4 de agosto de 2009

Dia 4


E a pedido de várias famílias, cá vai a crónica do dia. E que dia inesperado...
Aqui na herdade a alvorada é... bem... alvorada que a bicheza levanta-se bem cedo e logo reclama atenção. Mas, depois da bicheza tratada e do duche tomado, é dia turístico.
Monforte, bem lá no alto. Tomo o melhor (mas de longe) abatanado da minha vida loura (caso estejam a pensar o que raio é isto, é um long coffee que tomam as Louras com ascendência de países em que expresso é o café dos latinos). Adiante.
As estradas aqui neste Alto Alentejo são um prodígio: não há buracos, não há trânsito, há bom pavimento. Chego a Elvas num instante. Páro e, pela primeira vez, detenho-me no aqueduto que saúda o viajante. E, já que estou aqui, que tal ir a Badajoz?
Loura que é loura só pensa uma vez. Prossigamos até Espanha, olé!
Mas, afinal, o que é que há em Badajoz? Não, não vou para Badajoz. Viro para Mérida. Sempre lá quis ir e aqueles documentários da National Geographic sempre me atiçaram a curiosidade. Vou, pois a Emérita Augusta.
38º à sombra. Podia ser pior.
- Es muy rubia. - Ouço de passagem. E, claro, apesar do protector solar SPF50+ nos braços, cara, decote, etc., pareço um semáforo aceso na cor de stop! (O que vale é que encarnado é cor de louras e diz bem com o azul do vestido. Ó triste sina!)
Almoço "huevas de merluza" e "mejillones". Entretanto, pára tudo para a sesta, excepto a "rubia" doida e mais uns quantos bifes igualmente a sinalizar stop de semáforo. De facto, só mesmo não nativos para se darem ao calor e ao trabalho. Mas vale a pena. Em cada esquina ruínas de uma era antiga que ombreiam com a cidade moderna dormente no Estio. Pasmo com a enormidade da cidade romana. Mas, mais do que isso, fascina-me que um povo preso no interior ibérico há mais de mil anos apreciasse tanto a arte e o espectáculo. Um teatro e um anfiteatro lado-a-lado explicam muito desse povo: que era próspero, culto e dispunha do ócio em que a cultura pode florescer. Olho para nós, contemporâneos deste vigésimo primeiro século, e noto que nem evoluímos assim tanto, nem aprendemos assim tanto.
Um dia inesperado, portanto. Inesperado de bom, nestes dias felizes de férias.
(Specially to Zana)

7 comentários:

António de Almeida disse...

Algumas estradas por aí são boas, mas não todas. Conheço bem a zona por onde andou, boa escolha.

Pedro disse...

outros tempos
:-)

Daniel Santos disse...

Estou a gostar de te acompanhar na escrita da viagem.

antonio ganhão disse...

A miúda leva esta coisa mesmo a sério! Tu estás de férias Blonde...

Anónimo disse...

Conheço muito bem a zona por onde anda e gosto muito. De vez em quando, vou por aí.
Estou a adorar as suas crónicas de férias.

Abobrinha disse...

Estás a ver? Companhia só estorvava! Excepto a minha: com a quantidade de protector solar que eu te obrigaria a colocar, não tinhas hipótese de ficar vermelha!

Eu com SPF 50+ ainda fico morena! E mais ficaria se... se me dedicasse a apanhar sol, por exemplo!

Quint disse...

Tivesses tu dito aqui ao "muchacho" que ias a Mérida e eu ter-te-ia recomendado não só as singulares marcas do que foi a imponência do Império Romano, como passagem pela Calle John Lennon; tirando o nome não tem nada de particularmente singular excepto ir dar àquela praça central cheia de laranjeiras!