30 de outubro de 2009

They're Back!


And I won't be here! Rats!
Tinha de ser justo neste fim-de-semana? Ok, eu fui vê-los o ano passado. Mas ia vê-los outra vez. Oooooh, que pena.
Eu sei, eu sei que mais pimba do que isto é capaz de ser impossível, mas o que querem, eu gosto... Enfim, vingo-me nos Depeche Mode daqui a uns dias.
Backstreet's Back, alright!

29 de outubro de 2009

A Face Oculta

Dizem que a Justiça é cega. Em Portugal, eu acho que é, pelo menos, zarolha.

Desculpem-me a incredulidade, mas porque é que se abrem ditos cujos mega-processos neste país? Eu só consigo imaginar o azar desgraçado do Madoff não ter dado cabo da economia mundial a partir de um quartel-general localizado em Portugal.

27 de outubro de 2009

E as outras Big Questions são:


- Quem foi a luminária brilhante que inventou a mudança da hora?

- Quem foi a azêmola masculina que inventou o raio dos computadores de bordo que impedem as Blondes desta vida de mudarem o Deus me acuda da hora? Hein? Há três, TRÊS, dias que esta Blonde automotorizada tenta em vão explicar ao anormal do computador de bordo que estamos noutro fuso horário!

26 de outubro de 2009

Tomada de posse do governo e outras tristezas num país de bricadeira


Cenário:
Televisão de parede ligada sem som. Um canal noticioso qualquer. Sócrates palestra. Um ginásio. Uma Blonde malha numa máquina elíptica enquanto olha para a televisão muda.

Façamos o exercício mental de uma Blonde que vai contado as calorias perdidas e entretendo o neurónio com o hipotético discurso:
- O país precisa de estabilidade. Há que enfrentar a crise para debelá-la. O governo será um instrumento democrático dialogante com todos os parceiros sociais.
A Blonde não ouve nada. Não precisa. Imagina o que os lábios do Primeiro Ministro dirão e pensa que, na previsibilidade do discurso, até ela escreveria as balelas da circunstância. Sim, ela, a mega-Loura-bimba-mononeural que nem nasceu nesta língua.

Horas depois. Jornal da noite. Grande alarido noticioso: 50.000 vacinas contra a Gripe A inauguram campanha de vacinação nacional. Repórteres invadem centros de saúde em busca dos comentários dos utentes:
- Eu ter ficado um pouquinho assustado.
- Por causa da vacina?
- Não, não. Eu nunca ter aparecido na televisão - Diz o pobre ucraniano corado que, desgraçado, é motorista do Instituto do Sangue e tem de ser inoculado prioritariamente.

Obrigada país que me dás um gozo bestial e que, de vez em quando, te excedes no grau de comicidade com que me alegras o dia-a-dia.
Já agora, eu, de facto, não ouvi o discurso do nosso Primeiro. Por conseguinte, alguém me contradiz as suposições ou eu posso seguir convicta dessa minha suposição inicial de que, neste país, tirando raras ocasiões de chifres parlamentares, política à portuguesa se faz em regime de copy paste?

25 de outubro de 2009

E a big question é:


Porque é que mesmo separados continuamos a dormir no mesmo lado da cama?
Homessa, eu podia dormir ao meio da cama, do outro lado, gastar os lençóis por igual, mas não!

22 de outubro de 2009

Slowing down...

Lugar curioso, o Outono. Acaba-se o brilho glabro da luz excessiva que ofusca e fere os olhos. Tanta sabedoria no abrandamento do passo da Vida. O desligar calmo e progressivo da vitalidade. Estação sublime quando as primeiras chuvas levam o que restou de um Verão cansado e cansativo. Apetece-me hibernar, juntar-me à natureza universal e abraçar a calmaria.
Oiço a chuva e o vento, vejo a neblina que cobre as colinas de um azul diáfano e sem contornos e recolho-me à interioridade. Carrego num botão qualquer e reduzo a energia. É bom.
Cheira a água lavada. Perco-me.
O primeiro frio arrepia-me e os pés nus arrefecem na tijoleira. Gosto, mesmo sem gostar demasiado.
Embalo-me na chuva contínua e durmo de um sono só. Por vezes gostaria de acordar só para repetir o embalo.
Quero música suave, café fumegante em malgas, peúgas de lã, sentar-me numa poltrona a olhar o Outono e ir-me à deriva...

