Já lá vai o tempo em que receber correio era uma coisa boa. Lembro-me de antecipar cartas de penfriends e de os postais de Natal encherem a caixa do correio. Era um ritual diário a hora em que o carteiro aparecia na sua mota, com a sacola cheia de notícias escritas. Agora só recebo contas, notificações do tribunal nos dias em que os juízes se lembram que é bom fingirem que fazem qualquer coisa e lixo. Hoje foi dia de lixo: uma carta da Sephora com promoções de produtos que não uso e não me fazem falta, uma carta da Securitas para eu recomendar a instalação de alarmes a amigos meus que, por acaso e neste momento, nem devem ter capital para tamanhos devaneios, uma carta da EDPHomeEnergy, que eu nem sabia que existia mas que, pelos vistos, até já me instruiu um processo, com número de referência e tudo, para eu instalar painéis solares e o já habitual folheto para eu ir fazer um rastreio auditivo.
Lixo, lixo e mais lixo. Papel estragado em vão e eu aqui a pensar que o correio já não é o que era.
2 comentários:
As cartas e o ritual do correio tinham o seu quê de mágico, de passagem poética no tempo.
bjs
Há tempos escrevi sobre esse tema, a propósito de uma jovem que, numa acção de formação, em Óbidos, decidiu escrever uma carta, em vez de enviar a mensagem por e-mail ou via FB.
Também sinto, por vezes, a nostalgia da chegada do carteiro e a ansiedade com que esperava receber uma carta.
Hoje, só mesmo contas, publicidade e... postais das finanças!
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