31 de dezembro de 2009

No final de 2009


Se quando iniciei este blog me dissessem que eu ia estar aqui a despedir-me do Ano Velho pela terceira vez (terceira, vejam só!), a escrever em Português e depois de ter debitado para aqui uns trezentos e tal textos, eu não ia acreditar. Impossível, diria. Completamente insane! Pois, insane deveria estar eu quando tive esses pensamentos. Quem diria que o blog se tornaria uma espécie de vício bom parecido com o do ginásio? Por muito louca e corrida que me seja a vida (e é, senhores, ó se é), tem de haver tempo para o blog e para o ginásio. Num, desanuvio a mente, descarrego pensamentos, opiniões e..., outra novidade que eu jamais acreditaria, ... sentimentos que me correm a alma de lés a lés. No outro, esfalfo o corpo naquela convicção de sociedade pós-moderna de que exercício é bom e ponto final e vai daí, desde o fitball ao body pump, esta Blonde vai atrás de tudo o que é tendência. Enfim, divago, não é de manias de fitness que aqui vim botar texto.
O mais surpreendente de tudo, nesta coisa de me ver dona de blog - não, não é deixar o Spotty vir para aqui escrevinhar de quando em vez - é o facto de haver quem se dê o tempo e o trabalho de por aqui parar. Isso sim, isso é o que me transcende no mais absoluto da transcendência (agora deu-me para a divagação filosófica, enfim é das costelas teutónicas dessa pátria que deu Hegel e Nietzsche e Kant e esses todos). E mais impressionante ainda é haver quem por aqui páre desde o começo dos inícios: o Quinn, os Antónios: o Implume e o Almeida e todos os que aqui vêm de modo tão regular e que eu não vou nomear por me ir esquecer de muitos e eu gosto de todos. É tão interessante esta coisa da criação de comunidades, ainda que virtuais, esta agregação de pessoas que se detêm no percurso umas das outras e o interseccionam. Eu seria tão mais pobre sem esta interacção com gente que desconheço na sua grande maioria mas com quem sinto que falo, de um modo distanciado é certo, mas falo e oiço também e por sua vez.
A todos vós que permitem que o Blondewithaphd não caia num buraco negro de ausência:
FELIZ ANO NOVO!
Da vossa,
Blonde

29 de dezembro de 2009

Natal '09 - Já a rememoração


Sento-me no sofá. Fiz um bule de Christmas tea (o meu bule deutsche Technologie que o Pai me trouxe da Alemanha e que não escorre nem um pingo, tão contrariamente aos bules portugueses, e o meu chá inglês de gema). São cinco da tarde de Domingo e ainda estou em pijama. A casa está vazia. A minha casa grande, opressiva na solidão de uma pessoa, parece-me calorosa e menos distante - engraçado como tantas vezes eu olho a minha casa na distância solene que ela me impõe, nas divisões que não habito, nos espaços que só uso de passagem, no frio de uma casa pouco vivida apesar da história, apesar da família que já cá morou tão feliz e depois tão desgraçada pelo destino. Hoje não. Hoje há luz e calor. Cheira a Natal na madeira que arde na lareira, nos doces todos que ainda estão na mesa posta. O meu primeiro Natal na nova vida. Tanto que o antecipei. Tanto que o preparei. Estou feliz. Tão feliz que acordei e não me vesti, eu que, como boa alemã, tenho horror à ideia de "faulenzen", à preguicite pela preguicite. Andei a cirandar pela casa toda o dia todo e a lembrar-me constantemente do Natal maravilhoso e das pessoas maravilhosas que fazem o meu universo.
O ano passado redescobri o Pai num Natal longe daqui, este ano vejo-lhe os sorrisos risos que ficaram nas fotos que lhe tirei. Sim, vejo-o feliz e isso conforta-me a alma e inunda-me dos mesmos sorrisos risos. O riso do Pai... Meu Deus, como é bom.
No dia 24, a Paula veio cá no meio dos meus preparativos. Tratou da casa grande enquanto eu, heroicamente, devo dizer, enfrentei a lareira e a acendi. Nem acredito, olhando-a que arde, que consegui acender a lareira. Dantes isso era tarefa do Pai ou do não-marido-ex. Claro que a seguir estive num stress desgraçado a mudar de roupa e a lavar o cabelo à pressa tal foi a fumarada, pronto e a Paula também me disse para abrir as janelas antes que morrêssemos sufocadas, mas não interessa: acendi a lareira sózinha.
Quando eles chegaram, reluzia tudo, a lareira crepitava viva, a mesa estava linda e eu já tinha destressado. A Fátima ainda apareceu por cá antes de nos sentarmos para a Consoada. Puxou-me para a cozinha porque tinha um presente privado. Lingerie.
- Quero que te sintas sempre poderosa porque és a melhor mulher do mundo. - Oiço.
Depois páro para lhe explicar que estou bem e feliz, que relativizo o ano que passou porque me permitiu chegar aqui, de bem comigo e com a vida. Porque, ao fim e ao cabo, acabou por ser o melhor ano da minha vida. E é nisso que penso sentada no sofá a beber o meu chá e a reviver as cenas do meu Natal.
A Zana e o Zé passaram por cá no dia de Natal. Abraços e mais sorrisos. Presentes deliciosos: cortinas que a Zana teceu no tear, azeitonas que ela e o Zé colheram, azeite. Retribuo com a geleia dos meus marmelos, fotos das férias. E o Pai feliz...
E sim, estou aqui em casa feliz da vida, nesta casa que faço regressar à vida e que acordo dos anos de frio e solidão em que, tal como eu, viveu. Tantas vezes que, infeliz e amargurada, me passou pela cabeça vender este casarão solitário. Não agora. Agora quero reacendê-lo e voltar a fazer dele uma casa, uma casa de gente feliz e portas abertas. O meu Natal foi tão especial...

