29 de abril de 2010

Melhor álbum dos últimos 25 anos

"Achtung Baby"

Ok, isto de listas de melhores e piores é sempre muito discutível, mas hoje de manhãzinha ouvi qualquer coisa na rádio sobre ser este o melhor álbum dos últimos 25 anos. Eu até nem gosto de U2, mas sim "One" é uma coisa...

27 de abril de 2010

Raios partam os analistas, a crise, a especulação, a Bolsa, o Ministro

Passei o dia todinho sem saber de notícias. Chego a casa à espera da chachada do noticiário da noite e, a compor a chachada diária e espectável nesta jangada de pedra à deriva sabe-se lá por onde, descubro que o dia foi péssimo para o país em tudo o que é mercado financeiro. Big deal! No dia em que, finalmente, revelarem que nós somos a Grécia eu até vou achar normal. O que me irrita, naquela irritação miudinha e urticante, é que venha o Ministro da Economia ou das Finanças ou dois em um dizer que agora é o tudo por tudo e que todos os portugueses sem excepção vão ter de contribuir para tirar Portugal desta camisa de sete varas. E mais me envergonho de, à nossa conta, o resto da União Europeia ir a reboque de tremeliques bolsistas de nação empenhada até à medula.
Francamente não sei o que mais quer o Sr. Ministro que eu faça. Trabalhar mais do que o horário normal já eu faço, descontar mais do que o trivial já eu faço, não beneficiar nem do sistema de saúde pública nem do sistema judicial, para os quais, aliás, contribuo generosamente, já eu faço, levar com a reforma da função pública e as avaliações de desempenho e as quotas todas também já levo, o que é que é preciso, afinal, para que eu ajude Portugal nestes tempos de crise? Bem, posso sempre fazer rissolinhos para fora a ver se faço uns cobres para os nossos cofres depauperados. Gaita, o pior é que eu não sei fazer rissóis! E, já agora, croquetes também não. Mas se soubesse, fique o Sr. Ministro descansado que eu daria o meu contributo à nação.

26 de abril de 2010

O meu pôr-do-sol

Podia dizer que esta foto me saiu bem.
Podia dizer que não ia a esta praia há vinte anos ou mais (acho que mais).
Podia dizer que continua deserta (não tanto como quando eu lá ia em pequena).
Podia dizer que sempre fui feliz ali.
Podia dizer que a Mãe adorava tirar-nos fotos, a mim e à Mana, ali naquelas dunas e em frente ao mar.
Podia dizer as mil e uma histórias de descobertas e aventuras ali naquela praia.
Podia dizer que a Mãe não viveu o suficiente para lá regressar e como isso me aperta o coração em saudade.
Podia dizer que eu regressei, agora, feliz também, em nova vaga.
Podia, mas as palavras saíriam tão mais pálidas do que as recordações ou o que senti ali com o mar ao fundo e sob os raios desvanecentes daquele crepúsculo.

21 de abril de 2010

Mana back home!


Sete posts, 2.240Kms e 45 horas depois, a Mana aterra em Lisboa. Muitas peripécias, saudades, cansaço e um sorriso como só ela, a Mana, sabe fazer. A odisseia acabou. Para muita gente ainda continua. Muita gente desnorteada pela distância, a faltade alternativas (a linha de ferry que a Mana usou agora vai ser desactivada no final do ano!), o lentíssimo regresso à normalidade que, para tantos, parece uma eternidade.
Consigo ver o cómico numa Angela Merkl que regressa à Alemanha de carro blindado, autocarro e comboio, num Cavaco Silva que faz etapas sucessivas de carro até chegar a Portugal, num John Cleese que paga 3.800 euros de táxi para ir de Oslo a Bruxelas, numa Whitney Houston obrigada a aguentar um ferry. Mas vejo, sobretudo, o desespero do homem que comprou uma bicicleta para entrar num ferry que já não admitia mais footpassengers, nas pessoas a precisar das sessões de quimio, nos velhotes de ar perdido, nos que ficaram sem dinheiro e tecto, presos em países distantes. Vejo, sobretudo, o desnorte da nossa sociedade Ocidental, contemporânea de um século em que o progresso não se compadece com o passado. Vejo, isso sim mais do que tudo, a nossa infinitésima pequenez num mundo que, de vez em quando, nos rosna e remete à nossa humana insignificância.
Algures no fim do mundo que os Vikings conquistaram, um vulcão cospe fogo e cinzas e nós não podemos nada contra isso...

Já em Bilbao


E a Mana já chegou ao aeroporto de Bilbao (no meio da confusão do desembarque dos "refugiados" com direito a live coverage da televisão). Não fosse o stress até daria para apreciar a arquitectura...
Bem, agora segue-se Madrid e se esta odisseia acaba, a mana Blonde ainda julga que é mentira!
Se há dias em que me apetece que as horas corram velozes, este é um deles. Gaita, que tenho umas saudades danadas da Mana!!!

20 de abril de 2010

Entretanto no ferry...


