Ontem lá fiz a festa, uma espécie de Natal atrasado, porque fazer anos em Janeiro é encarreirar as festas umas nas outras. O meu sobrinho chegou de mansinho estava eu na cozinha entre os tachos e as panelas. Não os ouvi chegar e, de repente, tinha aquela criatura de dois anos a entrar à minha procura para um abracinho nas minhas pernas. Senti-me adulta. Como se o tempo de ser filha tivesse acabado e eu agora fosse um outro tipo de gente porque há uma geração a seguir à minha. Imaginei-me a mim e à Mana quando éramos pequenas e os adultos eram grandes. Imaginei-nos através do meu sobrinho que é quem agora olha para nós e nos vê grandes. Até agora eu nunca tinha sido grande. E quando ele foi dormir a sesta para o meu quarto e nós, os grandes, ficámos cá em baixo na sala, imaginei-me a mim e à Mana outra vez, quando nos retiravam da companhia dos grandes para irmos para a nossa vida de sestas e ficávamos a ouvir o som abafado das conversas dos adultos. Agora sou eu que fico e é o meu sobrinho que nos ouve.
Engraçado o que uma criatura tão pequena opera na nossa percepção da vida. Hoje sou adulta.
3 comentários:
E o tempo começa a passar de outra maneira pois passa a existir um medidor claro do envelhecimento. Ainda no outro dia um Tio meu dizia espantado que de repente se sentiu velho pois uma das minhas primas disse para a Mãe: Mãe tenha calma que já tenho 50 anos. Ele lembrava-se bem do tempo em que andou com ela ao colo...
Parabéns por todos os motivos!!! Bjos
Parabéns!! Claro que me lembrei de ti! ;) Susana
Enviar um comentário