Está atrás de mim na fila da caixa do supermercado. É noite cerrada e entrada. Poucos minutos faltam para o fecho da loja às 21.00. Oito ou dez castanhas num saquinho com um nó. Chamam-me a atenção. Deve viver sozinho. Compra tudo em doses mini reparo e, como sempre, surpreendo-me quando percebo que gente sozinha cozinha como se fosse cozinhar para uma família. Nunca consegui cozinhar para mim mais do que o impulso de uma ou outra vez. Uma raridade de disposição. E ele é um homem.
Pago a minha conta. Nem o vi o suficiente para lhe perceber a fisionomia, só sei que era um homem sozinho que cozinha para si. Saí do supermercado a pensar nas vidas dos outros, na multiplicidade de vidas à minha volta.
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