Potsdam... Outro nome evocativo da história alemã, daqueles nomes relacionados com o tal passado que continua pesadamente a ensombrar o presente. Para o comum dos mortais, Potsdam significa a partição da Alemanha pelas potências vitoriosas do fim da II Guerra. É isso, mas é mais.
Há quem pense que Potsdam foi a capital da Prússia mas não, essa importância foi sempre berlinense. No entanto, Potsdam foi a residência da corte prussiana. É capital do estado de Brandenburg e, no seu conjunto monumental, é património mundial da UNESCO. Potsdam, que fica a uns vinte quilómetros de Berlin, é, na minha lusitana interpretação, uma espécie de Sintra. Não se visita num dia e não é conhecida por um sítio em particular. É um todo.
Um dos palácios mais emblemáticos é o de Sanssouci, a denominação francesa para "sem preocupações". Era o refúgio do Kaiser, longe do palácio do trono e das suas ocupações "profissionais" e era um local segregado por ser o palácio de diversões com reserva de admissão às senhoras (embora houvesse certas "senhoras" admitidas, se é que me entendem).
Potsdam em dia de sol é uma glória, o local perfeito para dizer auf Wiedersehen (literalmente até nos vermos novamente e, na minha modesta opinião, a melhor palavra para "adeus") a Berlin. A viagem continua e, na próxima etapa, vou levar o meu marido ao local mais feliz da minha infância. Estou feliz que nem posso! Auf Wiedersehen aqui no blog!
31 de janeiro de 2018
26 de janeiro de 2018
Dia 10: Berlin-Gedächtniskirche
De todas as fotos que tirei nesta viagem à Gedächtniskirche, outro dos ícones berlinenses, escolho esta porque olho para ela e vejo um passado entalado entre o presente e o futuro e porque as árvores me podem dizer esperança.
Gedächtnis em alemão significa lembrança. Kirche significa igreja. por isso, literalmente, Gedächtniskirche significa "igreja da lembrança". E lembramos o quê? Originalmente, a igreja foi feita nos finais do século XIX para homenagear, para lembrar, o Imperador Guilherme I (Kaiser Wilhelm I). O neto, o Kaiser Guilherme II, quis homenagear o avô que foi o primeiro imperador alemão (nunca nos esqueçamos que a Alemanha não é um país, é uma aglomerado, uma federação de estados, de povos germânicos que habitavam em ducados, principados, reinos e etcs e que, ao cabo de muitas vontades e esforços, uns a contragosto, outros nem tanto, se uniram no que se chama a Alemanha). Guilherme I era rei da Prússia e depois, com a ajuda do chanceler Otto von Bismarck, que os Portugueses conhecem da Conferência de Berlim e do Mapa Cor-de-Rosa, lá conseguiu unificar aquela variedade monumental de estados e ser proclamado Kaiser (que significa nada mais nada menos do que César), ou seja, imperador (as coisas que aprendem aqui no Blonde!).
Só que, actualmente, a Gedächtniskirche serve uma outra lembrança, a da loucura dos homens, a da Guerra. Berlin foi totalmente arrasada e reduzida a escombros nos bombardeamento da II Guerra Mundial. No processo de reconstrução, a Gedächtniskirche foi deixada por reconstruir e é hoje uma lembrança viva da Guerra numa cidade que vive, todos os dias, a realidade paradoxal da lembrança e do tentar esquecer-se. Não é fácil ser-se berlinense.
Levo o meu marido a conhecer este monumento. Demora-se mais do que esperava que se demorasse. Quer ver, viver esta lembrança. Lê cada legenda das fotografias que ilustram a triste história que aqui se conta. Olho para ele na terceira pessoa e imagino, como ando a imaginar por estes dias, o que lhe vai na cabeça sobre este país e as suas gentes...