23 de dezembro de 2009

All I Want For Christmas...

... is YOU!
Por muito que eu gostasse de dizer que a minha canção de Natal favorita é o "Last Xmas" do meu rico George Michael; por muito que eu cante "die Hoffnung und Beständigkeit gibt Mut und Kraft zu jeder Zeit, o Tannenbaum, o Tannenbaum, lalala", esta é a canção de Natal que mais bem-disposta me põe.

A todos vós que aqui vêm, Feliz Natal! Muito feliz...

21 de dezembro de 2009

Natal '09 - O Centro de Mesa


Nem me lembro de andar tão entusiasmada com a preparação do Natal. Depois do annus horribilis de interregno o ano passado, é muito libertador e feliz voltar a ser a anfitriã do Natal na família.
Vai daí, esta manhã acordei com uma ideia epifânica. Tesoura de poda em riste e Spotty atrás pelo jardim. Apanhei maçãs de roseira, umas hastes de hera et voilá! O meu centro de mesa para as Festas, servido numa fruteira da Avó Matilde de 1930 e troca o passo. Acho que ainda o vou compor com mais umas quantas maçãzinhas, mas para já, para já, acho que está giríssimo! Que tal?

19 de dezembro de 2009

Blonde goes i - again!

E agora o que é que se diz?
OBRIGADA!


(Engraçado como o que mais me abriu os olhos naquela lista de gente escrevedora foi um pseudónimo esotérico, "Blonde", no meio de nomes tão nomes. Céus!, a Blonde sou eu!
Pseudónimo... pois... não me apetece lá muito justificar, é um pouco como justificar pela milionésima centésima vigésima segunda vez a história da minha vida que, sendo portuguesa, nem sempre o fui, que teimo em não ter o sotaque que teimam que eu tenho, que não sou loura por vir de um país do Norte e mais uma série de coisas.
Blonde... pois... e não é que sou eu?)

E, parenteses existenciais àparte, outra vez: obrigada! I'm walking on the shoulders of giants, sentindo-me infinitamente minúscula e humilde.