... a Mana vai vendo baleias e adopta e é adoptada por um grupo de nuestros hermanos que não se entendem em inglês (ou com os ingleses). Lá vêm tipo refugiados ao bom estilo de filme de day after ou qualquer outra coisa catastrofista e blockbuster da silly season. E eu cá continuo a pensar neste belo século XXI e na sua imanente incapacidade de deslocar pessoas apesar de insistirmos em pensar o contrário.
Bem, se ela sobreviver à confusão de Barajas, transformado em porto de chegada de todos os desgraçados que querem chegar à Europa, lá estarei, eu a mana Blonde, muito contentinha na Portela a receber a grande Mana refugiada/aventureira.
Até lá, a ver se ela aprecia o resto do cruzeiro forçado na companhia de nuestros hermanos e das baleias. Por hoje, over and out.

19 de abril de 2010

Mana no Ferry: aleluia!


Ferry sobrelotado. O caos no embarque. Atraso imenso. Mas Mana da Blonde já está a bordo. Agora esperemos que a nuvem de cinzas não tenha um ataque temperamental e desça para a Península fechando novamente o aeroporto em Bilbao. Depois é também esperar que o ferry não atrase na chegada a Bilbao, que haja um táxi para o aeroporto, enfim uma série de "ses" à mínima escala de um indivíduo entre milhares num continente confrontado com os "ses" gigantescos de se libertar, ou não, o espaço aéreo e regressarmos à normalidade. Bem, pelo menos nas próximas 36 horas a Mana estará longe destas confusões. Esperemos, ainda outro "se", que não enjoe (muito) na travessia.
Image credits: BBC News aqui.

18 de abril de 2010

Última hora: evacuação da Mana da Blonde

Lá se foi o Plano B! Fecharam o espaço aéreo espanhol e agora é rezar para a Mana entrar naquele ferry bendito até Bilbao onde a mana Blonde a irá buscar.

Acho que o mundo ainda não se apercebeu da real dimensão do que é ter as frotas aéreas em terra e milhares e milhares de passageiros apeados. A minha irmã tem sorte ter um batalhão de gente aqui a buscar alternativas e comprar tudo o que é bilhete que esteja disponível. No resto, nós, como civilização que se diz avançada, já não sabemos viajar à antiga. Não há alternativas. Descobri que só há comboio de Lisboa para Irún uma vez por dia! A CP não disponibiliza compra de bilhetes internacionais online, a RENFE espanhola já não atende telefonemas, os sites dos aeroportos crasham, as companhias aéreas não têm solução. A única chamada que a British Airways me atendeu apenas disse para a minha irmã nem ir ao aeroporto e que, "we regret to inform but we don't have any alternatives". As únicas informações fidedignas são as da Sky News e da BBC. O Estado Português presumo, com quase 100% de certeza, não tem planos de contigência para repatriamentos massivos. O EuroTunnel excedeu as capacidades, os ferries estão totalmente lotados e sorte tivémos apanhar um para a minha irmã para amanhã e para Bilbao. Não há já como movimentar pessoas num mundo preso à aviação. Só me pergunto o que vai suceder a partir de amanhã com a semana útil a entrar.
E se o vulcão não parar de cuspir cinzas?

Plano C para evacuar a Mana da nuvem do vulcão: a saga continua

Depois de um dia de nervos, depois de o plano A estourar com o cancelamento de tudo o que seja voo para fora da Inglaterra, o plano B para tirar a mana da Velha Albion presume ferry até Bilbao, voo Bilbao-Madrid-Lisboa, isto se até quarta-feira não fechar também o céu de nuestros hermanos. Plano C: a Mana considera a hipótese de pedir boleia a uma traineira de pescadores e a mana Blonde vai buscá-la onde a deixarem desde que seja deste lado da Mancha!

Um vulcão num canto remoto desta Terra ressuscita para a vida, o mundo do século XXI pára e eu espero só que páre para pensar bem na sua insignificante mesquinhez!

16 de abril de 2010

Mas como é que é possível...

... que uma tipa sózinha acumule tanto papel e tanto entulho em menos de um ano??
Passei boa parte do Verão passado a fazer limpezas na biblioteca e no escritório aqui de casa e agora dou comigo OUTRA VEZ a empacotar lixo às carradas! Rats! And double rats!
(ler como Loura a expelir, não nuvens vulcânicas que me prenderam a Mana na Inglaterra, mas fumos de fúria! Ok, também estou ligeiramente irritada com aquele vulcão islandês impossível de se pronunciar, Eyjafjallajökull, hã???)

14 de abril de 2010

I feel slightly like this...

Hoje foi um dia muito louro e a casa está particularmente sózinha. Não sei o que hei-de jantar porque não me decido pelas coisas que estão no frigorífico. Então estou aqui feita parva com a televisão ligada num documentário qualquer, o pc aberto, a mesa da cozinha descomposta e chove lá fora. Acho que estou com um assomo de spleen, aquele estado de alma inglês que já afectava o Eça, aquela doença prostrada que chamamos down, só que não me sinto down. Bem, acho que vou num chocolate quente e parar por aqui antes que me saiam mais disparates e tonterias e ainda dê por mim feeling sorry for myself for I don't know which stupid reason.

