

Muito barulho por nada. Parafraseando o título de uma das peças de Shakespeare é o que me apraz dizer agora que a Academia investe um novo Doutor Honoris Causa. E daí se for Mourinho o escolhido para recipiente de tão honrosa distinção e não o Carlos Queiroz ou o Jesualdo Ferreira?
Que é muito novo. Pois sim!
Que tem mais carreira pela frente do que atrás dele. Sim senhora!
Mas, goste-se ou não, e eu pessoalmente até nem simpatizo muito, o que é indesmentível é que ele tem uma carreira a todos os títulos brilhante. E, numa altura em que a Academia julga os seus através de uma coisa denominada IF, Impact Factor, que credibiliza os investigadores com carreiras desenvolvidas no plano internacional, José Mourinho deve ter um IF estratosférico.

Pois esta que se intitula Blondewithaphd, que tem um doutoramento genuíno, e, já agora, terminado antes de todos os prazos legais numa idade relativamente jovem para os padrões académicos deste país, acha muito bem que o Doutor José Mourinho seja acolhido na classe.

22 de março de 2009

Mais um derby da treta!

Primeiro, para quem não tem nada para ganhar este ano, digamos que uma insignificante taça de segunda categoria nem sequer para prémio de consolação vale. Depois, ganhar sem brio não é ganhar.
Uns estão muito tristes porque o vesgo do árbitro nem sabe apreciar se há ou não há penalty e parte para que sim senhora até é mesmo penalty e vão queixar-se para o raio que os parta. Os outros baixam a cabeça de vergonha e o que importa é que venceram o jogo e arrecadaram a vitória miserável.
Futebol à portuguesa não tem piada! E quero lá bem saber do meu benfiquismo irracional que só serve para me entristar. Raios de miserabilismo futebolístico!

17 de março de 2009

Desdemonizar a Barbie



Eis a Sra. Da. Barbie aos 50! Linda de cair para o lado num vestidinho de Robert Best, make-up muito natural e o rosto emoldurado pela ondulação dos cabelos louros platinados ($59.95 para quem faz colecção, também há versão AA, para quem não sabe: African American que é para não a acusarem de sentimentos xenófobos - eu fico-me pela Goldie Locks if you don't mind).

Isto tudo a propósito de um artigo do Washington Post, assinado pela Jennifer Huget que costuma escrever sobre questões de saúde, insuspeita, portanto, para falar da Barbie, e que começa assim: "An iconic image of femininity or a distortion of womanhood, the hourglass figure we associate with Barbie has for half a century shaped debate about girls' attitudes about their bodies." Estudo para cá e estudo para lá, inquérito aqui e inquérito ali (quem disse que uma loura não dava objecto de Ciência?) e as conclusões são simples: a Barbie não influi na percepção corporal que as raparigas e as mulheres têm de si próprias pela simples (e quanto a mim óbvia) razão de que toda a gente sabe que a Barbie é apenas uma boneca. Dissecando ainda um pouco mais as mensagens subliminares que a Barbie possa transmitir aos jovens, as conclusões são também diametralmente opostas ao que se tem debatido quando se trata de culpabilizar a Barbie pela projecção de imagens perversas de um estilo de vida em que imperam maus hábitos. Pois bem, a Barbie promove a prática desportiva, ele há a Barbie tenista, a Barbie ballerina, a Barbie alpinista e todas as Barbies em todos os desportos. Similarmente, a Barbie faz uma alimentação saudável à base de grelhados no BBQ do seu jardim e no seu frigorífico há frutas e legumes. Assim sendo, se, quem tem uma má imagem do seu corpo, pusesse os olhos na Barbie e começasse a praticar desporto e regrar a alimentação, teria na boneca um bom role model.

Depois há o coro de vozes acusatórias e histéricas que se levantam aos brados dizendo que a Barbie tem um corpo irreal que as mulheres reais não têm. Pois, é verdade que só 1% das mulheres de carne e osso têm corpos de Barbie (e mais outro tanto das que os modelam a bisturi e silicone) mas não são as bonecas meras projecções de irrealidades? Desmontemos um pouco a questão e perguntemos inversamente se os Nenucos não darão falsas expectativas do que é um bebé real a quem brinca com eles?

