Gostava de ter uma casa no Alentejo. Uma casa não, uma herdade (que eu é logo em grande). A planura descansa-me e o horizonte longínquo promete sempre.
Só que este Alentejo é uma dor de alma. Cidades descaracterizadas invadidas por lojas chinesas, um desordenamento de construção pavoroso, a interioridade que se pressente no pior e não no que de mais romanceado e bucólico poderia ter.
Pensava que o país estava parado, mas aqui até Beja rasgam-se os terrenos em mais estradas em construção. Não sei se haverá fundos para terminá-las mas as obras e as máquinas estão em curso. Placas mínimas indicam um aeroporto que só deve ter funcionado para os telejornais no dia da inauguração. Parece-me tudo um Alentejo atabalhoado à procura de um rumo de modernidade sem saber como.
Mesmo assim, longe da descaracterização gostava de ter uma herdade no Alentejo...
2 comentários:
Os sonhos vão-nos alimentando!
Já somos duas :)
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