19 de outubro de 2009

Blonde e Michael Bublé

Londres. Inverno. Frio. Lá fora já caiu a noite. Abrigo-me para um hot chocolate de final de dia em Regent Street. Ainda estou a meio do doutoramento e acabo de chegar de Oxford onde dei duas palestras. Venho cansada de quatro dias de jantares de circunstância e conversas de maior circunstância ainda. Conheci o director do "Washington Post" e mais o filho do Alain Sèbe, com quem tive uma grande empatia à conta da nossa paixão mútua pelo Sahara, e, basicamente, extenuei-me entre contactos e no nervoso de ter duas palestras em colleges diferentes. Preciso descanso. Preciso mimo.
A voz é redonda e cheia, distintamente new yorker. Sigo-a. Vejo-o. É um homem grande que enche espaço. Agarra o microfone e canta sózinho sem palco, sem público. Perco-me na musicalidade de "Me and Mrs. Jones". Encanta-me. Fico ali sózinha com ele. Vê-me. Canta para mim. Sorrio-lhe no cansaço feliz.
- You sing divinely. - Digo-lhe.
Ele ri-se e baixa os olhos. Canta outra vez. Suspendo-me.
- I've got some cds here. - Diz-me apontando uma mesa com um dispaly de demos, entre um sorriso franco e acanhado.
- I'll buy them when you're famous. - Respondo.
Ri-se outra vez. Ficamos ali um pouco e despeço-me com um "See you around".
Esta "Haven't Met You Yet" é a canção nova dele, do Michael Bublé: um Michael Bublé famoso que eu conheci há anos numa tarde chuvosa e fria na minha cidade favorita. Um Michael Bublé que me apaziguou cansaços e me desvaneceu o frio com aquela voz quente que nos envolve no seu polimento musical suave e doce.

Yes, I have met you already...

16 de outubro de 2009

Look who's back!

Para quem continua numa de descobrir que tem tv em casa e que a dita traz tv por cabo e uma coisa chamada VH1, esta é uma boa. Então não é que os A-HA estão de volta? Eles, a Whitney Houston (ou o que restou dela depois de tanta droga naqueles neurónios) e parece que... os Bee Gees, esses mesmos das calças apertadinhas e vozes fininhas (do aperto, com certeza!)! Só me falta ressuscitarem os Erasure e o Jimmy Sommerville.
Ah, gandas 80s!! Ah, ganda gripe!!

15 de outubro de 2009

A sangue-frio, ou talvez não...

A maravilha de se estar doente de cama com o sangue a ferver de febre é... descobrir que há TVCabo em casa! E, depois, descobrir que o canal Odisseia dedica o mês de Outubro a este homem fenomenal (o ser humano mais viajado da Terra, o último Prémio Príncipe das Astúrias em Ciências Sociais, a pessoa contemporânea com mais espécies fósseis e vivas baptizadas com o seu nome, Fellow e Honoris Causa de tudo quanto é universidade, introdutor da TV a cores na Grã-Bretanha, Knight of the British Empire, 83 anos de vida longa e a maior autoridade em história natural), e ao seu novo documentário (Prémio BAFTA 2009 melhor documentário), derradeiro capítulo da série "Life on Earth" que eu comecei a ver aos seis anos e que vou ver agora nos trintas. Eis, and I almost weep here:

Sir David Attenborough's "Life in Cold Blood".

13 de outubro de 2009

Jesus! Aleluia!


Sou eu, o Spotty! Em linha porque a minha Dona está com os nervos em frangalhos! Tadinha! Também, agora vendo bem, eu não tenho ajudado lá muito, é verdade.
A pobre coitada esteve sem net, nada de nada de sinal, desde sexta. Dizem-lhe que foi crash generalizado. Mas ela passou-se com os tipos do apoio técnico da Netcabo e os tipos tiveram de se ver com ela e mais os protestos dela:
- Boa tarde, tenho o prazer de estar a falar com a Srª. Dona Blonde?
- Não, neste momento deve ter o desprazer de estar a falar com a Srª. Dona Blonde que está muito stressada!
E isto, meus amigos, é só uma pequena amostra, que as minhas orelhas caninas até doem só de ouvir aqueles protestos em voz de III Reich. Livra!
Depois, sem net, a desgraçada, cai-me de cama com febre e gripe. A minha hiper saudável e gym freak, vitaminada Dona, imaginem! Lá ligou, miseravelmente para o número xpto, e lá explicou que tinha uma gripe com todas as letras do alfabeto menos o A e aguentou-se estoicamente a nimesulida. Valeu-lhe a santa Paula que cá veio no Sábado e lhe fez chás e mézinhas e lhe fez comida e pôs o marido (dela Paula que a minha Dona mandou o dela às urtigas e fez ela senão bem) e mãe (dela Paula também) a fazer-lhe bifinhos panados com medo que a minha Dona não se alimentasse. Enfim, e no meio de tanta provação, a minha Dona germânica até foi votar e tudo! Ah, ganda Dona! Que pôs o bem público à frente da pneumonia que a avaria lhe podia custar.
Ontem, sentido-se bem e magnânima, deu-me uma cama nova. Mas eu, eu..., eu não sei o que me dá e, olhem vejo uma cama nova, fofa, toda minha e não sei, não resisto a esfarelá-la. Acho que a minha Dona não gostou muito e está um pouquinho chateada comigo:
- Tu és impossível! Agora, quero lá saber. Dorme aí sem colchão com o derrière no frio a ver se eu me importo! E bem te podes ir queixar à protecção animal, ouviste? E hoje não há biscoitos e escusas de estar a olhar para mim!
É pá, essa dos biscoitos é que me abriu os olhos para a chateação dela. No biscuits? Pas de biscuits? Ó vida, acho que desta me excedi. E agora como é que eu vou amansar a minha Dona? Hein? Mas que vida de cão.

