24 de dezembro de 2017

Boas Festas!

A todos Boas Festas com tudo o que se deseja nesta quadra: saúde, paz, alegria e, claro, paciência para o stress das festas, dos presentes, dos doces e do bacalhau e mais as fornadas do cabrito e do perú e do pato e que para o ano volte tudo de novo.
São os votos da -- Blonde

22 de dezembro de 2017

Árvore 2017

Este ano a minha árvore de Natal é uma oliveira. Não uso árvores de plástico, nem derrubo árvores vivas, por isso, todos os anos faço árvores, como dizem os meus sobrinhos, "um bocadinho esquisitas". Normalmente guardo ramos de podas aqui das árvores do quintal, mas este ano encontrei este ramo de oliveira num passeio aqui pelo campo e é este que vai fazer as honras do Natal cá em casa.
Como estive na Alemanha recentemente aproveitei para trazer ornamentos novos da Käthe Wohlfahrt em Rothenburg (é só a melhor loja de Natal da galáxia! Depois faço um post) e, claro, quem decorou a árvores foram os meus elfos de 4 e 7 anos.
O Manel desenhou um boneco de neve à frente da casa da Tia Bá (só a melhor Tia da galáxia!) e, como já está na fase verbal-escrita, legendou a cena apropriadamente.
 A Maggie (que agora quer ser chamada Margarida "porque as margaridas são umas flores com umas pétalas") desenhou um boneco de neve gigante, uma árvore de Natal e uma menina com os cabelos em pé "porque estava muito vento". Depois rabiscou uma legenda que a ela lhe fez muito sentido.
Em breve mostro o resultado das decorações...

19 de dezembro de 2017

Dia 8: Berlin Turística-Reichstag

"Ao Povo Alemão" assim diz de si o Reichstag, a sede do Parlamento Alemão (Bundestag). Sempre simpatizei com esta noção de serviço público. Acho-o, ao palácio, um pouco intimidatório na sua colossalidade. Não é bonito. É pesado e ciclópico. A primeira vez que estive diante dele, a minha máquina fotográfica não tinha angular suficiente para o abarcar na totalidade e quase me senti esmagada ante o gigantismo.
Explico ao meu marido que, apesar do nome, o Reichstag não tem nada a ver com o III Reich e o diabo. Quer dizer, ter até tem mas não da maneira que as pessoas julgam. Quando o diabo tomou o poder, o Reichstag foi incendiado e o diabo assumiu que os mandantes tinham sido os comunistas e começaram logo aí as perseguições. Depois foi bombardeado na Guerra pelo que, foi mais vítima do que outra coisa. Agora é outro dos símbolos da democracia e da união alemãs. Ainda que me continue a intimidar, faço-lhe uma vénia mental e deixo-me estar ali um pouquinho com o meu marido a pensar em passados e presentes e do que significa também eu estar hoje aqui neste agora.

15 de dezembro de 2017

Dia 8: Berlin Turística-Siegessäule

A Siegessäule, ou a Coluna da Vitória, lembra-me sempre os filmes do Wim Wenders. Tal como a Porta de Brandenburgo, é um ícone de Berlim. Porém, quando hoje vemos estes monumentos e os encaramos como intrinsecamente corporizadores da Alemanha não temos presente de que se trata, efectivamente, de símbolos do orgulho prussiano. A Alemanha é uma coisa recente. Não é uma pátria, é um conjunto de pátrias cujo denominador comum é a ideia da germanidade. A Alemanha nunca poderá ser um país uno, só poderia ter dado no que deu: um país federal com muitas distinções entre estados que, mesmo assim, não contemplam todas as noções de nacionalidade que se acomodam no seu seio. A Siegessäule e o seu anjo anjo alado, a que os berlinenses chamam carinhosamente Goldelse, comemora as vitórias da Prússia (hoje maioritariamente em solo polaco), o mesmo que faz a Porta de Brandenburgo. Foi a Prússia que teve a ideia do "império alemão" e da unificação dos povos germânicos. A Alemanha não existiria sem a Prússia e quando dizemos que Berlim é uma capital imperial é porque, a partir de 1701, foi a capital da Prússia, logo capital do império que a Prússia arregimentou. Imagino o tumulto informativo que vai na cabeça do meu marido...

