31 de julho de 2009
De partida!
Parto amanhã, bem de manhã (e ó céus qu' isto é suposto ser férias!). Nem sei que malas hei-de fazer. Pelo sim, pelo não, a P, sem cuja existência a minha seria um autêntico suicídio doméstico, trouxe-me um avio de pimentos, abrunhos, tomates, pêras e já nem sei que mais. Tem medo que eu não me alimente como deve ser e também suspeito que está a achar que eu vou fazer umas férias malucas:
- Ai esta Blondita é mesmo apanhada do clima. - Deve pensar em tom comiserativo para com a minha pessoa loura.
Já eu penso:
- Deuses de Walhalla, o que é que eu vou fazer com isto tudo?
A minha família próxima e amigos também sabem dos planos. Chovem sms hilariantes. E do outro lado da linha, o Pai dá os seus palpites:
- Vais apanhar trânsito!
- Pai, eu vou na direcção oposta ao trânsito.
- Não interessa! E vais apanhar calor.
- Pai, o ar condicionado...
- Não importa. Eu fui à net e dão calor!
Desisto. Esqueço-me que o Pai se esquece que eu tenho mais do dobro da idade que ele pensa que eu tenho. Enfim, resigno-me ao tempo das trancinhas louras.
Mal posso esperar (e fazer figas para haver net)!
Bem, deixa-me ir fazer as malas.
28 de julho de 2009
The long and winding road
Chego exausta. Tarde. Não me apetece jantar apesar dos camarões deliciosos no frigorífico. O Spotty vem pôr-me a bola azul aos pés. Quer que brinque com ele. A relva está molhada. O Senhor Luís deve cá ter vindo regar e sim, esteve cá, que vejo que anda a cimentar uma parede do muro de trás.
Dou graças pelo meu pequeno mundo de coisas comezinhas e quotidianas. Gente que olha por mim. Gente que descubro que existia na minha vida sem eu saber. Gente que entra sem eu esperar. E o meu pequeno mundo que gira sem parar. Dou graças. Baixinho, para não estragar o silêncio. Entendo que os privilégios são benesses banais que se tornam especiais e se avolumam nos cantos da nossa Vida. Infeliz quem não percebe. Infeliz quem passa pela Vida sem se aperceber que o grandioso se esconde por entre a banalidade do quotidiano da nossa "long and winding road".
Deixo a versão do George Michael, claro, óbvio. A Mãe gostava dos Beatles, eu vou pelo George Michael, mas a canção é a mesma e diz bem com o meu estado de espírito de alguém que, cansada ao fim do dia, acredita na Estrada da Vida...
Oiçam.
26 de julho de 2009
Pequenos nadas...
22 de julho de 2009
Esperar o Inesperado
21 de julho de 2009
Simplex? Ãh?!
Certo, eu sei que nas próximas legislativas a escolha é praticamente nula, acho até que, desde que tenho direito de voto, nunca me vi na contingência de olhar para um lado e para outro e ter a certeza de não ter em quem votar em consciência, mas o que me espanta é a virose do Simplex. Exactamente, um surto viral que alastrou como fogo em palha. Resta saber se, à semelhança deste, não se consome depressa demais.
20 de julho de 2009
Objectivo: Lua
19 de julho de 2009
Promessas na "silly season"
Acho interessante que se prometam estágios aos jovens como medida profiláctica do desemprego. Como dizem os ingleses: "Way to go!" E será que sou sou eu ou mais ninguém tem aquele flash alucinado do "O-o, acho que me vão ir aos bolsos outra vez" quando os políticos prometem mais um subsídio, ou um rendimento especial, ou uma coisa dessas igualmente sócio-consciente, às famílias mais desfavorecidas? Quer dizer, eu acho bem que se ajude quem precisa, acho que sim senhora há que haver fundos de auxílio social, mas... com tanta habitação social, tanto rendimento de inserção social, tanta prestação social (e gaita que tanto social em tudo já enjoa) como é que fica a desgraçada classe contributiva e contribuinte que se farta de arcar com o social sem que haja reciprocidade social? Do you get my point?
17 de julho de 2009
Também gostava desta...
John Farnham, um herói para os australianos. Não sei se teve algum airplay aqui em Portugal mas "You're the Voice" foi um mega-hit no resto da Europa e arredores e eu adorava a letra, a música e já nem me lembrava que isto existia.
16 de julho de 2009
Bailinho ao Comunismo
O louro do regime madeirense iniciou a estação da parvoíce com uma hipótese de trabalho para a revisão da Constituição que preconiza a proibição do Comunismo.