6 de outubro de 2009

Amália... eu devia

E devia mesmo. Devia vir aqui assinalar os dez anos de ausência da Voz. Devia vir aqui dizer como foi importante e inesperado para mim descobrir Amália em Dezembro do ano passado. Devia vir aqui referir que por causa da Amália e dessa descoberta dei comigo a coleccionar e usar aqueles pendentes, tais lustres, de cristal magníficos. Devia vir aqui confessar que o cinema português não me faz sair de casa e que fui ver o filme já este ano. Devia vir aqui novamente dizer que dou comigo a ouvir, a cantar Amália vezes e vezes sem conta e que já me passou a vergonha de lhe comprar os cds: eu a loura-bimba-phd-fã-de-pop-e-fashion-statement-walking-living-breathing-stereotype.
Devia, mas outros fá-lo-ão melhor e mais veementemente do que eu. Outros dirão os clichés todos, far-lhe-ão as belas e devidas apologias, tecer-lhe-ão as elegias. Quem sou eu, afinal, no meio da multidão que hoje diz Amália?
Devia, mas hoje estou sem palavras para a minha felicidade comezinha, aquela das coisas vividas que só são importantes para mim e nesta vida anónima, que me falta a gradiloquência que a Amália merece e que eu redundo nas palavras dos outros.

3 de outubro de 2009

Finalmente... a marmelada!


Depois da provação, a bonança!
Estou muito orgulhosa de mim e dos meus dotes marmeladísticos. Duas bolhas de queimaduras nos dedos, uma panela para o galheiro, o fogão na última miséria, os azulejos em volta do dito totalmente respingados de gotas de calda de marmelada explodente, e eis que fiz marmelada e geleia. Sou uma dona-de-casa feliz! (Feliz, é como quem diz: momentaneamente feliz porque cheira-me que vou ficar com o escalpe a leilão depois de a P. cá vir para as limpezas da semana...)
Obrigada pelas receitas, mas não consegui seguir nenhuma, o que me deixa estupefacta perante o meu talento culinário. Nasce uma verdadeira chef! (gaba-te cesta...)
Então, fiz duas variedades de marmelada: uma com casca de limão e canela, a outra com casca de limão, canela e cravinho. Quanto à geleia, usei a água de cozer os marmelos da marmelada e aí cozi os caroços (esperta, não?). Depois coei por um passador (as vossas receitas diziam para passar por um pano, mas calculo, acertadamente, que eu iria fazer asneira e essa operação dava muuuito trabalho) e juntei canela, açúcar e casca de limão (há que dar uso ao limoeiro aqui do quintal). Ficou tudo delicioso e tudo feito a olho, vejam só!
Aceito convites para publicar em revistas da especialidade e/ou para abrir um consórcio de marmeladas e afins.
Com marmelada blondelizante tenha um dia energizante!
:)

2 de outubro de 2009

Neste dia meu

Acordo com o cheiro de pão fresco acabado de cozer que me invade a casa. Está sossegada a minha casa. Volto-me na cama indecisa entre levantar-me ou ficar ali nos lençóis mornos, na penumbra clara do sol de Outono que entra pelas persianas e pela porta. Vai ser um dia bom. Um dia meu.
Vejo-me a descer as escadas para ir fazer café forte. Imagino-me a cortar fatias daquele pão quente feito com sêmola de milho, flocos de cevada e farinha de trigo que deve estar uma delícia. Sim, quero acordar. Tenho tanto por que acordar e o dia todo sem pressas e sem destino à minha espera. Fico mais um pouco. Só mais um pouco.
Organizo-me mentalmente. A marmelada que ainda não está pronta. As escritas. O ginásio. Uma despedida de "até sempre e obrigada". Tudo coisas para este dia meu. Tudo coisas sem pressas num dia sem rotinas. O primeiro dia meu em muitos dias, depois de muitos dias de mudança. Um dia meu igual aos dias meus que eram as minhas rotinas e que, agora, me são distantes. Tão distantes como se o passado fosse um lugar longínquo, cuja cartografia se perdeu por entre uma qualquer selva que lhe engolfou os trilhos.
Vai ser um dia bom. Um dia meu.