5 de junho de 2010

Ando a ler...


... e lembra-me os romances de império ao estilo de Rider Haggard ou Stevenson. Também me lembra Forster e Kipling. Está lá tudo: as viagens exóticas, as aventuras, os naufrágios em mares do sul, as tribos perdidas que nunca viram homens brancos, os perigos e as alegrias da missão cumprida ao cabo das provações. Mas se vermos bem, este homem chega-nos dessas gerações longínquas. Imagino-o contemporâneo de Buchan e dos últimos gentlemen travellers.
- Good morning. How do you do? - Terá dito Attenborough estendendo cordialmente a mão a um nativo da Papua Nova Guiné que marchava à frente de uma horda de guerreiros tribais. O incidente lembra-me Stanley na África quando encontra Livingstone: "Dr. Livingstone, I presume?" A fleuma britânica destes exploradores, dos quais Attenborough é o último espécime vivo.
Apetece-me escrever um artigo científico. Apetece-me que o livro não acabe e leio devagar repetindo linhas e parágrafos. E apetece-me que ele viva para sempre...

2 comentários:

antonio ganhão disse...

O fascínio do inacessível também se encontra nas revistas de sociedade.

António de Almeida disse...

Viverá para sempre, algumas pessoas são maiores que a própria vida...