E, por fim, porque a Barbie é uma espécie de Anti-Cristo dos brinquedos, surge a rotulagem que atribui à Barbie os epítetos de estúpida, ignorante, fútil e, no pior dos piores, loura bimba com um coeficiente de inteligência que só lhe dá para o básico de seguir a moda. Eu então pergunto se será assim tão estúpida uma tipa que se mantém no topo há cinquenta anos? Será assim tão retardada mentalmente uma loura bimba que se tornou hiper-milionária à conta de ser tão loura bimba? Será tão fútil uma mulher de negócios que formou um império de acessórios e uma marca própria? E será assim tão ignorante uma fulana que compreende Oscar Wilde na plenitude ao entender que "pior do que ser mal-falado é não ser falado"?

Eu cá acho a Barbie uma pobre loura injustiçada. Rotulada à exaustão, humilhada na sua feminilidade por feministas extremistas e homens que a vêem tomar de assalto a patriarquia. Estóica a rapariga que resiste a tudo. E curioso, também, como considero elogioso de cada vez que me chamam Barbie lá no ginásio e me dão, por brincadeira, lollipops com a cara da Barbie loura. Será que quem me chama Barbie pensa que sou estúpida, fútil e ignorante (bimba se calhar até sou)? Duvido. Por isso, o que começou como leitura de uma coluna no Washington Post, dá para pensar o quanto se vai escrever sobre a Barbie durante este ano. Mas seja como for, brincar com a Barbie e brincar de Barbie, está provado, não faz mal a ninguém, não enviesa o pensamento das crianças, não é perverso nem leva a crises de personalidade e/ou visões corporais distorcidas.

Happy anniversary Madam Barbie!

16 de março de 2009

Thanx pal!

Quinn dearest,

T'is pretty neat dude! You're one hell of a webmaster!

E digam lá se o Quinn não deu ali uma pincelada gráfica catita no layout do Blonde?

12 de março de 2009

Obituário à Minha Almofada Morta (197X - 2009)



Acordou morta numa destas manhãs a almofada que me acompanha desde antes de eu nascer. Descanse em paz!

Abençoada! Trinta e tal anos de usos e desusos e foi sempre resistindo. Só podia ser made in Germany, deutsche Technologie da melhor. Suportou ser esfregada pelas paredes da casa em birras de sono infantis. Fez sestas ao ar livre. Percorreu fronteiras. Levou milhentos remendos e, quando os remendos já não chegavam para sarar as feridas, foi-se tornando uma obra de patchwork. No princípio não podia ser lavada porque a Menina Blonde não suportava o cheiro de almofada lavada. Agora já não podia ser lavada para não se desintegrar. Triste sina.

Ali esteve constante nos pesadelos da noite com lobisomens, nas febres que chamavam a Mãe. Aguentou estóica as convulsões adolescentes, tous les troubles rives adolescentes, e foi confidente fiel dos primeiros enamoramentos e dos sorrisos permanentes de quem descobre outros mundos.

Depois acolheu silenciosamente todas as lágrimas escondidas que se choram em torrentes sem fim na impotência de uma Mãe que morre. Nas noites tenebrosas sem sono, lá esteve velando as réstias de Vida e Esperança em que se desenvolvem as despedidas. E contou acordada todos os minutos, os segundos, os momentos tão longos e tão fugazes da Vida que se segura só mais um instante antes de partir.

Entrou num casamento e saiu dele. Mudou de casa. Mudou de vida. Conheceu os sucessos e os cansaços. Inspirou ideias e delineou planos. Sonhou acordada e a dormir. Leu tantos e tão belos livros. Bebeu café entornado. Dormiu com homens, mulheres e animais de peluche e dos vivos. Teve frio e calor. Despertou nas madrugadas e deixou-se dormir. Acordou estremunhada sem saber em que língua falar. Acordou feliz. Mas agora sucumbiu. Morreu ao cabo de tantos anos de companheirismo e lealdade. A minha almofada, a minha única almofada, morreu e muitas memórias partem com ela para o paraíso das almofadas.

Abençoada! RIP

P.S. - Morreu de causas naturais durante o sono. Uma morte santa, portanto.

11 de março de 2009

Que gaita de país este!

Ouvir hoje o noticiário das 7 de manhã é o suficiente para deixar qualquer alma cristã mal-disposta para o resto do dia (e eu nem sou de grandes más-disposições!).

