A primeira vez que levei o meu sobrinho ao café passeei com ele por Lisboa soalheira de tardinha com pombos no passeio. O Manel, no seu uniforme colegial, quis pôr o chapéu de abas que a Tia tem no carro e lá saímos naqueles preparos.
Fui buscá-lo ao colégio e não quis ir logo levá-lo a casa. Apeteceu-me tempo de tia, tempo de sobrinho e de nos construirmos a dois. Já se senta tão bem. E diz as cores e as frutas e os bolos que vê. E a Tia com tudo se surpreende. Pedi lanche para mim e uma xícara e pires vazios onde ia deitando dedais de néctar de pêra para ele se entreter até ser ele a querer verter o sumo para a chaveninha dele. Dei-lhe migalhinhas de salame de chocolate só para o ver na felicidade do açúcar a que de hábito não tem direito. E depois fomos andar no passo dele pela calçada. Passadas pequeninas que o deixam aperceber-se de tinónis e autocarros e motas que o extasiam.
Algures devido ao Manel deixei de ser a Blondewithaphd e prefiro tanto mais ser a Tia Bá, a tia-mãe do Manel. Há algo melhor do que uma criança que nos dá a mão?
1 comentário:
"uma criança que nos dá a mão" - muito bem dito. Porque é assim que devemos sentir: são elas que nos dão a mão. A felicidade é muito maior :)
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