Se fosse viva, a Mãe faria hoje 71 anos. Muito nova ainda. Mais jovem sempre nas nossas mentes que não viram o passar do Tempo por Ela.
Fazia anos trazendo a Primavera. E era como a Primavera. Vestia-se de cores que combinava com os cabelos e eu orgulhava-me de cada vez que via aquela mulher ir buscar-me à escola. Alegro-me por a memória me ter congelado essas imagens. A minha Mãe.
Quando Ela morreu comecei a contar o Tempo em decrescente. Hoje, são menos quase quinze anos. Sei que Ela vai lá estar como quando me ia buscar ao portão da escola à tarde e o sol a iluminava. Vai lá estar, elegante e sorridente, e eu vou ficar contente por ser Ela a minha Mãe.
Ó Mãe, tenho de fechar constantemente o coração às memórias de Ti. Estás aqui sempre e eu aprisiono-te para que me não doa a falta que sinto. Deixar-te inundar-me o pensamento leva-me à tristeza da Tua ausência e, por isso, esta luta titânica que constrói barragens onde Te acumulas até àqueles dias em que não Te consigo segurar.
Que ironia, Mãe. Mas são menos quase quinze anos...
1 comentário:
Um beijinho !
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