É talvez o símbolo mais identificável de Berlim. A Porta de Brandenburgo e a sua quadriga icónica são tão berlinenses como lisboeta é a Torre de Belém. É um símbolo pujante. Um símbolo do orgulho nacional deste povo. Sim, poderei dizer que é um símbolo nacionalista. A mim chega a dar-me calafrios ao lembrar-me do uso simbólico que lhe deram os Nazis. Mas a Porta é também um símbolo de libertação. Significa a Reunificação, o fim da Guerra Fria e, sobretudo, a queda do Muro.
Explico tudo isto ao meu marido e dou-lhe pressa para seguirmos. O dia já entardece e ainda tenho tantos sítios para lhe mostrar. Só que ele não arreda pé. Detém-se a ler as explicações da história deste monumento que, como fotos de época, dão a conhecer ao turista o que significa esta Porta tão especial. Não, não sabia que o Muro a atravessava. Não, não sabia que ficou na parte oriental. Não, não sabia que foi parcialmente destruída na Guerra. Diz-me tudo isto com a voz e o semblante de quem possui um conhecimento novo sobre algo banal que passa a extraordinário. Penso no parva que sou. Berlim é-me uma familiaridade mas não o é para o meu marido. A pressa que tenho de lhe mostrar os sítios obrigatórios é a minha pressa de os despachar. Não posso apressar o meu marido a fazer vistos numa lista turística para, depois dessa obrigação, lhe ir mostrar a "minha" Berlim, pois tudo na cidade lhe é novo e desconhecido. Abrando o passo e deixo-o absorver imagens, informação e sensações. A "minha" Berlim pode esperar...
1 comentário:
Eu sempre gosto de saber/de ver o que está para além dos “ beaten paths” por isso espero com curiosidade os post que promete.
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