Ora bem, se a Constituição da República Portuguesa institui a proibição do Fascismo, nomeadamente no tocante a agremiações de ideologia totalitária fascista, porque não dar-se uma nova redacção ao documento fundamental e tratar a esquerda mais esquerda com o mesmo grau de equidade? Não me parece tão despropositado assim. Afinal, tão nefastos são os totalitarismos de direita como os de esquerda, ou não será? Por conseguinte, parece-me racional que se a Constituição proíbe o Fascismo também proíba o seu oposto ideológico, o Comunismo.
Porém, estamos em Democracia, certo? Então o mais lógico não seria expurgar a Constituição de proibições fascistas? Porque é que uns hão-de ser proibidos e outros não? Proíbe-se o Hitler e deixa-se o Estaline à solta? Olha que democrático!
E assim, eis-nos aqui alegremente a dar generosos tempos de antena ao Sr. Alberto João Jardim. Dou-lhe os parabéns por esse feito e, mais, por me ter tirado da habitual cómico-indiferença com que reajo ao seu discurso.
15 de julho de 2009
Lembrei-me...
... de enviar uma lista de "one-hit wonders" a um amigo que tem um blog especialíssimo: http://celebrityblogsburg.blogspot.com/ porque ouvi esta canção aqui há dias no VH1.
Voltei à adolescência! Eram os anos 80 e o mundo parecia vibrar de música. Eu adorava esta! (O Sam Riley, o autor do blog, disse que esta é muito nova para a época dele - o que é o "generation gap", meu Deus! Isto para mim é uma velharia e para ele é assim uma coisa recentíssima).
Bem, o que eu gostei mesmo foi de re-ouvir esta música e pensar nas coisas que eu pensava quando a ouvia. Acho que vou partilhar mais umas quantas destas "one-hit wonders" agora que este blog entrou definitivamente na "silly season".
Hope you enjoy it e que não me chaguem pelo meu gosto popíssimo e descomprometido, enfim, a chagação do costume:)
14 de julho de 2009
Google search à Blonde
Sim senhora, entre isto, a Bimby, a Barbie e mais o escaldante "hot Portuguese Blondes" e tenho a sensação de que este, à semelhança da sua Dona, é um blog tendencialmente mononeural. Vai bem com o estereótipo. :)
Hmm... uma Portuguese hot blonde Barbie que não faz a mais pálida ideia de como operar a Bimby e que, ainda por cima, parece, instala alarmes primorosamente. Wow, sou mesmo um portento! Tenho de me conhecer. Alguém faz o favor de me apresentar a mim própria? Vou pedir-me um autógrafo, que tal?
12 de julho de 2009
Ando irritado...
10 de julho de 2009
Cápsula no tempo
8 de julho de 2009
O meu luar mágico
7 de julho de 2009
Outra Loura com PhD
Hoje o "i" publica uma entrevista com ela e lê-se de jacto com acenos de cabeça. Não partilho bem a posição político-ideológica da Profª. porque acho que podemos ser tendencialmente de direita e a favor da eutanásia e do aborto (eu sou as três coisas e, ademais, de uma geração pós-ditadura) mas subscrevo na íntegra que "parte da mediocridade do que se passa no Parlamento deriva da impossibilidade de nós votarmos numa pessoa."
Também nunca percebi o antagonismo figadal que lhe devotam os tais dos "queirosianos". Quer dizer..., saber até sei (são mesmo as razões ali expostas na entrevista), mas é incompreensível. Levei imenso nas orelhas por ter citado a biografia dela do Eça no meu PhD (que nada tem de Queirós literário porque o que eu gosto é Política e Jornalismo, mas mesmo assim e como me avisaram: "é um risco que assume" e assumi). Se calhar queriam, os outros, claro, ficar para sempre agarrados ao Gaspar Simões e a uma biografia "oficial" velha de décadas. Enfim...
Gosto do pensamento pedrada no charco mas constrange-me que, neste país, as vozes encarreiradas acabem, quase sempre, por se sobrepor a quem ousa a diferença, concordemos, ou não, com ela. Claro, gostei de ler a entrevista.
