Quando chegou a África, sem experiência agrícola nenhuma, a Karen Blixen deparou-se com uma sucessão infinda de maus anos agrícolas, más decisões e as consequências óbvias da sua impreparação. Eu sinto-me um pouquinho assim neste meu primeiro ano agrícola.
A falta de chuva não deixou semear nada, agora chove mas não é suficiente para repor humidade nos solos ressequidos e duros. Vai ser preciso lavrar tudo outra vez porque, à conta desta água, vão brotar mais ervas daninhas do que se possa contar. Não sei o que se possa semear nesta altura do ano. Não faço a mínima de nada. Nem sei mesmo se ainda se vai a tempo de se fazer qualquer coisa.
Isto da agricultura tem muito que se lhe diga: se não é o tempo, é a conjuntura, se não é a conjuntura, é o tempo e assim sucessivamente e eu só me admiro que ainda haja gente disposta a enfrentar semelhante desafio.
7 comentários:
Querida Blonde, ainda vamos a tempo de semear as ervilhas e feijão! Para a semana, vamos começar a nossa lida, também.:)
SE comprares, em qualquer quiosque, o "Borda D'Água"(ou o "Seringueiro"), vêm lá todas as dicas necessárias.
Alguém tem de o fazer.De correr o risco.Afinal, é o nosso sustento.
"Isto da agricultura tem muito que se lhe diga: se não é o tempo, é a conjuntura, se não é a conjuntura, é o tempo e assim sucessivamente e eu só me admiro que ainda haja gente disposta a enfrentar semelhante desafio."
Tens razão, mas se não o fazemos e se não há dinheiro para importarmos o que comemos, como vai ser?
Bom fds
Lol. Eu desisti. Demorei 30 anos, mas desisti. Há modos menos masoquistas de perder dinheiro. E tempo.
Tanto quanto sei, a agricultura já só é eficiente em duas situações: muito pequeno, e frequentemente no mercado paralelo (do tipo só a família e zero empregados), ou conglomerados como a Unilever, geridos de tal modo que quase dispensam mão-de-obra.
Pelo que tenho lido neste blog, não sei se a Blonde terá paciência para aturar um "Engenheiro Agrónomo" dizer-lhe que vai ser penalizada em toda a área semeada, por ter ultrapassado o número máximo de árvores por Ha numa parcela.
A parcela tinha, e acho que continua a ter, 30 metros quadrados, e segundo as contas do ministério e seus doutos funcionários, albergava - segure-se - 130 azinheiras ADULTAS.
Estou a dizer-lhe isto porque eu, "acabou-se-me" a paciência para explicar a um imbecil - com poder para me acabar com o negócio - que em tal área nem caberiam dignamente 130 COUVES : )
Dou-lhe uma sugestão; se não percebe patavina do que está a fazer, faça um contrato de arrendamento aí por uns 3 anos com algum lavrador competente, e veja o que ele faz.
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