Gedächtnis em alemão significa lembrança. Kirche significa igreja. por isso, literalmente, Gedächtniskirche significa "igreja da lembrança". E lembramos o quê? Originalmente, a igreja foi feita nos finais do século XIX para homenagear, para lembrar, o Imperador Guilherme I (Kaiser Wilhelm I). O neto, o Kaiser Guilherme II, quis homenagear o avô que foi o primeiro imperador alemão (nunca nos esqueçamos que a Alemanha não é um país, é uma aglomerado, uma federação de estados, de povos germânicos que habitavam em ducados, principados, reinos e etcs e que, ao cabo de muitas vontades e esforços, uns a contragosto, outros nem tanto, se uniram no que se chama a Alemanha). Guilherme I era rei da Prússia e depois, com a ajuda do chanceler Otto von Bismarck, que os Portugueses conhecem da Conferência de Berlim e do Mapa Cor-de-Rosa, lá conseguiu unificar aquela variedade monumental de estados e ser proclamado Kaiser (que significa nada mais nada menos do que César), ou seja, imperador (as coisas que aprendem aqui no Blonde!).
Só que, actualmente, a Gedächtniskirche serve uma outra lembrança, a da loucura dos homens, a da Guerra. Berlin foi totalmente arrasada e reduzida a escombros nos bombardeamento da II Guerra Mundial. No processo de reconstrução, a Gedächtniskirche foi deixada por reconstruir e é hoje uma lembrança viva da Guerra numa cidade que vive, todos os dias, a realidade paradoxal da lembrança e do tentar esquecer-se. Não é fácil ser-se berlinense.
Levo o meu marido a conhecer este monumento. Demora-se mais do que esperava que se demorasse. Quer ver, viver esta lembrança. Lê cada legenda das fotografias que ilustram a triste história que aqui se conta. Olho para ele na terceira pessoa e imagino, como ando a imaginar por estes dias, o que lhe vai na cabeça sobre este país e as suas gentes...
23 de janeiro de 2018
Dia 9: Berlin e o terror
Por razões históricas sobejamente conhecidas, Berlin tem sido uma cidade muito castigada. Imagens de tragédia e sofrimento abundam nesta cidade. A mais recente ignomínia aconteceu a 19 de Dezembro de 2016 quando o terrorismo fundamentalista islâmico entrou pela Breitscheidplatz e ceifou a vida de 12 pessoas das mais variadas nacionalidades cujo único crime foi estarem no sítio errado à hora errada. Quando é que isto vai acabar?
19 de janeiro de 2018
Dia 9: Berlin-Knuspernest (Streetfood)
À conta aqui do blogue tenho recebido perguntas de interesse sobre Berlin e as suas coisas comezinhas do quotidiano. Aqui vai uma que causa sempre um bocado de confusão. O que está na imagem são ninhos de batata (Kartoffel Knuspernest). São basicamente taças comestíveis. Avancem sem medo. Encham-nas com o que quiserem e, no fim, podem trincá-las. Inteligente, não?
16 de janeiro de 2018
Dia 8: Minha Berlin-Rabien Konditorei
Para o lanche com a Tante Ruth fomos buscar bolos de frutas e Sachertorte (só o melhor bolo do universo) à Pastelaria Rabien. Entra-se e desfalece-se perante a infinitude de escolha. Uma particularidade dos bolos alemães é que são muito vistosos, muito artísticos. O chocolate e as frutas imperam e, curiosamente, são menos doces do que os bolos de pastelaria portugueses. A minha teoria pessoal, e que, por isso, vale o que vale é que como Portugal tinha um império ultramarino donde importar açúcar a preços moderados, a nossa doçaria evoluiu em direcção ao uso generoso do açúcar e de especiarias como a canela. A Alemanha não tinha nada disso e, assim, os bolos são semi-doces. em compensação, como o leite abunda, não há bolo que não seja acompanhado de umas boas colheradas de natas batidas, Sahne. Com o café é a mesma coisa, dê-se-lhe uma colher de Sahne ou, em alternativa, um bom fio de leite condensado. Lecker! Que é como quem diz: "Delicioso!"
Da Rabien aproveitei também para trazer um pacote de Spitzen Baumkuchen, bolinhos para a árvore de Natal, "Baum" é árvore. São vendidos o ano inteiro, prova da devoção que os alemães têm ao Natal (vão ver o que é Natal em pleno Agosto em posts mais à frente). Só que, estava bem de adivinhar, os bolos não resistiram até ao Natal. Lá chegar a Portugal, chegaram, o resto da intenção é que, bem, foi só intenção... E bem gostosos estavam...
Da Rabien aproveitei também para trazer um pacote de Spitzen Baumkuchen, bolinhos para a árvore de Natal, "Baum" é árvore. São vendidos o ano inteiro, prova da devoção que os alemães têm ao Natal (vão ver o que é Natal em pleno Agosto em posts mais à frente). Só que, estava bem de adivinhar, os bolos não resistiram até ao Natal. Lá chegar a Portugal, chegaram, o resto da intenção é que, bem, foi só intenção... E bem gostosos estavam...