16 de dezembro de 2009

Catarse 2009


Com o ano a acabar começo a fazer sucessivos balanços de um ano verdadeiramente extraordinário: porque meu inteiramente, o primeiro ano totalmente entregue a mim que o vivi comigo e que o fiz por mim.
Passa hoje um ano que aqui vim pela primeira vez falar do meu divórcio, expor-me a mim que me escrevia. Confrontar-me nas letras que corriam soltas no pensamento e precisavam de forma física. Ver o divórcio escrito para o exorcisar, acho que foi isso. A catarse de o tirar cá de dentro. A catarse sublimada quando me ouvi no som que as minhas letras faziam quando o Pedro Rolo Duarte leu aquele texto na rádio. Foi tão definitivo tudo aquilo, uma espécie de rito iniciático com que comecei a minha vida. Não vou falar de recomeços mas de começos absolutos. O meu casamento morto é uma espécie de não-existência, um hiato vazio que não deixou saudades ou presenças, não precisou de lutos nem de lágrimas por isso não posso falar de recomeços. Curioso como não restou nada, nem ex-marido, nem filhos, nem custódias de Spotty, nada, apenas uma longa batalha judicial pelo direito à ruptura. E curioso também como o divórcio me tem dado mais que fazer e que contar do que aquele casamento morto.
Neste ano que passa vejo-me aqui, a mesma e tão diferente. Tive de aprender tantas coisas, decidir tantas mais. Aprendi a viver na solidão desacompanhada, porque da solidão acompanhada eu poderia escrever um tratado, até mesmo uma nova tese de doutoramento se preciso fosse. Sobretudo, aprendi a viver na minha companhia e descobri que gosto de me ter por companhia. Olho-me no espelho e vejo, agora, uma mulher, loura, na altura da vida de ser mulher, que me prescruta a alma e me diz para seguir em frente que vou bem no caminho. E dou graças. Dou graças, ao Deus que os Homens dizem não gosta do desmembramento matrimonial, pela libertação. Dou graças pelos meus privilégios enquanto ouço alguém que me diz que fui eu que os construí e os tornei privilégios. Mesmo assim dou graças porque eu podia ter soçobrado algures no percurso antes de os adquirir na minha vida.
Se estou feliz? Sim, tão mais. Infinitamente mais. Se passar ao lado dos passos cambaleantes que tantas vezes dei ao longo deste ano, vejo o extraordinário: as pessoas que aqui entraram nesta vida, todas importantes, todas encerrando em si a minha mudança; os sentimentos novos; as sensações novas; as experiências todas. Tive a minha dose generosa de dores anímicas, quebras e pausas, incertezas. Também precisei de colar o coração com fita-cola que se desprendia em tantos instantes. Mas, no cômputo geral, e agora que aqui cheguei, valeu tudo a pena. Aprendi e amadureci com tudo. Estou tão mais rica como ser humano. E dou graças outra vez pela possibilidade de viver o que vivo e como vivo.
Escrevi "Catarse" há exactamente um ano mas esta "Catarse 2009" que agora escrevo não é mais um momento catártico é, antes, o marcar simbólico da viragem para, vendo-a na distância temporal, avaliá-la de mim para mim. É, digamos, a celebração do annus versus para dizer que sobrevivi, que estive lá e que, felizmente, prefiro estar aqui. Que bom que já passou um ano.

15 de dezembro de 2009

Blonde, Spotty e Geada em barda


E porque é que eu hoje de manhã tive de andar à procura da carrinha debaixo de carradas de gelo, hein? E porque é que eu, loura todos os dias, me lembrei de chapar com água no pára-brisas, dar às escovas e, estúpida até dizer chega, ficar feita parva no caminho da água que as escovas "escovaram" do vidro, hein? E porque é que eu quando cheguei às 8 (da manhã, óbvio) à faculdade já levava o neurónio em frangalhos à conta da geada e do banho de água gélida que só não me paralisou o segundo neurónio porque eu não o tenho, hein?
Porque para não incomodar Sua Excelência Senhor D. Super Spotty nem me atrevo a deixar a carrinha na garagem. #%*+!!

14 de dezembro de 2009

Do Fado


Está a fazer um ano que descobri o Fado (até fui aos arquivos do blog para ver quando tinha sido, sim está a fazer um ano). E, naquelas coincidências cósmicas inexplicáveis, quem me convidou para ouvir fado o ano passado, convidou-me, again, para ouvir fado. Que diferença, meu Deus. Que diferença de estado de espírito e o que ela traz de novidade e alegria.
Há um ano convidaram-me para me amparar de solidões, este ano convidam-me com antecedência para uma festa privada. Ponho os meus pendentes de cristal que comprei o ano passado em memória daquele serão inesquecível. Reconheço caras que me reconhecem também. Estou alegre como não estava o ano passado. Alegre porque já não estranho a vida nova, alegre porque construí a vida nova. Interessante como este ano ouvi fado sem pensar na tristeza que o fado canta. Abstraí-me da dor lusa, do negro das roupas e fixei-me nas vozes (que vozes...), concentrei-me na teatralidade da Simone que, não tendo já o viço na voz, tem o encanto de quem nos conquista com a expressão da maturidade que lhe admiramos. Não me doeu na alma e penso se é só com dor que entranhamos o fado. Talvez não, senão não teria gostado. No entanto, pergunto-me se o ano passado não terei gostado do fado pela dor que sentia, pelo reflexo da alma dorida na música triste e se este ano não terei gostado do fado pelo distanciamento da dor?
Não sei. Sei que foram experiências diferentes proporcionadas pelos momentos diferentes desta vida Blonde que se faz aos poucos.
A vocês que estiveram comigo e que me dão mais, tão mais, do que possam sequer imaginar.

