Era grande e não o confundi com os melros residentes no jardim. Voou da acácia e empoleirou-se no gradeamento da varanda da sala quando se deu conta do barulho da carrinha que queria entrar no pátio. No lusco-fusco, chegar da cidade aqui ao meu campo e dar de caras com aquela criatura emplumada de cores é um privilégio.
Nunca tinha visto um guarda-rios ao vivo apesar de viver entre rios e campos. A poluição, a construção crescente deve tê-los assustado para outras paragens. Até que ontem o vi, bem no meu jardim. Depois voou para o telhado da garagem e ficou ali sem medo a ver-me estacionar até que chegou uma rola e ele, não apreciando a companhia certamente, debandou dali para fora.
São maiores do que eu pensava, mais exóticos, mais coloridos. Fiquei tão contente. E mais fiquei por dar-me conta de que gosto muito de morar onde moro, de ver melros, pardais-telhados e rolas passearem-se por entre os ramos das árvores do meu jardim e fazerem ninhos encarrapitados na hera das paredes ou nos cedros. Já vou vendo pintassilgos muito raramente e, supremo gosto, também já vão chegando peneireiros e até sei onde há um a morar... Talvez se estejam a desassustar com a nossa presença e vão regressando. Espero bem que sim.
1 comentário:
Estou a interessar-me cada vez mais por aves. No verão passado consegui fotografar um guarda-rios. Também nunca tinha visto nenhum. Nesse dia, ganhei o dia. :)
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