Schnoor é o bairro mais pitoresco de Bremen. É o coração medieval da cidade e as ruas labirínticas são tão estreitas que, às vezes, basta abrirmos os braços para tocarmos de um e de outro lado da rua. É a cidade antes de a cidade se ter tornado parte da hansa dos mercadores e do dinheiro. Aqui viviam pescadores, artesãos, as primeiras comunidades de Bremen. Depois a cidade expandiu-se para um outro centro que é hoje o do esplendor monumental da praça da câmara, da catedral, da liga dos mercadores, da estátua de Roland.
Hoje-em-dia, o encanto de Schnoor está nas lojas maravilhosas de artesanato local e alternativo, nos pubs e pequenos restaurantes, na delícia das casinhas coloridas. Schnoor é uma exposição a céu aberto. Penso em Schoor como o coração pequenino de Bremen a bater ao lado do coração grande da praça central e da Böttcherstrasse (falarei dela adiante). Passeio por estas ruelas e volto décadas no tempo. Schnoor aprecia-se bem com olhos de criança e coração despreocupado.
Como as ruas são estreitas e apertadas, não há carros. Impera o silêncio das vozes que se ouvem, o silêncio dos passos ou o grito ocasional das gaivotas que sobrevoam baixo mesmo por cima dos telhados. Quando emergimos para fora de Schnoor o contraste não pode ser maior. De repente há carros e barulho. De repente temos de nos lembrar das regras de convivência com a era moderna e a era moderna é tão rápida e tão desalmada. Schnoor, que caixinha de tesouro tão precioso...
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