12 de janeiro de 2018
Dia 8: Minha Berlin-Berliner Bär
Quem vai a Berlin vê ursos em toda a parte. Nada mais simples de entender: o urso é o símbolo da cidade e os ursos que se vêem espalhados pela cidade chamam-se Buddy Bears, uns amigalhaços para turista ver, claro. São fotogénicos para as selfies.
Agora, o porquê de o urso ser o símbolo de Berlin é que é mais difícil de explicar. A teoria mais tonta diz que a palavra "urso" em alemão "Bär" lê-se tal e qual como a primeira sílaba da cidade "Ber" e que, por isso, o símbolo vinha daí. Quatsch! Que é como quem diz: "Disparate!"Seja como for, não há teoria definitiva. Talvez o urso seja uma homenagem ao Margrave Albrecht,o Urso que fundou Brandenburgo, o estado à volta de Berlin, em 1157. É um símbolo querido e não me lembro de alguma vez ter vindo a Berlin sem levar de volta um destes ursitos que me decoram o escritório lá em casa, muito, muito longe de Berlin...
9 de janeiro de 2018
Dia 8: Minha Berlin-Willy Brandt
O primeiro Chanceler alemão de que tenho memória foi o Helmut Schmidt. Porém, o político que sempre melhor conheci foi o Willy Brandt, tal era o seu grau de popularidade e presença na vida pública alemã. Ganhou o Nobel da Paz ainda antes de eu nascer e, na pouca intervenção política que o meu Pai teve, teve-a, como ele diz, a colar cartazes para a campanha do Willy Brandt para Chanceler em 1969 (way before I was born).
Penso no meu Pai e penso nas minhas Tias e em todos os que lutaram por uma Europa unida e um mundo em paz. A maior parte deles já morreu. A memória vai-se apagando e vejo o mundo caminhar perigosamente à beira de um precipício. A tentação do abismo é grande...
Aqui em Berlin há um Forum dedicado ao Willy Brandt, à sua vida e ao seu legado. Faço votos de que sejamos mais os que queremos preservar as conquistas civilizacionais do pós-Guerra e do pós-Muro do que os que não se importam.
Penso no meu Pai e penso nas minhas Tias e em todos os que lutaram por uma Europa unida e um mundo em paz. A maior parte deles já morreu. A memória vai-se apagando e vejo o mundo caminhar perigosamente à beira de um precipício. A tentação do abismo é grande...
Aqui em Berlin há um Forum dedicado ao Willy Brandt, à sua vida e ao seu legado. Faço votos de que sejamos mais os que queremos preservar as conquistas civilizacionais do pós-Guerra e do pós-Muro do que os que não se importam.
5 de janeiro de 2018
Dia 8: Minha Berlin-Nivea Haus
Quando passo à porta da Nivea-Haus (que os alemães pronunciam Nifêa), é como se a menina das trancinhas louras que trago comigo saltasse cá para fora. Cresci com o creme Nivea das latas azuis que a Mãe usava em nós para tudo, desde joelhos esfolados a hidratação da cara logo pela manhã. Ainda hoje associo o cheiro a creme Nivea à infância e a conforto e segurança (sim tive a infância mais feliz do mundo).
Entro e puxo o meu marido para dentro da loja. Aqui é o paraíso Nivea. Há um spa e toda uma panóplia de produtos que nunca chegam a Portugal mais os incontornáveis produtos para turista e edições limitadas. Compro de tudo um pouco e fico contente por saber que a bagageira do carro tem espaço para acolher esta minha folia. Podia ficar aqui a tarde inteira mas acho que o meu marido não ia aguentar uma tarde dedicada a cremes...
Entro e puxo o meu marido para dentro da loja. Aqui é o paraíso Nivea. Há um spa e toda uma panóplia de produtos que nunca chegam a Portugal mais os incontornáveis produtos para turista e edições limitadas. Compro de tudo um pouco e fico contente por saber que a bagageira do carro tem espaço para acolher esta minha folia. Podia ficar aqui a tarde inteira mas acho que o meu marido não ia aguentar uma tarde dedicada a cremes...
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