1. Mas quando é que esta gente vai aprender a jogar contra os alemães? Tristes! Pacóvios e palonsos!
2. E quem foram as inteligências que redigiram o projecto de lei respeitante à violência doméstica?

Bem, deixa-me ir destilar a indignação para outro lado!

9 de março de 2009

Crepes Blonde



Domingo, seis da tarde. Acabo de enviar um capítulo de um livro ao editor em Nancy (de França), tenho o resto de outro livro para rever mas não me apetece nada, mas mesmo nada. Tenho uma dor de costas lastimável das horas ao computador. O meu humor não está dos melhores porque num dia maravilhoso de sol eu só desci do escritório ao jardim para beber um capuccino uns escassos minutos. Que vida, Cristo!

Apetece-me crepes! Que raio de apetite! Eu não ligo a crepes. Eu não sei fazer crepes. Diabo, eu fujo de hidratos de carbono como o dito da Cruz! Acho que a culpa é da Tina que achou por bem aqui há dias desatar a enviar-me sms provocadores sobre uns crepes de camarão que ela fez (raios a partam e mais aqueles dotes culinários!). E não é que continua a apetecer-me crepes?

Lembro-me que a Mãe fazia uns deliciosos. Mas isso era a Mãe e isso já foi há muito, muito tempo.

Pego num livro de receitas. Ingredientes: leite (homessa, eu não bebo leite), manteiga (manteiga?!, eu lá tenho manteiga?), açucar (outra!, e uma Blonde lá usa açucar porventura?). Desisto do livro. Meto-me na despensa e decido inventar.

Crepes Blonde

Para a massa:

1 pacote de natas (o mais parecido com leite que havia)

Umas quantas colheres de açucar Demerara (vá lá, afinal havia açucar)

Farinha de trigo a olho

Maizena a olho (só porque a Mãe misturava Maizena em tudo)

Um cálice de Vinho do Porto (acho que a Mãe fazia os crepes com Vinho do Porto)

Uma pitada de sal fino

Uma colherzinha de fermento em pó

1 ovo (se não fosse a P trazer-me ovos não havia crepes para ninguém)

1 fio de azeite (de Creta que também era o que havia)

Para o recheio:

Passas sultanas

Nozes

Maple syrup canadiano (isto é exactamente o quê em Português?)

Geleia de marmelo (a P apanhou os marmelos aqui do jardim e sem ela também não havia geleia nem marmelada)

Preparação: Bater o ovo com as natas, o Vinho do Porto e o azeite. Juntar a farinho de trigo, a Maizena, o sal, o fermento e o açucar. Misturar bem. Colocar uma frigideira anti-aderente ao lume com um pouco de azeite. Frigir o preparado em forma de crepes (é melhor nem dizer o formato que adquiriram os Crepes Blonde mas serão sempre uma inovação culinária!).

Entretanto, amolecer a geleia em banho-maria. Depois (agora vem a obra-prima, atenção) colocar um crepe e barrar com geleia, sobrepor outro crepe e barrar com maple syrup e assim sucessivamente até se acabarem os crepes. No fim, decorar com sultanas e nozes.

Eu acompanhei com café e comi de faca e garfo comme il faut! Ficaram deliciosos (um pouquinho enjoativos de tanto maple syrup, mas nada que não se corrija em próximas edições).

Damn I'm good!!!!

7 de março de 2009

Dia da Mulher





A 8 de Março celebra-se, como vem sendo hábito, o Dia Internacional da Mulher. Pelas ruas distribuem-se gerberas às senhoras e meninas e produzem-se espectáculos variados e muito palavreado político se debita em torno de tão simpático dia.


Eu, que me considero uma mulher muito feminina, sem que para tal precise ser feminista (que não sou em absoluto), acho este um dia pavorosamente sexista. E mais, abaixo o Dia Internacional da Mulher! Abaixo o paternalismo que invoca leis de paridade para fazer apenas uma coisa: discriminação positiva que, como a própria expressão indica não deixa de ser... claro, discriminação.


