21 de junho de 2012

Feliz por ela

Tenho um respeito enorme pelas mulheres que se divorciam. Leio estudos e leis desfazados da realidade e surpreendo-me com o que encontro no mundo de pessoas que não são feitas de papel em gabinetes académicos ou casas de leis. Penso no quão insuportáveis são as situações que as levam a sair de casa para o vazio abrupto de uma vida nova.
Conheci-a há pouco tempo. Divórcio feito. Alugou casa longe. O filho quase maior quis ficar com o pai porque é onde está o dinheiro. Vive só. Foi de férias só. Tem dois gatos que ficam sós nos dias inteiros que trabalha. Recomeçou a vida: ginásio, passeios à tarde ao longo do Tejo. Admiro-a dizendo-lho mas o meu olhar é distanciado como quem olha consciente da terceira pessoa. Arranjou um "amigo colorido", sem amarras. Fiquei feliz quando mo disse. Não porque tenha um "amigo" porque o ter alguém no momento não garante felicidade e a solidão também pode ser feliz. Fiquei feliz por ela ter partilhado aquilo comigo e porque lhe senti a energia da fase nova, do começo que nos alenta. Que essa energia lhe não esmoreça.
Sábado à noite prometi ir dar-lhe um beijinho a uma daquelas festas de aldeia onde nunca vou, a um sítio onde nunca fui. Quando nos rodeia a energia boa, queremos partilhá-la e, neste momento, ela tem daquela energia que nos faz bem. Sim, estou feliz por ela.

2 comentários:

Dias as Cores disse...

Acho q tb vais ser feliz por mim... :)))

mfc disse...

Essa é uma forma de solidariedade linda!
Beijos,