7 de abril de 2009

A propósito do terramoto em Itália



Sempre que há um sismo qualquer num sítio qualquer, mais ou menos longe deste país, logo se levantam os coros que antecipam a possibilidade de outro terramoto de grande magnitude atingir Portugal. Mas, depois do susto, regressa a acalmia e ninguém mais fala de catástrofes iminentes e hipotéticas e a vida segue tranquila.

Agora, a propósito do sismo que atingiu a Itália, lá vêm os especialistas, os entendidos, os engenheiros, as autoridades civis dar palpites quanto à nossa situação e ao nosso grau de preparação para a eventualidade da tragédia. Até aí nada de novo. Mas, ontem, no Jornal da Noite da RTP2 ouvi algo que me deixou tonta na perplexidade e, sim, razoavelmente preocupada para temer a repetição de uma calamidade estilo 1755. Vem um especialista do LNEC explicar que em Portugal não temos razões para grandes temores porque a Europa tem uma excelente estrutura de apoio aos países que enfrentam calamidades e o exemplo é que a Grécia já terá enviado helicópteros para Itália e coisas desse género.

É impressão minha ou afirmações destas são motivo para nos preocuparmos? Explico. Que me vale a mim um helicóptero grego se eu estiver sob os escombros de um edifício que desabou sobre a minha triste pessoa? Então só pensamos no cenário pós-catástrofe? E a prevenção? Sim, que aquele simulacro de sismo em Novembro foi útil para verificarmos que as ondas sísmicas de um terramoto com epicentro algures em Alcochete levam 12 horas a atingir Lisboa.

- Allô, allô, daqui comando em Alcochete avisando que daqui a 12 horas um sismo de magnitude 6.4 vai atingir a capital. Estejam à espera e preparados que nós estamos aqui a enterrar os mortos e a acudir aos vivos!

Gosto sempre de ouvir especialistas...

8 comentários:

António de Almeida disse...

-Obviamente que não estamos preparados, a prevenção não rende votos aos políticos. E não estou a falar em simulacros, teriamos de estar sempre a fazê-los, e já agora, durante o dia ou à noite, de semana ou fim de semana? É que a nossa própria reacção irá depender da hora e local. Já bem diferente seria uma fiscalização eficaz dos materiais e técnicas utilizados na construção, e nesse capítulo tenho grandes dúvidas...

Eu Mesma! disse...

confesso que me aterroriza a imagem de um sismo em lisboa...

e sempre que existe mais um sismo na europa eu descanso.... porque sei que a fenda mexeu mexeu mas foi mexer longinho....

mas sim...
os belos dos especialistas gostam imenso de falar!

Eu Mesma! disse...

decididamente o teu blogue nao permite feeds...

lourinha...
activa lá isso... :)

Abobrinha disse...

Blonde

Um dia VAI haver um terramoto em Lisboa. Em 1969 já houve e grande (mas acho que não fez vítimas) e até aqui se sentiu: os meus pais, que estavam casados de fresco, lembram-se. No Porto isso não vai acontecer, só porque não. Só porque é assim.

A prevenção é fazer casas com protecção anti-sísmica e... pedir o patrocínio da Nossa Senhora. Retirar Lisboa dessa localização, ter centros de apoio a catástrofes e decisão longe de Lisboa seriam uma opção. Mas nada altera o facto de Lisboa ser uma zona sísmica.

A ajuda pronta pode não evitar o grosso das mortes, mas ajuda a salvar quem pode ser salvo ainda e a reconstruir um país. Já é qualquer coisa!

Peter disse...

Desculpa lá, mas essa das "ondas sísmicas de um terramoto com epicentro em Alcochete levarem 12 horas a atingir Lisboa" é um gozo.
Mas como não ligo ao que a TV diz, não compreendo.
Só sei é que, como de costume, não estamos preparados para enfrentar uma catástrofe dessas, só os japoneses, mas eles são extremamente rigorosos no que respeita à construção anti-sísmica, não são como os nossos "patos bravos" e os seus amigos das autarquias.

Não comas muitas amêndoas...

Eu Mesma! disse...

Mas o que é que raio é que fizeste??????

Recebi agora as actualziaçoes todas do teu blogue em catadupla!!!!!!

mdsol disse...

Blondinha
Não ouvi o que contas, mas... se não fosse grave demais seria risível!

:)))

Storyteller disse...

Tal como dizes, é sempre a mesma história, e eu continuo com a convicção que se tal acontecer, ficamos todos encurralados em Lisboa, por baixo de escombros e não vai haver INEM, bombeiros, polícia ou Protecção Civil em condições de socorrer quem quer que seja...