É verdade que uma mulher para singrar em campos tradicionalmente masculinos tem de trabalhar mais do que um homem e tem de continuamente demonstrar algo: demonstrar competência, demonstrar força de vontade, demonstrar inteligência e todo o rosário das demonstrações que provem que ela é tão capaz como qualquer espécime masculino. E também não é menos verdade que com carreira, maternidade e afazeres domésticos, as mulheres desmultiplicam-se em muito mais actividades e responsabilidades do que os homens. Tudo isto gera, obviamente, as situações de desvantagem igualitária em que as mulheres se encontram face aos homens. Mas será necessário um Dia da Mulher para sermos confrontadas com os discursos feitos de que as situações de desigualdade entre os sexos têm de desaparecer? É preciso um Dia da Mulher para mais enfatizarmos o facto de que as mulheres ainda não beneficiam das mesmas condições sociais do que os homens?


Sim, acho o Dia Internacional da Mulher uma humilhação, um vexame à condição feminina, uma discriminação, um paternalismo degradante. Não me revejo minimamente. Se no futuro se instituir um Dia Internacional do Homem talvez aí as coisas sejam mais equitativas.

4 de março de 2009

Vicky, Juan António, Oviedo, Barcelona


Porque as Vickies desta Terra podem muito bem ser Blondes, só que as Blondes não acabariam o filme presas na previsibilidade das suas decisões. Porque na Vida há sempre um Oviedo qualquer que nos faz desviar do percurso, inverter a marcha. É nesses Oviedos que, sem querer, nos encontramos connosco ao renegarmos os contrangimentos da racionalidade. E, claro, porque os Juan Antónios andam por aí vivendo o presente sem largar o passado, querendo um e outro, amachucados na inevitabilidade linear do Tempo.
De permeio, existem aquelas morenas fulgurantes para as quais qualquer Blonde olha no êxtase sublimado que pergunta: "Porque é que Deus lhes concedeu aquele exotismo do animal selvagem que nos falta tão gritantemente?" Sim, qualquer Cristina no seu juízo perfeito se deixaria levar pelo hipnotismo de uma Maria Elena.
Vicky, nunca serás feliz com o Mark. Em breve serás uma Judy e, se te faltar a coragem outra vez, desperdiçaste a Vida só para te manteres fiel à tua teimosia que persegue o Certo e o Correcto que te atam. Don't do that, don't go that way.

2 de março de 2009

Guiné das Trevas


Heart of Darkness... Coração de Trevas...

(Joseph Conrad, 1899)


Lembro-me sempre deste livro de cada vez que me lembro de África. Heart of Darkness... Como me soa esta expressão. Coração de Trevas...


Mataram um assassino. Mataram um presidente. Mataram quem declarou independência de uma metrópole colonial. Nunca, mas nunca mesmo, África vai ser um continente de paz. E agora diz-se o quê?


- Lastimamos a morte do presidente de uma nação amiga?


- É uma apena realmente mas... mas o homem era um criminoso?


- Bem feita! Botaram-nos de lá para fora agora aguentem-se?


- Que horror! Lá vai a Guiné-Bissau para a guerra civil?


- Está-se mesmo a ver que a culpa é do passado colonial?


Eu não digo nada! Mas admito que se possa dizer tudo...

1 de março de 2009

Rosa sem Espinho: O Congresso dos Felizes

O que é que será que existe de saboroso e triunfal numa vitória antecipada sem a glória da batalha ideológico-partidária? Mas enfim, há quem se contente...

O momento histórico é favorável: a crise global é um escudo protector muito confortável, uma desculpa para a impotência, uma máscara para o insucesso. A confusão baralhada da oposição um adjuvante tremendo. Que melhores e mais fáceis circunstâncias existirão para vitórias sem luta?

Nunca pensei ver um PS de punho erguido com medo de um juvenil BE. Assusta-me, para ser sincera. E irrita-me. Tal como me assustam e irritam as vitórias só porque sim, só porque o panorama político português actual é um enorme vazio e porque não há escolhas e porque não há ninguém com um brilho que nos catapulte para a esperança.

Valha-nos Deus por um Vital Moreira. Precisamos de mais, de muitos mais. Precisamos de gente pensante, escrevente, falante, em suma, articulada que venha seja lá de que quadrante político for.

Em remate, pergunto-me, fingindo não saber a resposta, o que é que um partido de governo teme da discussão dos temas estruturantes/fracturantes que pairam, tal espada de Dâmocles, na atmosfera política? Felizes os esquecidos dos males pátrios, que deles é o reino parlamentar.