21 de maio de 2009

Outdoors, "iornais" e Lisboa

O táxi segue lento na manhã soalheira. Lisboa está congestionada pelo trânsito na hora de ponta. Aos poucos começo a reentrar na vida quotidiana do meu país. Preciso de informação. Nos últimos dias tudo o que me chega são os escândalos dos MPs e ministros britânicos (Gordon Brown incluído) que usam dinheiros públicos em benefício próprio, é a luta da Joanna Lumley (a Loura Absolutely Fabulous - e quero ser como ela aos 60!) a favor da permanência dos ex-combatentes Gurkha no Reino Unido ou a controversa ida de Barack Obama à Universidade de Notre Dame, católica e anti-aborto, mais a crise financeira nos EUA. Do Portugal que deixei não sei nada (coisas vagas de papa Maizena que li no jornal no avião à ida).

"Ahah, a campanha das Europeias segue." - Penso, assim que vejo um outdoor em fundo azul com um tipo apessoado que não brinca aos políticos. - "Este cartaz é novo!" - Tenho pena que este vá para Bruxelas, deve ser da minha veia direitista que, de vez em quando, me dá para estas coisas.
Depois mais à frente ei-los, os Irmãos Metralhas. Ó tristeza, que pacovice. Ali estão os dois de botões do colarinho desapertados, deve ser para o ar de trabalho. "E que é isto? Deuses, alguém precisa de uma dietazinha que está ali em poses a rebentar as costuras do fatinho." Não, estes este ano não acertam uma (logo agora que a Blonde vem cheia de si pelas vezes que ouviu estranhos em elevadores a dizerem que é "so stylish" ou que é a "true fashion statement", Gosh!). Nem comento a pinderiquice dos outdoors do PC. E a ideia gasta da família europeia que o PS arranjou (eu que até me tinha contentado por ver o Vital Moreira, e aqui foi a veia esquerdista a dar acordo de si)? No way! "E que raio são estes MPT? Mas o que é que estes tipos querem? E quem é aquele jovem que me parece ainda acneico daquele tal de MMS com nome de pastilhas de chocolate?" Só a Laurinda se mantém no mesmo outdoor.

É isso, à medida que o táxi avança por entre o trânsito dos meus conterrâneos que se apressam para o trabalho, enquanto eu vou curtir a ressaca da viagem, começo a tomar o pulso do meu país. Mudou pouco pelo que vejo. Enfim, pelo menos na sangria que afecta a imprensa estrangeira (e Deus eu vejo cheia de jornalismo), temos aí um novo periódico. Alguém me terá comprado o nº 1 da edição de Sábado. Que novidades trará? Como será o papel, o formato, o alinhamento editorial? Sim, é o regresso...

10 comentários:

antonio ganhão disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
antonio ganhão disse...

Espero que tudo isto não incomode a Blonde, que a inestética dos cartazes não choque a sua sensibilidade. O resto? O resto que importa? O que são as europeiaas comparadas com o bocejo de uma Blonde conformada com o seu regresso? ;)

antonio ganhão disse...

Saíu duplicado! Sorry!

Peter disse...

Sê bem-vinda. Por cá nada mudou: as "tricas" do costume, o desemprego a aumentar diariamente de uma forma assustadora, a economia a deteriorar-se com a Auto-Europa, nosso maior exportador em perigo, enfim terás muito tempo para te preocupar-se.

O novo jornal, o "i" tem uma novidade, é agrafado, bom papel, bom formato, investindo mais nos artigos de opinião, que no noticioso. Tu verás, enquanto ele durar...

PRD disse...

Modestamente, acho que a coisa não tá mal... Mas tu, oh blonde, és mto exigente e eu tenho medo que me pelo da tua opinião... Vê no próximo sábado, sempre é sobre a criatividade...". Beijo! P

mdsol disse...

Muito bem Blondinha. Nada como aplicar um pouca da tua capacidade hermeneutica para "ler" essas espampanantes formas de não dizer quase nada que interesse.

:))

António de Almeida disse...

Em Portugal nada muda, é sempre mais do mesmo. Wellcome back.

Blondewithaphd disse...

People:
Implume,
Goza, goza:)

Peter,
Essa da Auto-Europa não me surpreende nada. Lá quanto ao "I", acreditas que o tenho aqui a olhar para mim e ainda não o li?

PRD,
Medo?! De moi?! (Sim, vou ver no Sábado:))

mdsolinha,
Gostei dessa da capacidade hermenêutica:) Mais um pouco e começo a acreditar nos medos ali do PRD:)

António,
É um país tão previsível, não é? Thanx! Good to be back!

Quint disse...

Isto mudou de moscas há uns tempos atrás, mas a bosta ficou a mesma!
Mais preclaro que isto não se pode ser.
Quanto ao "i", pasquim será a palavra apropriada.

Anónimo disse...

A vantagem deste país é que podemos estar fora durante um ano e a única coisa que muda são os mexericos.
Para os cartazes tento não olhar, para não morrer de suto ao ver a MFL. como dizia o Santana Lopes, "aquela senhora deprime o país!"
Quanto ao "i", vale a pena revista do sábado. Podia ser melhor, mas não está mal de todo