Fascina-me o conceito de Universidade, a Academia, o espaço sacrossanto laico que alberga o Conhecimento que a espécie produz. Tenho sempre da Universidade uma ideia ingénua e, apesar de viver nela e saber dos seus pés de barro mundanos, não deixo de lhe devotar um respeito que raia o religioso. Afinal, a Universidade é a vida que eu conheço, vivo e quis para mim. Ir a Salamanca e não ir à universidade é o proverbial ir a Roma sem ver o Papa: não pode ser.
Símbolo laico, pouco distingue o pórtico da universidade de Salamanca do pórtico da catedral que lhe faz companhia de proximidade. Duas imponentes catedrais tem Salamanca, a de Deus e a do Homem. Pasmo com uma. Pasmo com outra. Transcendem-me ambas e ali me quedo em vénia ao Tempo que por elas passou e à sua sobrevida a esse Tempo longo. Para o ano a universidade de Salamanca faz uns admiráveis 800 anos e por todo o lado já se vêm os calendários em contagem decrescente e os anúncios aos festejos de tão grada efeméride. Talvez vá lá só para respirar a festa.
Gosto do conceito de Universidade e aqui, na consciência da minha pequenez à entrada deste portal sagrado, esqueço-me da universidade com minúscula para devotar um Credo àquela com maiúscula...
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