12 de dezembro de 2009

Série de Hotel


O meu extraordinário programa de sexta à noite é ver a série "Mad Men". É a minha série de hotel. Já vi no Porto, aqui na Covilhã, em Viseu. Se estou em casa, tenho mais (and better) que fazer, mas na solidão de hotéis refastelo-me a ver como aquela malta vivia nos anos 60, os pré-revoluções culturais que nos trouxeram aqui a pós-pós-Woodstocks.
E vejo a série a lembrar-me do Pai, do Pai que me disse estar feliz por eu não viver no séc. XIX quando eu lhe disse que me ia divorciar, o Pai que me educou para eu viver como um homem e triunfar como um. E eu olho para a série e só penso que nem era preciso sentir o alívio do Pai ao ver que a filha não vive no séc. XIX, eu olho para a série no alívio de Eu não viver em 1960 e tal.
Não é que me apeteça ver "Mad Men" todas as semanas, mas que está um incrível retrato de época está, e é, igualmente, um valente "wake up call" para todos nós que vivemos num tempo de tão maiores liberdades cívicas conquistadas, precisamente, pelas gerações saídas da realidade da tela de "Mad Men".
Como é que elas viviam dentro daqueles sutiãs anti-gravidade é que faz uma confusão danada!

11 de dezembro de 2009

Adeus mundo cada vez a pior


A frase é do meu Avô que nasceu em 1909 e sempre achou que a Humanidade era uma invenção esquisita ou com defeitos de fabrico, no mínimo. Como lhe percebo a frase...
Aqui, nesta beira-mar, quando não são chifres, são palhaçadas e a Assembleia parece ao comum mortal uma "gaiola de doidas", os casos hiper-mega da justiça não sabemos para que existem tirando o facto de fazerem render os media. Lá fora o Obama é Nobel da Paz (da Paz, vejam só!) e agradece em nome da Guerra e pela Guerra. A Cimeira de Copenhaga é a tragédia anunciada e a Grécia está em fanicos. Ia perguntar-me qualquer coisa idiota do género: "Ele ainda escapa alguma coisa?" mas não pergunto, para quê?, vou mas é arrancar para a Covilhã que tenho mais que fazer e já estou atrasada.
O Avô sabia umas quantas coisas...

8 de dezembro de 2009

Natal '09 - A Árvore


Nasceste! E aí estás a alegrar a casa que este ano se enche novamente de Natal.
Sabes, o ano passado não houve Natal cá em casa pela primeira vez desde sempre. Não podia ser. Não havia espírito, nem vontade anímica e eu não conseguia arranjar a força para a celebração, para as decorações, as compras. Havia demasiados pesos em cima destes pobres ombros, demasiadas coisas avassaladoras que me consumiam a alma, a mente e o coração. Eu não tinha a capacidade para me concentrar em mais algo que fosse e, assim, cedi o lugar de matriarca à Mana e fui apenas filha e irmã. As Festas passaram por mim e não eu por elas como costuma ser. Foi bom que tomassem conta de mim. Acho que precisei de mim o ano passado: parar por e para mim.
Mas este ano não. Reclamo as Festas e os meus papéis habituais. Porém, tem de ser tudo reinventado. Dei as antigas decorações, presépio incluído, à Paula (que todos neste blog sabem é o meu braço-direito nesta casa grande onde vivo com o Spotty). Só preservei algumas decorações antigas do tempo da Mãe e da Alemanha, recordações, muito mais que enfeites de Natal. Não me apetece montar um pinheiro como todos os pinheiros e foi aí que pensei em ti.
Tinhas de ser uma árvore diferente de todas, tal como diferente de todos vai ser este Natal que antecipo e preparo com tanto esmero e carinho. Trouxe-te de Santiago do Cacém, onde eu nunca tinha ido na vida e onde fui levada pela energia do inesperado das pessoas boas. Parecia que o céu ia desabar em chuva sobre as nossas três cabeças desprotegidas lá no alto do morro. Mas o céu aguentou a chuva, percebendo que um propósito maior nos fazia desprender os teus ramos da árvore morta e nua no chão. Eram ramos primordiais que tinham um papel principal a desempenhar num Natal a muitos, muitos quilómetros dali e, por isso, nem tu nem os céus obstaram à nossa missão.
Vieste contorcida na bagageira e chegaste aqui. Pintei-te com spray branco de tinta para carros que comprei na secção auto de um supermercado porque eu não sei onde se compra tinta para pintar Árvores de Natal. Sabes, eu não sou lá muito prendada mas sou muito desenvencilhada. Pus-te lá fora no jardim enquanto aguardaste heróica que eu te pintasse e que o Spotty não te esfanicasse de curiosidade tonta enquanto eu, como sempre, gritava com ele para parar quieto e me deixar acabar o trabalho com o mínimo de tinta nas mãos, o que, como viste, não foi exactamente possível.
Agora estás ali na sala-de-estar. Estás tão bonita. Sabes o que significas para mim? Emancipação. Alegria. Cortes totais com o passado. Vida absolutamente nova e a afirmação de mim para mim. Não és um pinheiro, és tu nos teus ramos decorados frugalmente e é o seres tu, única e exclusiva como quem te escreve, que interessa. Olho-te e sorrio por ter chegado aqui da maneira que cheguei aqui. Enches-me de orgulho, sabes?

