Vista de longe com os vinhedos em fundo de cenário, a alte Mainbrücke, ou velha ponte sobre o Meno, quase pareceria localizada num algures nortenho de Portugal. Há aqui uma certa familiaridade para o olhar do viajante luso.
É final da tarde e há a sensação de que toda a população da cidade e mais os turistas todos saíram à rua e convergiram para o passadiço da ponte. Confraternizam com as enormes estátuas de santos e imperadores pouco relacionados com a história lusitana e, por isso, iconoclastas da familiaridade que se alojara no olhar, e vão regando conversas e socializações com os vinhos da região. É uma espécie de Bairro Alto versão diurna em cima de uma ponte.
Por entre a multidão, uma ou outra personagem exótica com que escrevo histórias de vida mentais, quem será?, o que o traz aqui, porque se detém? Também me detenho a saborear a tarde e a enchente anónima. As estátuas ciclópicas baixam dos pedestais vestidas com peúgas e outras roupas menores para se tornarem menos demiurgas. A grandiosidade a ser destituída pelo humor. Vale a pena vir aqui.
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