13 de julho de 2011

La pensée en Bardot

Confesso que tirando o trivial da bomba loura dos anos 50 e 60 e das campanhas em prol dos animais não sabia quase nada da Brigitte Bardot. Vi um documentário e não consigo evitar pensar na caminhada que é a vida. Vi-a nos cabelos brancos, nas rugas sem botox, na flacidez do pescoço sem liftings, nas mãos com manchas, nas muletas que usa e penso como é que uma mulher daquelas aceitou tão serenamente a idade. Era a mais rebelde de todas, das Deneuves, das Monroes e das Fondas e talvez por isso tenha seguido o percurso inverso: a rebeldia maior de desaparecer da limelight, de deixar o Tempo cravar-se-lhe no corpo e de não se preocupar que a chamem maluca por pensar que os animais, mais do que os homens, precisam dela. Ando há duas noites com imagens atrozes na mente. Não são imagens de gatos e cães abandonados, são a barbárie que incutimos nos seres que connosco partilham o planeta. Coisas inomináveis, cujo choque que me causaram me perduram no pensamento de tal forma que choque, para aquilo, é um eufemismo.
Gostei da Bardot. Uma daquelas super-Blondes inigualáveis que me lembram que era escusado eu um dia ter querido ser morena para experimentar. Nunca experimentei. Vi aquela mulher nas suas muitas décadas de vida e tive-lhe um respeito monumental. O respeito que tenho por todos os que já viveram, enquanto eu aqui em baixo vou pensando no que faço da minha vida, esperando fazer algo que não a desperdice. Olhando-me no futuro gostaria de ver para trás na realização do passado, sem mágoas, coisas incompletas e, sobretudo, sem arrependimentos. Acho que só a idade nos traz esse apaziguamento: a paz de dizermos que vivemos.  

5 comentários:

Joaninha disse...

Olá Loirinha :D

beijinhos!

João Afonso Machado disse...

Não esqueça que a partir de um certo patamar é preciso manter uma imagem de marca. Com todo o respeito por BB, e sem querer desfazer a feira dos mitos, - a originalidade é por vezes a faceta menos original de certos personagens.

Cristina Torrão disse...

Eu também respeito a Bardot. Já a vi várias vezes, nos últimos anos, quase sempre, a propósito da defesa dos animais. É uma mulher de coragem e inteligente.

ana disse...

Muito bonita esta reflexão. A BB foi ícone incontornável.

António de Almeida disse...

Também não ligava qualquer importância ao Gainsbourg, nem gosto do seu maior hit, até que vi um filme no final do ano passado, que mudou minha opinião, por não ser uma biografia fui verificar alguns factos e descobri um personagem deveras interessante. Aguçou-me a curiosidade sobre Bardot...