6 de julho de 2009
Há um ano... a Austrália... a Decisão
Sempre senti, e sem saber racionalmente porquê, um fascínio imenso pela Austrália. Não sei se pela distância, se pelo magnetismo dos Antípodas, se pelo isolamento. Só sei que li os relatos todos dos exploradores do Great Outback quando era miúda, o meu romance favorito continua a ser "The Thorn Birds" (eu sei, é uma lamechice apimbalhada, mas que hei-de fazer?), conheci Ayers Rock antes de ser Uluru, se bem que Uluru seja o primeiro, e o único momento de consolo que eu tive nas semanas antes da Mãe morrer foi as duas horas que passei no concerto dos Savage Garden (australianos, claro).
O ano passado, por esta altura, andava eu pela Austrália sem saber que um ano depois a minha vida tinha sofrido a maior das alterações. E sem saber, ademais, que foi nessa viagem que as decisões foram tomadas naquele estado de semi-(in)consciência que nos diz "Avança!" e que nós nem verbalizamos. Quem diria que, afinal, a Austrália, para onde eu uma vez até pensei emigrar, ia ter este papel decisivo na minha vida insignificante e anónima?
Acho que a solidão das horas infinitas de voo e os longos stop-overs nos aeroportos proporcionaram a calma de que o cérebro precisava para assentar num assunto que gritava em surdina e que eu relegava sempre para outro tempo e outro lugar. A Austrália foi, talvez, esse tempo e esse lugar. Não foram necessárias palavras para a decisão ser tomada. Eu sabia que a tinha tomado há muito tempo. Só precisava sentir que tinha a coragem. Ou seja, eu precisava sentir, não precisava falar comigo.
Aquele casamento nasceu morto logo depois da morte da Mãe, como se uma nova fase viesse para esconder a dor. Que engano! A dor da Mãe nunca foi escondida, e, ao invés, ganhei outra dor: a da solidão acompanhada. Mascarei-a com trabalho e carreira, escondi-a até de mim. Sabia que existia em forma omnipresente mas não a deixava tornar-se omnipotente até ao dia que percebi que era, de facto, omnipotente e que eu pautava a minha vida na fuga, tudo era feito para a fuga, para o não confronto. Na solidão australiana eu decidi. E a única coisa que me lembro ter verbalizado, no inglês em que me corre o pensamento, foi: "Girlfriend, you got some serious homework to do". Só isso. As únicas palavras que o meu cérebro produziu para me dizer que eu me ia divorciar e que nada nessa decisão poderia ser adiado.
No Sábado, a Juanita veio cá a casa e eu mostrei-lhe fotos da Austrália. Lembrei-me de há um ano e olho agora a vida diferente que me aconteceu. Penso nas coincidências maravilhosas da Vida: uma viagem, a Austrália de que sempre gostei e, afinal, por uma conjugação cósmica qualquer eu fui à Austrália para tratar de andar com a minha vida...
5 de julho de 2009
Blonde e a Breadmachine - A Batalha Final
2 de julho de 2009
Manuel Pinho ou como um dia pode correr muuuuuito mal
Eu, que me farto de dizer que já nada me surpreende na clase política que habita São Bento, que afirmo a pés juntos e de mão no peito que fico entristecida por já não ter reacção, por me sentir apática e abúlica em relação à Política, à la portugaise, bien sûr, eis que me vejo forçada a engolir as barbaridades que debito cá para fora. Desculpem, mas isto nenhuma loura do regime (ou não) consegue ultrapassar! Isto é melhor que a revolta na Bounty!
Chifres?!
Hilariante! Hoje, tenho a certeza, muita gente acordou para a Política! (Será que é uma estratégia anti-abstenção? Uma pira funerária sacrificial para a a fénix renascer? Um momento de humor bem planeado? Ou apenas um dia em que as conjugações astrais estavam particularmente aziagas?)
Palitos?!
A Casa 007 da Blonde
1 de julho de 2009
Dias Loureiro Arguido
O meu ponto é: esta pessoa tem, ao longo da vida, desempenhado cargos de responsabilidade enormíssima, sobre os seus ombros se depositou a confiança de muita gente e depois é quase com desprezo que se afirma que não se sabe o que se andou a fazer? Isto não dá uma imagem de amadorismo e displicência? É que se não dá, eu devo ser uma pessoa muito dura de entendimento ou, pior, de uma exigência sem limites de razoabilidade.
Não, acho que não me choca, entrista-me, o que é diferente, entrista-me, mais uma vez, ser confrontada com o facto que, de tanto se repetir corre o risco de se tornar um silogismo, uma lei da Física, as pessoas com responsabilidades decisórias neste país são as mais alheadas do bem público e as mais incompetentes.
Quero estar errada.