7 de dezembro de 2009

Cimeira de Copenhaga


E alguém acredita que vai mudar alguma coisa?
E alguém acredita que os EUA, a China e a Índia façam concessões ao crescimento das suas mega-economias em benefício do planeta?
E alguém acredita que países como Vanuatu, que ninguém sabe onde ficam, mas que são os mais afectados pelas mudanças climáticas, sejam ouvidos no meio do ruído global?

4 de dezembro de 2009

Blonde perdida em Viseu


Cena da vida real de uma Blonde confrontada com os zilhões de rotundas cogumélicas em Viseu. Blonde perde-se, comme d'habitude, e eis que topa dois agentes da autoridade. Blonde estaciona e pede indicações.

- Xiii, a Senhora perdeu-se mesmo! Mostre aí o mapa!
Blonde obedece, sabendo, claro, que está perdida e não precisa que lho lembrem, né?
- Então, a Senhora faz assim... Deixa cá ver... Blablabla.
Voz do segundo agente:
- Ó homem, tu axim bais perder a mulher! Tu num baralhes mais a mulher, pá! Olha ali o autocarro, num bês que estás a empatar o trânxito?

Blonde continuou perdida, três cafés e dois transeuntes depois, Blonde chega ao hotel. Muito agradeço aos agentes da alta autoridade... Life!

3 de dezembro de 2009

Para memória futura

Apanhei esta aqui há dias e, não sabendo onde a guardar mas não me querendo esquecer, remeto-a ao blog:

"Aproveitamento de solidões alheias".

1 de dezembro de 2009

Tratado de Lisboa


Isto pode até parecer crítica gratuita, falar por falar só para não estar calada e talvez até seja. Estive a embrulhar presentes de Natal com a televisão ligada, alheada de que hoje entra em vigor o Tratado de Lisboa. Deixei estar no canal que transmitia o directo da cerimónia oficial por preguiça de mexer no comando. Por entre laços, fita-cola e tesouradas no papel de embrulho lá fui ouvindo os discursos da praxe enquanto, na perplexidade, dava conta de que se fazia o countdown para o momento exacto em que o dito tratado entrava realmente em efeito. Que dizer? Que achei uma fantochada? Sim! Que achei que os discursos dos nossos altos responsáveis políticos foram uma xaropada, a começar pelo do António Costa que, pasmei incrédula, até meteu o encómio da gastronomia deste país que, claramente, já se sabe e em metendo bacalhau à brás tem tudo a ver com o europeísmo? Sim!
E sabem o que mais me enfastia? Que o registo cerimonial deste país bata sempre na tecla passadista de que demos mundos ao mundo. Será que não mudámos já, ou ainda? Oiço estes discursos e só me lembro da Nau Catrineta que, coitada, resistindo ao caruncho das eras, ainda por cá vai navegando à bolina. Não acho lamentável este registo, acho, apenas, entediante...