Às vezes, quando me vejo no futuro, penso naquilo de que me arrependi. Este estudo agora divulgado por uma enfermeira australiana sobre os arrependimentos dos seus pacientes terminais também fala um pouco das coisas de que me arrependerei: o trabalhar em demasia, o nem sempre dar atenção aos amigos e o viver de acordo com as expectativas dos outros em detrimento das nossas. Vivemos numa sociedade avassaladora do indivíduo e, ainda que nos irritemos, parece que nunca temos a força suficiente para nos libertarmos dos grilhões que nos ligam a ela e nos fazem reféns.
Há uma coisa, no entanto, que tantas pessoas falam como o maior arrependimento e que eu não vou levar comigo: a expressão dos meus sentimentos. Aprendi isso com a Mãe e com o ver escoar entre os meus dedos os dias com Ela. Nessa lição tremenda aprendi que se deve dizer tudo o que sentimos enquanto há tempo e enquanto é tempo. Acho que nesse campo não vou levar arrependimentos. Levarei outros mas não os do silêncio das palavras por dizer.
5 comentários:
Porque o luto do que não foi dito é o mais doloroso de todos.
Essa é uma característica que aprecio muito... ser-se verdadeiro... connosco e com os outros!
Beijos.
Blonde, abençoada enfermeira, anjo paleativo que nos assiste: "nem sempre dar atenção aos amigos"? O pedegree por vezes não nos permite. Os amigos são ivariavelmente feios, saloios e raramente estão ao nosso nível. Não nos podemos culpar por isso.
belo texto
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