Sete posts, 2.240Kms e 45 horas depois, a Mana aterra em Lisboa. Muitas peripécias, saudades, cansaço e um sorriso como só ela, a Mana, sabe fazer. A odisseia acabou. Para muita gente ainda continua. Muita gente desnorteada pela distância, a faltade alternativas (a linha de ferry que a Mana usou agora vai ser desactivada no final do ano!), o lentíssimo regresso à normalidade que, para tantos, parece uma eternidade.
Consigo ver o cómico numa Angela Merkl que regressa à Alemanha de carro blindado, autocarro e comboio, num Cavaco Silva que faz etapas sucessivas de carro até chegar a Portugal, num John Cleese que paga 3.800 euros de táxi para ir de Oslo a Bruxelas, numa Whitney Houston obrigada a aguentar um ferry. Mas vejo, sobretudo, o desespero do homem que comprou uma bicicleta para entrar num ferry que já não admitia mais footpassengers, nas pessoas a precisar das sessões de quimio, nos velhotes de ar perdido, nos que ficaram sem dinheiro e tecto, presos em países distantes. Vejo, sobretudo, o desnorte da nossa sociedade Ocidental, contemporânea de um século em que o progresso não se compadece com o passado. Vejo, isso sim mais do que tudo, a nossa infinitésima pequenez num mundo que, de vez em quando, nos rosna e remete à nossa humana insignificância.
Algures no fim do mundo que os Vikings conquistaram, um vulcão cospe fogo e cinzas e nós não podemos nada contra isso...
8 comentários:
Ainda bem :)
Se ao mexermos um dedo alteramos o rumo das estrelas, o que esperar dum vulcão em erupção?
That's life on Earth! What else should we expect?
Estamos tão rotinados na engrenagem que construímos, que quando um qualquer obstáculo impede o seu funcionamento, ficamos sem capacidade de resposta. Devíamos parar um pouco para pensar e tentar contrariar esta tendência para nos tornarmos soldadinhos de chumbo.
Quanto à viagem do Cavaco fez-me lembrar um livro do Saramago, como já escrvi no CR.
Eu estive-me nas tintas para o vulcão mais as suas cinzas, embora tenha sofrido com o relato desta odisseia do resgate da mana Blonde... foi giro ver uma urbana tão deslocada quanto a Blonde quando se aventura por terras tão inóspitas e perigosas como o Alentejo!
estava difícil.
Blonde querida...fico feliz com a chegada da Mana...meu comentário hoje é breve, porque estou esgotada. Aqui fez muito calor e como ontem foi feriado o dia de hoje estava um caos, todos correndo de um lado para o outro querendo recuperar o tempo perdido, que no caso foi somente o dia de ontem. Imagino como estejam as coisas por aí. Coisas da vida moderna e do ritmo que a tecnologia nos impõe.
Bjos
Boa reflexão, Blondinha.
:))
Um vulcão nos confins arrota e a Europa pára. E a sorte foi ser um arroto pequenino!
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