11 de dezembro de 2017

Dia 8: Berlin Turística-Brandenburger Tor

É talvez o símbolo mais identificável de Berlim. A Porta de Brandenburgo e a sua quadriga icónica são tão berlinenses como lisboeta é a Torre de Belém. É um símbolo pujante. Um símbolo do orgulho nacional deste povo. Sim, poderei dizer que é um símbolo nacionalista. A mim chega a dar-me calafrios ao lembrar-me do uso simbólico que lhe deram os Nazis. Mas a Porta é também um símbolo de libertação. Significa a Reunificação, o fim da Guerra Fria e, sobretudo, a queda do Muro.
Explico tudo isto ao meu marido e dou-lhe pressa para seguirmos. O dia já entardece e ainda tenho tantos sítios para lhe mostrar. Só que ele não arreda pé. Detém-se a ler as explicações da história deste monumento que, como fotos de época, dão a conhecer ao turista o que significa esta Porta tão especial. Não, não sabia que o Muro a atravessava. Não, não sabia que ficou na parte oriental. Não, não sabia que foi parcialmente destruída na Guerra. Diz-me tudo isto com a voz e o semblante de quem possui um conhecimento novo sobre algo banal que passa a extraordinário. Penso no parva que sou. Berlim é-me uma familiaridade mas não o é para o meu marido. A pressa que tenho de lhe mostrar os sítios obrigatórios é a minha pressa de os despachar. Não posso apressar o meu marido a fazer vistos numa lista turística para, depois dessa obrigação, lhe ir mostrar a "minha" Berlim, pois tudo na cidade lhe é novo e desconhecido. Abrando o passo e deixo-o absorver imagens, informação e sensações. A "minha" Berlim pode esperar...

6 de dezembro de 2017

Johnny Hallyday (1943-2017)


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O primeiro dinheiro que ganhei na vida, o primeiríssimo, foi a fazer  figuração em duas cenas de um filme francês chamado "La Gamine". O actor principal era o Johnny Hallyday e parte da acção decorria em Lisboa. Lá fui. Disseram-me, já nem sei quem, que eu parecia a Catherine Deneuve. Perdeu-se uma carreira, está visto.
Depois peguei no dinheiro e fui, toda contente, gastá-lo num concerto do Bryan Adams no antigo estádio do Sporting. Estava-se nos alvores da década de 90 e, agora que olho para trás, vejo que o passado está cada vez mais passado e que, cada vez, as coisas e, sobretudo, as pessoas, que me ligavam ao passado de mim se vão perdendo. É estranho.
RIP

5 de dezembro de 2017

Dia 8: Berlin Turística-Unter den Linden

Unter den Linden, literalmente "Debaixo das Tílias", é a grande avenida berlinense, a mais conhecida e a mais icónica porque desemboca nesse outro ícone que é a Porta de Brandenburg. Faço o meu marido percorrer parte dos quilómetros desta avenida mas faço-o por etapas para ele não pensar que o sujeito a alguma espécie de tortura iniciática ao estilo: "Se queres conhecer Berlim tens de andar a Unter den Linden toda!" Observo-o e à maneira como vai apreendendo esta cidade. Vou-lhe falando das minhas intersecções pessoais com esta cidade, seja através das minhas experiências, seja através da vida das minhas Tias. A cada passo conto-lhe episódios da história desta cidade e do que representava e representa no contexto alemão. Não o quero influenciar na sua apreensão deste país e deste povo mas quero que tenha informação bastante para fazer a sua imagem global deste país e deste povo entre o qual nasci.
Nem de propósito! Estou eu a dar-lhe a conhecer a avenida quando o som irrompe. É uma manifestação em prol de qualquer direito civil numa parte remota do mundo. Acho que qualquer coisa a ver com abusos ao direito das mulheres numa região asiática de que nunca ouvi falar. Sim, Unter den Linden é um palco da democracia alemã. Aqui é o reino da livre expressão das ideias e para aqui convergem os alemães quando querem ser ouvidos, quando querem protestar e quando querem celebrar. Mostro ao meu marido Unter den Linden em plena actividade. Estou feliz!