Eu gosto de viver aqui no campo porque tem vezes que parece que vivo no enredo de uma telenovela campestre, ou no meio de Green Acres. É certamente mais divertido do que viver como um mero número na imensidão da cidade.
Pois aqui, como em quase toda a parte do país, passámos do laranja ao rosa, se bem que o laranja tenha feito propaganda eleitoral em azul. Por mim, conheço os candidatos e pouco me interessa a política. A Dona A. dos Correios é a candidata natural e tradicional da CDU, o meu amigo Inocêncio era o candidato do PSD à Junta e a G. da imobiliária era a candidata do PS à Junta. Ganhou quem ganhou. O giro foi ver as sedes das candidaturas. Tanto o PS como o PSD tomaram o centro da vila de assalto, literalmente porta com porta. O PS ficou no antigo café central (vila que se preze tem um café central e nós aqui não destoamos) e o PSD instalou-se na antiga central da Rodoviária (enfim, somos muito dados a tudo o que diga central...). Era um chinfrim passar no meio da vila. Ontem, à hora que cheguei ao burgo, por volta das 22.00, cedo, portanto, estava a sede do PSD fechada à chave e ninguém na rua e os jotas do PS todos à chuva de bandeirola em punho. Nem foi preciso ir ver o papel pregado à porta da Câmara para ver que as coisas tinham mudado. Mas fui na mesma. E lá estava, a previsibilidade: o candidato do PSD venceu em toda a linha na freguesia de onde é natural, grande rival da sede de concelho, e o candidato do PS venceu em toda a linha na sede de concelho que estava com medo de ser invadida pelos arrabaldes perdidos nos montes. É ou não o máximo viver na província? Alguém na cidade tem esta diversão em dia de eleições?
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