Acho que é porque, pelo segundo dia consecutivo, me despistei que a hora tinha mudado e acordei antes do tempo e só dei conta quando já estava bem a pé. Estou de humores às avessas, portanto. E mais des-humorada fico por ler as notícias do dia. É que às parvoeiras maratonistas do fim-de-semana de um Ministro que nos acha corredores de maratona (e eu acho mais é que o senhor devia ter ido para motricidade humana em vez de nos enxamear a paciência), juntam-se as novas parvoíces da semana que começa.
Pois antes que a senhora Merkel nos venha visitar, faz-se preceder dos seus esbirros e eis que aí está o governador da Baviera e outros fiéis acólitos parlamentares para se inteirarem da nossa crise. Eu acho isto o cúmulo, o exemplo-mor de como cativa está a nossa autonomia. Mas com que direito é que os alemães nos escrutinam a casa? E que país amesquinhado é este cujos governantes compactuam com estes desmandos e imposições?
Eu devia mas era, para usar a nova palavra do momento, refundar a minha tese de doutoramento e, em vez de achar que fomos uma colónia informal do império britânico, dizer que temos sido (desde os tratados secretos que a Alemanha firmou com os ingleses para ficar com as nossa ex-colónias) uma coloniazinha sujeita aos interesses económicos da potência germânica que, bem ao seu modo, está novamente a abrir as asas enquanto nós assistimos impávidos ao dealbar do IV Reich. Não é preciso um Bismarck ou um Hitler, longe disso, mas uma Merkel é bem capaz de dar conta do recado.
Não é que eu tenha algo contra os alemães. Nada disso, nasci uma e criaram-me uma. Mas, caramba, há coisas que são demais e estas ingerências impositivas dão comigo em doida do mesmo modo que me mortifica o nosso crónico sentimento de inferioridade face ao estrangeiro.
1 comentário:
Como vi o ícone do FB tomei a liberdade de partilhar, embora não me sinta tão pessimista...
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