Está a fazer um ano que descobri o Fado (até fui aos arquivos do blog para ver quando tinha sido, sim está a fazer um ano). E, naquelas coincidências cósmicas inexplicáveis, quem me convidou para ouvir fado o ano passado, convidou-me, again, para ouvir fado. Que diferença, meu Deus. Que diferença de estado de espírito e o que ela traz de novidade e alegria.
Há um ano convidaram-me para me amparar de solidões, este ano convidam-me com antecedência para uma festa privada. Ponho os meus pendentes de cristal que comprei o ano passado em memória daquele serão inesquecível. Reconheço caras que me reconhecem também. Estou alegre como não estava o ano passado. Alegre porque já não estranho a vida nova, alegre porque construí a vida nova. Interessante como este ano ouvi fado sem pensar na tristeza que o fado canta. Abstraí-me da dor lusa, do negro das roupas e fixei-me nas vozes (que vozes...), concentrei-me na teatralidade da Simone que, não tendo já o viço na voz, tem o encanto de quem nos conquista com a expressão da maturidade que lhe admiramos. Não me doeu na alma e penso se é só com dor que entranhamos o fado. Talvez não, senão não teria gostado. No entanto, pergunto-me se o ano passado não terei gostado do fado pela dor que sentia, pelo reflexo da alma dorida na música triste e se este ano não terei gostado do fado pelo distanciamento da dor?
Não sei. Sei que foram experiências diferentes proporcionadas pelos momentos diferentes desta vida Blonde que se faz aos poucos.
A vocês que estiveram comigo e que me dão mais, tão mais, do que possam sequer imaginar.
10 comentários:
Mais tarde comento o post... Sim, boa semana também para ti. Não queres concorrer ao concurso d'A Barbearia do Senhor Luís? Eu concorri, mas gosto de ter adversárias catitas eh eh eh eh
:))))
OlÁ....
Estamos cá para isso...
bJs
E vamos continuar por cá!
Penso que só se pode começar a gostar de Fado em duas situações: ter nascido ou viver próximo dele, ou estar realmente deprimido e partilhar a dor de algumas letras. Mas isso é só na primeira vez. Depois, entranha-se...
Continuo a não gostar de fado, mas gosto de te ver assim... tão diferente do ano passado!
Uma festa privada e logo tinham que ter fado... há pessoas que cortam o barato a qualquer um!
Aprendi a gostar de fado, que nem sempre canta a tristeza, ainda que seja a arte que melhor exprime tal sentimento. Mas existem vários tipos de fado.
Eu ainda estou no ano passado, ainda não saí da minha dor. Que fado este!
Espero ter muita sorte e para o ano talvez tenha um fado melhor.
Jokas
Aqui o texto da menina foi destacado pelo PRD, diga-se que o comentário dele foi interessante.
O Fado está dentro de cada um... É uma música onde a tristeza e a melancolia se juntam para criar um espaço de beleza, tão necessário para dela sair...
Beijos e sim cá estaremos para o ano te vermos bem melhor.
Beijos
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