Isto de escrever o epílogo do meu fenomenalmente longo, absurdamente patético divórcio tem sido tão estapafúrdio e longo como escrever o processo do divórcio em si.
A semana passada fui renovar o meu cartão de cidadão porque está a caducar e eu vou ter várias viagens no horizonte próximo e preciso do cartão de cidadão para também renovar o passaporte. Apesar de divorciada em Janeiro, ainda tive de renovar o cartão como casada e com o nome de casada. Mais papéis para os advogados, mais coisas a juntar ao processo que vai para o Tribunal dos Direitos do Homem, mais diligências para o tribunal e para os registos, a continuação da trapalhada.
Bom, hoje fui levantar o cartão. Na Conservatória já não me podem ver de tantas vezes que lá tenho ido nos últimos tempos a pedir cópias do meu assento de nascimento a confirmar o não averbamento do divórcio. Eu farta. As senhoras da Conservatória fartas. E eu danada por ter um cartão de cidadão novo com a vida do antigamente, o nome do antigamente, o estado civil do antigamente. Tudo coisas que me deixam particularmente feliz.
Não sei que circunstância cósmica ali se deu, mas uma das senhoras da Conservatória teve a ideia de ali mesmo, e à revelia dos omnipotentes Registos Centrais, fazer à unha uma mudança no meu assento de nascimento que não passasse pelos nefandos ditos cujos (não esqueçamos que eu tenho naturalidade alemã, o que ajuda sempre a qualquer interacção minha com a sacrossanta burocracia).
Em menos de cinco minutos fiquei "divorciada" e sem o apêndice doloroso do nome da minha anterior vida. Passei logo para a máquina dos retratos e a tirar novas impressões digitais para o meu novo cartão de cidadão perante a estupefacção do povo presente e minha também: afinal não é todos os dias que uma pessoa renova o cartão de cidadão no dia em que recebe o novo.
Ele há coisas que nem vale a pena tentar perceber...
Mas uma coisa é certa: hoje há champanhe cá em casa e o ponto final do epílogo está cada vez mais próximo. Estou feliz...
2 comentários:
Gratuliere !!!
Be happy for ever!
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