Hm, dormir, é isso. Acho que preciso dormir.

12 de abril de 2010

Apetece-me escrever...

... sem saber bem o quê. Abro o blog que me tem servido de companhia, escape, terapia, sei lá, e não sei que escreva. Acho que é porque ainda não encontrei as palavras. Olho com os olhos e vejo, sinto mas depois não sei como dar forma ou consistência a tudo isto que os sentidos sabem e experimentam. Não é só a minha velha confusão de não saber bem em que língua me exprimo, sabendo que o meu pensamento não corre em Português. É outra coisa. É o não trazer comigo a bagagem de Vida para coisas que, nunca tendo sendo vividas, não possuem referenciais, não constróem verbalizações, estando, ao invés, à procura de uma linguagem própria, de uma forma de expressão qualquer.
Acordo na consciência de que as coisas mudaram. Não sei se sinto a mudança porque não é abrupta. Contudo, e por outro lado, vivendo na minha vida, mal a reconheço se olhar para trás e para onde eu estava o ano passado por esta altura, por exemplo. Sinto-me como os descobridores emudecidos perante a paisagem nova. As terras do Novo Mundo que tolhiam o verbo dos Europeus que lá chegavam e que faziam um esforço adaptativo com as referências do Velho Mundo. Só que não há linguagem do Velho Mundo que chegue para transmitir por palavras as coisas assombrosas que os olhos vêem e que todos os outros sentidos experimentam. Assim estou eu: olho aqui para este Novo Mundo e fico-me no pasmo emudecido incapaz da Palavra. Mas se palavras houvesse, diria que vejo uma floresta cheia de cores e sons e cheiros novos. A floresta é densa e eu estou na orla. Quero entrar. Mas antes, antes fico aqui a observar maravilhada com os pensamentos que me correm mais, muito mais velozes do que as palavras que não apanho.
Pode ser que, entretanto, as palavras venham.

8 de abril de 2010

Cheira tão bem a Primavera

Ainda faz um claro de dia quando chego a casa. 18º. Abro a porta da carrinha e não esperava aquilo: o cheiro familiar da Primavera no meu campo, o cheiro morno e denso a folhas que rompem a casca das árvores. Não esperava este cheiro, de todo. E é tão aconchegante. Lembra-me tardes de bicicleta e a Mãe a chamar para eu ir jantar e a pedalada que não acabava. Apetece-me ficar um bocado na rua, no morno, no plácido e a respirar...

6 de abril de 2010

Eu não nasci para dondoca, tá visto!

No Natal de 2009 (atenção: 2009), a Mana querida deu-me de presente, entre outras coisitas, um voucher todo catita para um spa onde supostamente moi même je se iria refastelar com uma bela massagem e uma sessão de manicura. Fixe! Só que a dita cuja moi même je não tem tempo para semelhantes coisas e antes que expire a validade lá vou eu com stress encontrar um buraco na agenda para a tal dita massagem. Telefono. Marco. E eis de volta:
- Então Sra. Dona Blonde até sexta. E não se esqueça do fato-de-banho.
- ?! - Paraliza-me o neurónio momentaneamente enquanto tento pensar em: a) para que é que é preciso o fato-de-banho?, b) eu não faço natação há quatro anos sei lá eu onde páram os meus fatos-de-banho! (como se vê, um sem número de questões de extraordinária pertinência).
- Dona Blonde, pode ser bíquini. - Responde, tranquilizante, a voz do outro lado da linha ao meu silêncio telefónico. - E pode vir mais cedo para aproveitar bem as águas xpto (qualquer coisa muito zen que o meu neurónio não percebeu bem).

Águas e bíquini?! Mas que raio de massagem é que a minha Mana querida me foi arranjar? Não perguntei. Eu já de mim sou Loura, se vou dizer à menina do telefone que nem sei bem interpretar o raio do voucher, ainda passo por mais loura.
Ó vida!
Assim como assim: obrigada, Mana, mas para o ano (este!) dá-me qualquer coisinha que seja só desembrulhar e já está, tá? ;)

5 de abril de 2010

21 projectos?!

E todos de amigos?!
Não sei se hei-de começar a ter pena do nosso PM ou se há quem ande a gozar à brava com a incredulidade do povinho (e do povinho louro também). Quando é que acaba a cartola sem fundo de onde saem estes coelhos todos? E, já agora, quando é que neste país a verdade passar a vir ao de cima como o azeite? Ah, só mais esta, e quando é que a política vai ser a sério?
Blonde Josefina, tu tens de parar de ver os noticiários e ler os jornais, ok?

Ser Spotty custa...


- Ó Dona, eu até sei que andas feliz e que as mudanças fazem parte e tal, mas c'um caneco, fazerem-me andar 5kms de manhã e mais 5kms à tarde é dose, né? Isto agora vai ser sempre assim ou quê? Ó vida minha para o que um gajo cão havia de estar guardado... Canseira!