23 de julho de 2014

Tradução de mim

Não costumo fazer traduções. O que quer que tenha para escrever escrevo na língua em que tiver de escrever. Só que agora a Vida colocou-me um desafio: traduzir o que o meu pensamento debitou para uma das línguas em que penso e falo para a outra língua em que penso e falo. Ora, isto é tão engraçado como difícil.
Quando uma pessoa é equilíngue não há tradução na cabeça. Se é para escrever em Inglês, a cabeça está em Inglês e o texto sai numa matriz anglófona. Se é para escrever em Português, a cabeça está em Português e o texto sai na lusitanidade da língua. A coisa muda de figura quando temos de traduzir um original que pensámos numa língua para a outra.
Descubro um redobrado respeito pelos tradutores e não sei como fazem para ultrapassarem as barreiras culturais da(s) língua(s). E também percebo porque é que me é tão penoso ler traduções e porque é que tradução é reescrita, por um lado, e perda por outro.
Seja como for, acho que não conseguiria dar textos meus para traduzir porque só eu sei o que vai na minha cabeça e só eu sei como é que uma língua pode dizer o quero dizer na outra. Enfim, estou aqui ainda na perplexidade de ter de traduzir um texto meu para outra das minhas línguas. As coisas que descubro... Sim, estou meia zonza de perplexidade. 



1 comentário:

Ältere Leute disse...

Sempre fugi de "fazer tradução" como o diabo da cruz...Admiro muito quem o "sabe" fazer !