O meu extraordinário programa de sexta à noite é ver a série "Mad Men". É a minha série de hotel. Já vi no Porto, aqui na Covilhã, em Viseu. Se estou em casa, tenho mais (and better) que fazer, mas na solidão de hotéis refastelo-me a ver como aquela malta vivia nos anos 60, os pré-revoluções culturais que nos trouxeram aqui a pós-pós-Woodstocks.
E vejo a série a lembrar-me do Pai, do Pai que me disse estar feliz por eu não viver no séc. XIX quando eu lhe disse que me ia divorciar, o Pai que me educou para eu viver como um homem e triunfar como um. E eu olho para a série e só penso que nem era preciso sentir o alívio do Pai ao ver que a filha não vive no séc. XIX, eu olho para a série no alívio de Eu não viver em 1960 e tal.
Não é que me apeteça ver "Mad Men" todas as semanas, mas que está um incrível retrato de época está, e é, igualmente, um valente "wake up call" para todos nós que vivemos num tempo de tão maiores liberdades cívicas conquistadas, precisamente, pelas gerações saídas da realidade da tela de "Mad Men".
Como é que elas viviam dentro daqueles sutiãs anti-gravidade é que faz uma confusão danada!
7 comentários:
mudanças, algumas
mas em rigor, mudou assim tanto?
cinismo
jogos de poder
bastidores
manipulações
velhacarias
o core business não mudou muito
quase nada
faz-se o mesmo com outro frisson
A série nunca vi, mas também tive a minha dose de programas de televisão em hotéis, nocturnos e matinais.
Eu vivi no século XX, curiosamente nasci na década de 60...
Esta Blondinha é mesmo especial... aprende com tudo, mesmo coma história recente, e com materiais da "escola paralela". E faz-nos aprender, mesmo que seja num retorno através seus olhos (que imagino azuis) a lugares familiares. Além de PhD é pedagoga. Êta, Blondinha é obra desenganada.
Série à parte, percebo essa "cena" dos hotéis!
:))
Só vejo a série de forma intermitente, porque a TV também não faz parte dos meus hábitos quotidianos, mas revejo-me como personagem da série. Como já escrevi lá no CR, a geração de 60 traiu os seus ideais, mas se me perguntassem em que época gostava de ter vivido, eu escolheria os anos 60. Não sou saudosista, ma nessa época tínhamos ideiais e hoje o ideal da maioria dos jovens é o consumismo. O problema é que foram os pais da geração de 60 que lhes incutiram esse espírito!
Ó menina, o sutiã era o menos...
Convém dizer que houve outras épocas históricas em que as mulheres tinham outra liberdade e gestão de espaço.
Realmente os 60 e o espaço regido pela moral cristã foi realmente muito cerceador da parcela feminina da sociedade. Agora é diferente mas as nuances negativas continuam nas mentes de muita boa gente.
Beijos
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