A 8 de Março celebra-se, como vem sendo hábito, o Dia Internacional da Mulher. Pelas ruas distribuem-se gerberas às senhoras e meninas e produzem-se espectáculos variados e muito palavreado político se debita em torno de tão simpático dia.
Eu, que me considero uma mulher muito feminina, sem que para tal precise ser feminista (que não sou em absoluto), acho este um dia pavorosamente sexista. E mais, abaixo o Dia Internacional da Mulher! Abaixo o paternalismo que invoca leis de paridade para fazer apenas uma coisa: discriminação positiva que, como a própria expressão indica não deixa de ser... claro, discriminação.
É verdade que uma mulher para singrar em campos tradicionalmente masculinos tem de trabalhar mais do que um homem e tem de continuamente demonstrar algo: demonstrar competência, demonstrar força de vontade, demonstrar inteligência e todo o rosário das demonstrações que provem que ela é tão capaz como qualquer espécime masculino. E também não é menos verdade que com carreira, maternidade e afazeres domésticos, as mulheres desmultiplicam-se em muito mais actividades e responsabilidades do que os homens. Tudo isto gera, obviamente, as situações de desvantagem igualitária em que as mulheres se encontram face aos homens. Mas será necessário um Dia da Mulher para sermos confrontadas com os discursos feitos de que as situações de desigualdade entre os sexos têm de desaparecer? É preciso um Dia da Mulher para mais enfatizarmos o facto de que as mulheres ainda não beneficiam das mesmas condições sociais do que os homens?
Sim, acho o Dia Internacional da Mulher uma humilhação, um vexame à condição feminina, uma discriminação, um paternalismo degradante. Não me revejo minimamente. Se no futuro se instituir um Dia Internacional do Homem talvez aí as coisas sejam mais equitativas.
6 comentários:
Eu diria mesmo mais ... abaixo o Dia Internacional da Mulher!
Afinal, as que mais o celebram são umas ... jarras!
Blondinha:
No essencial completamente de acordo contigo! Há só umas "nuancezinhas" que, possivelmente, terão a ver com o facto de eu ser de uma geração mais antiga (bastante rsrsrs). Mas, tal como tu, acho que as questões da discriminação precisam de abordagem inovadoras e não serem, elas próprias, discriminantes!
:))
O seu post vai d encontro à Carta que escrevi hoje às mulheres portuguesas, lá no CR. Concordo por isso, com o essencial da análise que faz ao DIM.
As mulheres que entrarem nas listas partidárias para preencher uma quota não ficam à partida diminuidas?
Eu cá festejo o dia do Piriquito, é um dia muito especial porque os piriquitos são nossos amigos...Baaaah tretas, acho o dia da mulher no minimo ofensivo e essa coisa das quotas é humilhante!
Mas enfim, eu tenho muito mau feitio por issom regra geral ninguém liga muito ao que eu digo :)
beijos loira
Hesitei em comentar. Depois repensei e conclui:- E porque não?
Fiz uma pausa e reflecti sobre a utilidade do meu comentário e sobre a forma de o fazer.
Tudo porque não gosto de teses nem de sínteses.
Conclui que afinal não deveria fazer comentário nenhum.
Fico-me então pela antítese, ou seja, pela insinuadora vantagem da existência da mulher.
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