Para já para já, eu acho o acordo ortográfico uma estupidez e um preciosismo pedante porque as línguas evoluem naturalmente sem necessidade de intromissões legislativas (senão ainda falaríamos todos como o Joane, o Parvo vicentino ou cantaríamos as ondas do Mar de Vigo e ai Deus se verrá cedo e outras coisas que tais).
No "Sociedade Civil" da RTP2 desta sexta-feira (com minúscula) ouvi uma que me deixou no costumeiro estado atónito sempre que oiço falar do acordo. Um telespetador (sem c embora se possa colocar c) não percebia porque é que o Inglês não tem acordos destes e o Português tem de ter. Resposta da especialista: ah e coisa e tal, é de louvar esta aproximação com o Brasil, é um estímulo à comunicação entre os dois países, ou uma coisa parecida mas dentro dos moldes de o acordo ser bom para nos aproximar nações irmãs divididas por História (também podia ser h) e oceano.
Fico parva! Na verdade, nem sei bem qual seja a aproximação. No Brasil vão continuar a escrever umidade e Mônica e nós vamos alegremente escrevinhando humidade e Mónica. Depois, e porque o Inglês veio à baila, alguém está a ver os Britânicos (que agora é britânicos) aproximarem-se dos Americanos (idem) e uniformizarem colour para color e travelling para traveling?
Passo-me!
7 comentários:
Eu também me passo. O acordo não passa de mais um acto provinciano numa sequência interminável de actos provincianos. No século dezoito a imitar ingleses e franceses. No século XXI a baixar saias ao Brasil, que se está nas tintas.
Que tristeza.
O acordo orthográfico
num é phonético
ó herético
phdi fonográphico
teu verso imerso
que nos ilude é quedo
acordo é universo
que desperta o medo
verás espetros em muros de granito
e saci-perêrê em dansa obscura
e nessa mithologica loucura
fareis ecoar vosso grito
o acordo eu demito
nas pálpebras cerradas de tão mortas
as palavras não passarão as portas
(MIguel Paulo e Ana)
Que eu cerro com este grito
repito
mito
tou?
tou não...
Passo-me em passo lento
A casa desabou naquela rua
E tu em passo sonolento
Juras que a estrada continua
não juro continua creio
e a casa partida ao meio
não é minha não a receio
e se o mar de escombros
cobre a falsa estrada
cerro os fracos ombros
e como o índio à dentada
Caramuru uuu
traveling...ora aí está uma palavra in phdês
fico parva...sei não acho que já....
A Mickey Mouse Country
Dividida entre ratos e mouses
Entre casas divididas e houses
Entre acordos de her manos
inumanos
são ratos senhor nessas barcas
nas naus que se afundam lestas
nos mares de palavras parcas
de frases bafientas e funestas
desonestas
nestas
marco f)
Laranja Mecânica só tem (ou teve)tradução brasileira
O planeta dos macacos (traduzido em Portugal) nunca o tinha sido até 2002? no Brasil
metidos cada um dentro dos seus dialectos
uns naufragam
outros navegam à vela solta
e tira esta gente um phdi pra qui?
Sei q ddevia, mas ainda nem estou por dentro das alterações...Vou continuando a escrever à "antiga portuguesa" e a minha sorte é q trabalho com o Inglês!
O acordo é uma palhaçada digna de reles palhaços...
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