A vida tem coincidências estranhas. Por uma dessas coincidências fui das últimas pessoas a ver as Torres Gémeas de pé. Estávamos em 2001, George W. Bush era presidente dos EUA e eu andava por Nova Iorque nesse Verão quente como o são todos os Verões nova-iorquinos. A notícia era incrível, no sentido de não poder ser credível. Vi um avião embater numa das Torres e pensei que se tratasse de uma coisa qualquer para um filme-catástrofe de Hollywood. Depois, num segundo pensamento, veio-me à mente que aquilo poderia ter sido um dos milhentos helicópteros privados que sobrevoam a cidade a cada instante. Teria sido um acidente qualquer com uma avioneta particular, qualquer coisa assim. Porém, a realidade transcendia qualquer proeza hollywoodesca. Foi dos dias mais terríveis de que tenho memória tirando as memórias tenebrosas que me ligam ao desaparecimento da minha Mãe.
No dia seguinte às Torres caírem, todo o meu corpo doía, amassado que estava pela incredulidade daquelas horas de horror.
Todos estes anos depois, o Ground Zero já não é uma ferida no skyline desta cidade. Não consigo lá ir. Vejo à distância o que se reconstruiu, o que se reergueu mas não consigo ir pisar aquele chão. Há dias que nunca nos sairão da memória...
1 comentário:
Tb assisti em direto pela televisão... vinha cansada depois de um interminável Conselho Pedagógico , sentei-me no sofá e ocasionalmente liguei a televisão. Incrédula vi o avião entrar pela torre e momentos depois um segundo na outra. Tal como diz, á primeira vista somos levados a não acreditar... eu pensei que de um anúncio a um filme se tratava, já que acabava de ligar o aparelho! Atónita verifiquei que não!
Dp disso, passei lá quando o Ground Zero era ainda um estaleiro... Mais tarde em 2013 as fundações, já transformadas em lagos, e no silêncio de uma cidade barulhenta vi gente que afagava um nome, outra que deixava uma rosa branca...
Procurei nomes portugueses e sim, estavam lá. O ambiente era, ou pelo menos eu senti que, era muito pesado!
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