Zlatni Rat vista de Vidova Gora. |
Loch Eribol, Escócia. |
Planície alentejana vista de Alter Pedroso. |
Engraçado, ao pensar nas melhores férias da minha vida constato que todas sucederam pós-2008 e que todas foram passadas aqui neste Velho continente. Sobretudo, dou-me conta de que não é o exotismo da lonjura ou a exclusividade do sítio que importam: é o modo mental e emocional em que nos encontramos que nos levam a beber o melhor das viagens.
Na dor da morte da Mãe, na prisão do meu não-casamento levei-me em viagens Equador abaixo, Equador acima, meridianos para a esquerda, meridianos para a direita, fusos de horas a mais e fusos de horas a menos. Calcorreei desertos e palmilhei os lugares que os olhos viam no National Geographic e no Discovery Channel, mergulhei entre corais até me quase afogar e esquiei encostas de nevoeiro até quase me matar nas escarpas. Vivi. Persegui o David Attenborough (que ainda persigo e perseguirei até morrer), fiquei nos melhores resorts que o dinheiro pode comprar e rapidamente esgotei as viagens de sonho com que todos fantasiamos acordados. Achei-me privilegiada por poder concretizar essas viagens todas e pensei que isso era felicidade. Ainda me acho uma privilegiada e dou graças por isso. Mas o meu capítulo de vida é outro e, por vezes, pouco me reconheço na pessoa que viveu os meus capítulos passados.
Um lago perdido nas brumas escocesas, um pedaço alentejano com 40º à sombra ou uma ilha na Dalmácia com um dos melhores pôr-de-sol do mundo fazem-me feliz por ser: por ser eu que ali estou, naquele momento e naquelas circunstâncias. Agradeço a Deus, ou a qualquer Transcendência, por ter chegado Aqui, a este capítulo e, sobretudo, agradeço a lucidez de saber apreciar a felicidade do momento.
Não sei ainda onde irei de férias para o ano. Penso em Corfu, penso em repetir Brac e há ainda as Galápagos mas penso que, se esta pessoa e esta capacidade de fruição de instantes perdurar, não importa onde irei porque a felicidade estará lá à minha espera.
Às instâncias que se sobrepõem a mim e me permitem este Aqui: obrigada...
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